quinta-feira, dezembro 30, 2004

bom, esse blog entra em recesso e volta em 2005. see you there, people. baccio a todos.
então eu já falei do momus, esse músico escocês que mora na alemanha, ama o japão e se veste como um elfo que tivesse tomado ácido. e que tem um blog muitíssimo bom, que leio quase sempre. como quase todos os humanos, no final do ano ele volta à terra natal. e, passando pela inglaterra, ele faz um relato tão brutal da situação lá. me pegou meio de surpresa, não era como eu, pobre-não-viajante via o país. gostaria bastante de saber o que consuelo tem a dizer sobre isso.

(curioso é que na seção de comments, apareceu um brasileiro desgarrado dizendo isso:

It's funny, but it sounds incredibly similar to the country where I was born, Brazil(or any other place in South America), despite the different economical and political situations of those countries. The nastiness, dirtiness, the 'everyone around you is dangerous' mentality, the 'breaking of the rules is the main rule' unwritten law. I don't know how marketing and the gap between rich and poor is going on these around those since I haven't been there in the last 5 years (when I was there, Brazil had one of the worst gaps between top and bottom classes in the world). Even though I was from one the 'richer', 'most European' parts of the country, I could not feel more uncomfortable and threatened there.


terça-feira, dezembro 28, 2004

Pra vocês não dizerem que eu não dei nada de natal, aqui está.

Todo mundo pergunta para os artistas: - Mas de onde vem as idéias?

Eu tenho a resposta.

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Da série Grandes Idéias: uma revista que dedica cada uma de suas edições a uma pessoa. Uma pessoa qualquer, comum, se isso existe. Fotos, entrevistas, matérias, todas as seções clássicas de uma revista, dedicadas a esse fulano ou fulana. Re-magazine.

Link roubado do grande Momus.

(Eu lembro de uma revista brasileira, acho que foi a TPM, que no lançamento fez umas minirevistinhas sobre algumas pessoas. Mas além da idéia ter sido surrupiada daqui, suponho, tinha um excesso de coolness nessas pessoas escolhidas que, a meu ver, comprometiam um pouco a idéia original.)
mas pra não perder o espírito de porco, vi um cartum muito bom: criança miserável na rua pede esmola pra papai noel. o velho batuta diz:
- você sabe a regra, rapazinho: criança que não come, não ganha presente.
então. aqui estou eu xingando o natal como sempre e na noite de 24/25 ganhei o melhor presente possível: um amor novo. papai noel, esse velho batuta, como diziam os ratos de porão, deve ter lido a ficha errada e acreditou que me comportei esse ano.

mas não estou reclamando. :)

quinta-feira, dezembro 23, 2004

eu sei, eu sei, o final de ano é uma época depressiva pra cacete. mas há esperança. quando se encontra alguém doente o suficiente para criar isso: o dia a dia do alien e predador.
no inferno é natal todos os dias.

terça-feira, dezembro 21, 2004

se você tem um cérebro e aprecia usá-lo, eu recomendo firmemente o site do músico imomus, o click opera.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

então li o partículas elementares nesse final de semana. atomized, em inglês. é um livro sombrio, meus amigos. algo como o fracasso da experiência humana. e o que vem depois disso. não sei se recomendo a alguém, não. pelo menos não para ler no fim de semana.
Mister Adriano Moraes being held for public urination.

Ahhh, momentos incríveis da vida..

sexta-feira, dezembro 17, 2004

contradição é meu nome do meio. lendo um post de jorge, onde ele se descreve como um sujeito tranquilo, moderado, que não usa drogas e quase não bebe (tudo verdade) fico imediatamente meio exasperado. jorge é um tanto mais novo do que eu e tem um tipo de tranquilidade que pra mim ainda está longe no horizonte. parte de mim (uma paret bem pequena) admira essa tranquilidade yogue oriental. parte de mim acha que isso é uma fuga violentíssima da vida. que o caminho dos excessos, o palácio da sabedoria, etc.

voltando ao horizonte perdido, shangrilá tinha uma piscada de olho fenomenal pra isso. os monges viviam em um templo secular à beira de um vale. mas descendo o vale, eles chegavam numa cidade que tinha bares, bordéis... :)

acho que não vou estragar o livro pra ninguém contando que eles acharam uma forma de viver até os 160, 180 anos. então, digamos se você chegava em shangrilá aos 20 ou 30, eles aconselhavam uns 40 anos a mais pelo menos de pleno uso das facilidades da vila. para acalmar a carne. afinal você ia ter mais um século para se dedicar à vida da mente.

não temos esse prazo todo à nossa disposição. então, acho que tenho uma certa pressa de aproveitar meu tempo. :)
partículas elementares, de michel houellebecq, é um livraço. livraço. já tinha lido em português uns anos atrás, em uma tradução muito canhestra do juremir machado. como meu francês não vai além do bounjour mon amour, achei uma tradução em inglês agora onde deposito mais esperanças.
alguém me perguntou sobre o que é o livro. quando um livro é realmente importante é difícil responder essa pergunta. mas eu diria que é sobre dois assuntos importantíssimos no mundo: física quântica e sexo.
um climaço decadente de pós-revolução sexual, um cinismo que tomou conta do mundo. uma mistura de sacanagem com filosofia. o que é uma coisa tão francesa como baguette.

quinta-feira, dezembro 16, 2004

por algum tempo eu vinha pensando que gabi era uma personagem, pronta para os quadrinhos. inclusive as fotos estavam lá como referência, tons of.

foi com algum desgosto que descobri que um par de americanos tiveram a mesma idéia. street angel é tudo que eu gostaria de ter feito para transformar gabi numa heroína de quadrinhos. está lá a atitude, os patins (no caso skate), o fator coolness...

too bad, mongabi. mas hey, ainda está em tempo de você tentar um processo contra eles. :)

terça-feira, dezembro 14, 2004

então não tinha lido nada do simenon até agora. estou lendo esse o fugitivo e é, como diz o clichê das resenhas, um vislumbre da mente criminosa bem impressionante. não por ser um vislumbre em um mundo alien, mas por mostrar que não é nada que eu, você ou o seu vizinho não possa fazer. saí de casa para o trabalho me sentindo incrivelmente culpado, como se o crime fosse meu ou como se todos soubessem o que minha mente criminosa tinha planejado.
ridículo, uh?
ah, sim e sonhei que era preso e era uma coisa incrivelmente dramática e filmesca. acho que ando lendo policiais demais.

segunda-feira, dezembro 13, 2004

ok, mas se vocês acham que falta sordidez hoje nesse blog, que tal sexo explícito entre bonecos? é uma cena supostamente censurada de team america, o filme feito com bonecos pelos criadores de south park. enjoy.
outra muito boa do lama é que a missionária americana pergunta para ele o que fazem os lamas. eles responde:

-they meditate and look for wisdom.

- but that isn´t doing anything!

- then, madam, they do nothing.
felizmente, eu diria, não tenho nenhuma aventura para contar hoje. o final de semana foi tranquilo como pretendia e voltei à produção.

os livros salvam, sempre. na sexta feira passei num sebo e comprei meia dúzia. li uns dois e meio. um deles foi lost horizon, que tinha lido quando era garoto. e achei bem divertido. para quem não lembra é daonde veio o nome shangrila, aquela terra mítica de paz e tal. pois o lama de shangrila tinha um dito muito bom sobre essa coisa dos excessos (e o outro excesso que é o do asceta):

Nós praticamos aqui a moderação. Governamos nosso povo com rigor moderado e posso dizer que eles são moderadamente sóbrios, moderadamente castos e moderadamente honestos.

sexta-feira, dezembro 10, 2004

talvez eu precise casar, talvez eu precise jogar fora meu celular (e sonhei que fazia exatamente isso ontem). aliás, com tudo isso, os sonhos andam conturbadíssimos. maior climão david lynch com um toque de abel ferrara.

but watch me as I turn off my cell phone today and stay home.

quinta-feira, dezembro 09, 2004

eu pensava que o preta´s bar era o mais baixo que se podia descer, no estilo uma-parada-antes-do-inferno, mas o eggo´s consegue ser pior. embora infinitamente maior e mais, digamos, estruturado, o nível de sordidez é incomparável. nunca vi tanta gente feia, tanta música ruim, tantas más intenções no mesmo lugar. o ambiente é literalmente um calabouço, onde só faltam as correntes na parede ou uns legionários empurrando cristãos para a arena. as mulheres todas parecem profissionais, não pela beleza, (hahaha) mas pelo olhar fixo, reptiliano,a boca contorcida. não é nem luxúria. é uma forma menos viva de sexualidade que move aqueles corpos.

faz você se perguntar ( e eu também) que catzo eu fazia por ali. não sei. vou deixando a corrente da noite me levar e quando vejo estou em um lugar desses. vale lembrar que fica nos limites da civilização, saindo da cidade. ali pelas 5 da manhã fui resgatado por amigos que iam para o laranjal. então vimos o dia nascer com as ondas batendo, mas não havia nada de confortante na imagem. lembrei dos filmes de fellini, onde com frequência os personagens vão buscar alguma forma de absolvição na praia, uma epifania qualquer que não chega. me senti tão alien quanto no calabouço. é um mundo estranho.

segunda-feira, dezembro 06, 2004

então zé louco sozinho fez mais sucesso que todas as perversões juntas. ele nem imagina. :)

mas a diferença acho é de um post escrito por gosto e outro por encomenda. ficou como um catálogo e pouco convincente, uh?

além de jorge, que já conheceu um zé louco, já ouvi outros relatos. daí pra virar lenda urbana é um passo. a lenda do zé louco.
passei o fim de semana na companhia de uma loira de 17 anos que me deixou exausto.
o nome dela é joss stone e milhões de pessoas passaram o fim de semana com ela também. devem estar satisfeitos como eu, suponho. a garota é tudo o que o hype diz e muito mais. digo exausto porque é uma experiência exaustiva ouvi-la. experiência catártica, emocional, vibrante... não consigo imaginar baixar o som e fazer outras coisas enquanto ela canta. nem aquelas. o som tem que estar bombando e você tomado por essa voz absurda. soul, gospel, toda a música negra no corpo (sensacional) dessa loirinha americana. amen, joss. não podia recomendar mais.

(O segundo, é o que comprei, body, mind & soul. não consigo imaginar que o primeiro seja ruim, mas não posso jurar.)

sexta-feira, dezembro 03, 2004

bom, aparentemente meus leitores são bem versados nesses assuntos todos. comecei a série a pedido de jorge e ele não está impressionado. quer mais. more dirt! more details! eu tenho um certo receio que esse blog seja rebatizado como freak show, jorge.

além de tudo, hoje é sexta-feira. chega de falar de práticas sexuais degradantes e sórdidas. vamos ver se consigo realizar algumas. :)


Woody Allen: Não é verdade que sexo seja uma coisa suja e sórdida. só quando é bem feito.

eu vinha no caminho pra cá pensando em um fetiche bem mais popular que é o dos uniformes. esse não é difícil de entender ou simpatizar, não? o que eu entendo disso é que se trata de colocarmos sexo onde ele não está, nãodeveria estar. o que, convenhamos, é um impulso vital e e rebelde. mais ou menos o mesmo do sexo feito em lugares públicos. mas há variações, há temas diferentes sobrepostos. as enfermeiras, por exemplo me parecem um tanto regressivo. no sentido de ser cuidado, de voltar a ser criança. ( e sexualidade regressiva no brasil daria um post gigantesco, parece permear todo nosso imaginário.) já a colegial é o contrário, é uma pedofilia teatralizada, é uma adulta travestida de criança. os uniformes militares e policiais andam fazendo bastante sucesso entre as mulheres, aparentemente. os amigos no exterior talvez não saibam, mas andou havendo um frenesi com bombeiros por aqui. na vida pública de celebridades, na novela... existe um componente de risco aí, eu suponho, de trasngressão, de ter tesão por quem você deveria temer ou ter respeito. mas enfim. no fundo estamos sempre fantasiados disso ou daquilo.

eu tenho uma bronca em geral com regressão, com adultos que se comportam como criança e nada vai tão longe nisso como os abes. o que são abes? adult babies. criaturas cuja fantasia é estar de fraldas, num berço (enorme, eu suponho) e ser cuidado por uma enfermeira. vou pular os detalhes, acho. aliás eu acho que vou passar mal ali no banheiro e já volto. ugh.
alguém escreveu ( e eu mataria por essa descrição) que o trabalho eletrônico do Everything but The Girl era música "para dançar com lágrimas nos olhos". Ahh. Enfim. mas a questão aqui é: o pop pode ser incrivelmente sofisticado. corrigi essa semana um erro histórico de minha parte quando, num sebo comprei um vinil dos pet shop boys, por conta de uma música que me agradava. o álbum é o behaviour, aquele com as quatro fotos pequeninhas na capa. a música estava lá, mas dio, muito mais também. é como se fosse um mcdonald´s feito por um chef francês. de longe você vê aquele produto pop perfeito, mas de perto...

a música que eu buscava era being boring, também um dos clips que mais amava na mtv, uma cena felliniana interminável de excessos, a fascinação adolescente de alguém que se vê em um mundo adulto, perverso e maravilhoso. rodado em película, em preto e branco em uma casa que é só luxúria e decadência, reencena uma festa sem fim, com pessoas andando de patins pelos corredores, casais na banheira, gente linda e louca. e a música é um coming at terms dele com sua figura adolescente... / When you?re young you find inspiration In anyone who?s ever gone/We had too much time to find for ourselves/And we were never being boring

Now I sit with different faces/ In rented rooms and foreign places / All the people I was kissing / Some are here and some are missing.../ eu poderia colocar a letra toda aqui, mas mas você pode ler aqui. no momento estou mais encantado com october simphony, que começa eletrônica pop e irrestistível e vais aospoucos adicionando maldades tão sutis...primeiro é a guitarra de johnny marr, que vem em intervalos, como que de longe...depois um vocal black..quando o quarteto de cordas entra é de um estranhamento e uma beleza... no final ele volta, quando o maquinário eletrônico vai diminuindo e parando as cordas ficam ali, ocupando o espaço, falando de uma festa que acabou.

beautiful.

quinta-feira, dezembro 02, 2004

eram 5 da manhã no preta´s bar e meu amigo gay estava dançando com um caminhoneiro chamado zé louco.
que tal isso para um começo? (eu também gostei.) minha acompanhante era uma amiga dele, que gostava de garotas, oh vida. uma coisa sussurrante e insinuante, que parecia deslizar quando andava. se comportava um pouco como uma princesa russa, levemente entediada, mas cheia de finesse e simpatia. mulheres. como uma garota pode ter esse savoir faire com vinte e poucos anos? algumas horas antes eu tinha descoberto que minha ex namorava agora o maior traficante da cidade, que me foi apresentado e se revelou uma criatura perfeitamente tranquila, que só tomava água.

zé louco tinha se juntado à nossa troupe umas duas horas atrás, em outra zona que fomos (noite longa) e parecia encantado com a situação. éramos 4 ou 5 perdidos numa noite suja, literalmente, mas bastante felizes.
um post encomendado sobre perversões, então? porquois pas?

por onde começar, se pergunta jack. se entendo bem o que freud quis dizer, perversões são práticas que substituem o ato sexual, em vez de se somar à ele. mas não vamos ser assim tão científicos.

jorge estava falando das dominatrix. como qualquer um desses ramos, comporta um sem fim de variações. existe uma linha mais clássica, digamos, que depende um pouco da mise en scene, da roupa de couro, do chicote.. mas isso não é uma regra. existe todo um movimento que se chama femdom, female domination, que é uma coisa mais complexa, menos teatral e mais vivida, digamos. é o tipo de de coisa que se desenvolve muito em casamentos. ao contrário de uma dominatrix, que geralmente é visitada esporadicamente e paga por sua performance, o sub busca uma mulher dominadora para relacionamento longo. porque a idéia é que essa dominação se estenda a todos os aspectos da sua vida. ele pode usar um cinto de castidade, por exemplo, artigo muito popular entre esses casais. a idéia é que ele a sirva oralmente todos os dias, use um consolo nela se assim solicitado e eventualmente assista ela receber um convidado que o substitua nas funções conjugais. uma vez por semana (ou uma por mês ou ou ou...) ela tira o cinto e permite algum alívio para seu exultante sub. geralmente isso é feito de forma ritualística. o fulano é algemado (para não sofrer a tentação de não pôr o cinto de novo) e aí os métodos variam. mas raramente envolvem penetração. a dele sim, em alguns casos. é tudo uma questão de níveis. alguns casais levam isso mais como um jogo, outros como um modo de vida. várias subescolas aqui também. em algumas o homem é transformado em uma mulher, com vestido, peruca, depilação, etc.

em defesa dessas criaturas, frente o olhar horrorizado dos meu leitores, eu acho que eles são violentamente felizes. você pode pensar que a vida dele é só privação, mas veja bem: ele está vivendo em tempo integral sua fantasia mais profunda. não é pouco e não se pode dizer isso de muitos de nós. se a curiosidade existir, esse aqui é um site bem interessante. além de mostrar fotos dos modelos mais populares dos cintos, tem um estoque interminável de ficção do gênero.

obviamente isso é a introdução da introdução da introdução de um só tópico, mas não posso passar o dia falando sacanagem com vocês, posso? :)

volto ao tema.

terça-feira, novembro 30, 2004

talvez uma feliz influência tenha sido a releitura de henry & june, de anais nin. henry miller sempre passa como o garanhão ( e anais não nega isso) mas veja bem: anais estava tendo um caso com Henry, um affair com June, um drama erótico com o primo, umas escapadas com o psiquiatra e ainda tinha energia e carinho para com o santo, santo marido.

faz você suspirar.

mas mais do que isso: ela era ótima com todos. ninguém se queixava.
epilogue: talvez um dia eu ache THE ONE, mas nesse meio tempo, the next one´ll do just fine, thanks.

ou como cole porter diria, de forma tão mais elegante:

It´s the wrong time, and the wrong place / Though your face is charming, it´s the wrong face/ It´s not her face, but such a charming face That it´s all right with me.

You can´t know how happy I am that we met / I´m strangely attracted to you/ There´s someone I´m trying so hard to forget / Don´t you want to forget someone, too?
às vezes acho que já escrevi alguma coisa por aqui, mas what the hell. se for, vai de novo, porque anda pelo meu cérebro de novo.

sonho com um mundo intercambiável. com presenças, quero dizer. porque fulana deveria sofrer com a ausência de beltrano se eu estou completamente disponível e sou um modelo similar? um genérico perfeitamente aceitável? não se trata de levar qualquer um(a) pra sua cama, mas há um número bem vasto de opções. os seres humanos não são tão raros assim.

há o amor, claro, aquele estado raro em que você está plenamente convencido de que é aquela e não outra. mas esse sim é raríssimo. nesse meio tempo, acho que devíamos ser todos tão felizes quanto possível.

venho tentando praticar isso, mas nem todos estamos convencidos ainda da beleza dessa idéia.

tive uma noite incrível ontem, mas com alguém que não vai se decidir por agora, não vai dar nenhum salto, não se decidiu. (e é uma loooooonga história. Jorge e fê vão lembrar de um show do vitor que vimos com ela em porto alegre, eons atrás). foi realmente uma noite rara e saí de lá leve, feliz. mas já olhando pro lado. levei minha felicidade pra beber e vi tantas bellas. a vida é tão vasta. eu não posso ter todas. mas um pouquinho de cada uma me faz feliz.

segunda-feira, novembro 29, 2004

gracias, gracias, gracias a fê e jorge por postarem as fotos de cortazar. me pus bobo. cortazar me pega de uma maneira diferente de qualquer outro. posso admirar outros escritores, pintores, músicos, mas julio... I don´t know. cada foto do velho louco me emociona. e aquela primeira é ele criança? dio, os olhos daquele serzinho... ah sim, e ver fafner em toda sua glória colorida.... eu nem sabia que ela era vermelha. :)
uma galeria nova no sadcomics. resultado de uma sessão muito feliz no final de semana. um retorno ao pincel. andava achando meu trabalho meio anêmico. então fiz aquele mergulho: pincel, tinta, nenhum esboço, nenhum tema. só a volúpia da linha. a mim me fez feliz. o resultado está aqui, em black&white.

quinta-feira, novembro 25, 2004

aí eu me faço de lurker. entro no orkut, começo a olhar os amigos dos amigos, os fotologs dos amigos dos amigos dos amigos... daqui a pouco estou dentro da vida de alguém que não tenho a menor idéia de quem seja, de como cheguei lá...

não chega a ter nada de obsceno nisso, só sintomático de uma época. tenho olhado muito o fotolog dessa pessoa aqui. dio, que rosto. não é uma questão de rosto-de-barbie, mas uma cara linda mesmo, cheia, viva.
como eu já falei uma vez, é triste quando você faz a ronda dos blogs em busca de calor humano. por exemplo, preso no trabalho, em um dia sem muito pra fazer. e parece que não há blogs suficiente.

terça-feira, novembro 23, 2004

são momentos, e devemos ser gratos por eles. eu tento colecioná-los sem fazer muito alarde. outro precioso veio quando sentamos na mesa, comendo na penumbra, em uma camaradagem tranquila que não tem preço. rindo um pouco por alguma bobagem. ela tem uma voz grave, mãos muito exatas e uma risada linda.
primeiro ela foge, foge como uma ninfa de um sátiro.
ontem, quando estou fumando na janela dizendo pra mim mesmo que desisto e xingando seu nome em várias línguas, o carro pára em frente a minha casa.

ela se joga no banco como se dissesse "não sei porque estou aqui" e eu olho da sacada. os dois brincamos, ela em não sair do carro e eu da sacada. mas rindo. certas coisas não precisam de palavras.

segunda-feira, novembro 22, 2004

bom, sketchcrawl foi bastante bem. embora eu não tenha ido desenhar em tóquio, como o autor da idéia, meus modestos arredores renderam. está tudo aqui. aviso: muitos desenhos. deixe carregar e dê uma volta. leva um tempo.

sexta-feira, novembro 19, 2004

Morreu Borjalo. Eu gostava do trabalho dele, daquela pureza de linha, prima do Saul Steinberg, do Sempé, do cartum mais puro. Duro é essa coisa de ele ter virado um homem de tv, braço direito do Boni. A biografia dá conta de que o desenho se vingou e ele teve um período brutal de depressão e alcoolismo. Morreu atulhado de dinheiro, não duvido. São escolhas.
deixa eu espelhar aqui um post de wilbur: enrico casarossa está promovendo dia 21 de novembro um sketchcrawl. algo como desenhe-até-cair. convidando desenhistas de todo o mundo para desenhar o domingo inteiro e compartilhar os resultados com ele. idéia bem bacana. se você for no forum e olhar a lista de inscritos, vai ver que no meio de toronto, new york, tóquio, tem um pelotas, brasil. :)

que tal, jorge? barcelona deve render bem um dia de desenho.

quarta-feira, novembro 17, 2004

então pus no ar o improv de ontem.

fifteen forever.

terça-feira, novembro 16, 2004

além de ouvir vitor e entrar em contato com outras formas de vida, também trabalhei bastante. só porque não estou colocando online não quer dizer que a produção tenha diminuído, folks. só estou sendo meio pão-duro. mas as histórias vem saindo, uma atrás da outra, em fila, comportadas. às vezes uma atropela outra, mas é de se esperar. e há que acomodar a urgência. as histórias tem um tempo, uma agenda delas. ontem foi curioso, fiz uma quase em tempo real. um telefonema, um encontro marcado, fiz duas pagininhas que comentavam o que geralmente me sucede nessas situações. e estava certo.

(mas a realidade sempre tem um twist, pra melhor ou pior. eu previa um certo embaraço, um encontro permeado de um desconforto juvenil. estava tudo lá, mas um cenário nothing hill também surgiu e nos vimos sentados em um banco da praça iluminado obliquamente, sobre um tapete de flores do ipê roxo. de vez em quando mais duas ou três caíam. foi bem.)
assim que o disco de vitor pede outra leitura. ou uma não-leitura. é um disco horizontal, me parece. como vitor mesmo tinha dito, o violão cria paisagens. um tanto áridas, então há que se espraiar por ali para se sentir em casa. para quem costumava ouvir as letras com mais atenção, não é esse o caso. ouve-se sem ouvir, deixa-se as letras entrarem. as letras são vagas, são menos discursivas, são mais textura da música. domingo consegui enfim ouvir todo. sentado, mirando pela janela, muy quieto. foi bom.

(em resposta a jorge, a quem eu tinha feito má propaganda do disco. fui apressado, talvez, jorge. é fato de que há uma névoa, que o disco é um tanto soturno, mas existem cenários ali que valem. a essas alturas você já sabe.)

quinta-feira, novembro 11, 2004

wilbur deve ser já leitor do The Beat. pra quem gosta de quadrinhos e principalmente pra quem faz, é bom pra cacete. eu leio faz um tempo. ontem me agradou muito essa história do Uncanny Valley, que fui seguindo link a link e cheguei a coisas bem interessantes.

é uma teoria sobre antropomorfismo. aparentemente surgiu no campo da robótica. humanos reagem com pouca ou nenhuma simpatia a máquinas com cara de máquinas. reagem com mais simpatia a robôs que tem características humanas. é uma curva crescente de simpatia, quanto mais "humano" o robô for. mas se o robô for demasiado humano, quase humano, há uma queda violentíssima na simpatia. é o tal uncanny valley. no entanto, se ele for completamente humano, a simpatia volta.

tem muito a ver com representação, estilização, com a maneira como desenhamos nossos personagens. me interessa muito, porque tenho me afastado do realismo, cada vez mais. principalmente desse "quase humano".

nesses links, cheguei a um artigo beeem interessante, do stephen jay gould, comentando a "evolução" biológica de mickey. aqui.

quarta-feira, novembro 10, 2004

sonhei com um fantasma que varria minha sala e cantava ao mesmo tempo enquanto eu dormia. fazia as duas coisas com tanto entusiasmo que acordava os vizinhos. fui até ele (ela, na verdade) para fazê-la parar e ela foi recuando até se fechar no quarto das roupas. sem que eu conseguisse ver seu rosto.

acordei absolutamente gelado de pânico.
então phrann tem uma campanha. vá lá responder pra ela. esse é um site onde ela e amigos ficam barbarizando (geralmente uns aos outros). aproveite e leia detroit-canoas-amor, o hino punk patti smith. demorgon

e, bueno, você sabe, phrann, esse ano foi como nenhum outro. não tenho no caderninho um que se compare. nunca amei e me fodi tanto, alternando um e outro. e foi booooooom. :)

cada vez mais aquele versinho cazuziano que beira o lugar comum faz mais sentido: solidão é pretensão de quem fica fazendo fita.

sexta-feira, novembro 05, 2004

a blurred portrait

so marie doesn´t love me. big deal.
she´s a dyke, by the way. but I didn´t give that much tought.
I said, what the hell. I sort of like her, she could like me as well. I´m not that bad.
but it didn´t work that way. buuhh.


last night I sat with her and her gay pal, both blabbing about the hideous academic world, that apparently sucks, but they can´t get enough of it. I laughed at in-jokes, made movements with my head that indicated attention and understanding and it was no good. she´s the nervous type, you know. always picking at something, looking away, making questions and not waiting for answers... you get the picture.


she´s tall. I like them tall.
you may insert here at your pleasure some rancid comment on my need to submit to women. I don´t care. I just like the way they bend a little bit when talking to you. something akward about it. it touchs me.


she had nice feet and a way of keeping her hair on a precarious balance over her head. she has nervous tics and a peculiar face. and she doesn´t love me. big deal.

quinta-feira, novembro 04, 2004

a garçonete vive. ontem mesmo escrevi o roteiro e fui meio siderado pra casa, vendo as cenas. era só uma gag, mas na hora cresceu. aliás, essa é a beleza da coisa. lendo a biografia de fellini, me encantou muito ver como ele trabalhava. uma mistura de preparação com improvisação. fica mais claro pra mim com o tempo de que o roteiro é o que o nome diz. uma rota. mas às vezes o melhor da viagem tá naquela estradinha ali. onde ela vai dar?

nos primeiros desenhos aproximatórios, que eram só pra definir a garçonete, ela já saiu falando feito uma louca. eu só tentando acompanhar. leitores talvez achem incrivelmente mistificatório esse papo de criador, que o personagem fala, se escreve, se rebela. well, das duas uma: ou estamos todos full of shit ou gostamos muito de nos enganar. porque é o que acontece. really. e é a graça toda, folks. se eu tenho tudo resolvido, tudo pré-determinado, eu realmente vejo pouca graça de continuar. então, aos poucos, achando uma outra forma de trabalhar, que é parte preparada, parte sabe-se lá o que acontece.

a garçonete ficou menos caricata, a piada ganhou carne. na minha cabeça, eu vi um outro perfil. alguém que tinha uma mente apropriada para esse tipo de leitura e estudo, mas as coisas não aconteceram assim. ela descobriu essas coisas tardiamente. e sofre, digamos, de uma certa dissociação. uma inadequação, um não-saber o que é razoável. ela lê e ouve essas coisas com grande intensidade e lhe parecem normais.

enfim. esperem, folks.
DAMN. da série COMO É QUE EU NÃO PENSEI NISSO?
Action Philosophers!
outra coisa que me consolou imensamente lendo a biografia de fellini é o número de projetos não-realizados. nós, que vemos a obra pronta, esquecemos todos os filhos bastardos pelo caminho, os projetos frustrados, ou a maneira como um projeto que não sai se transforma em outro...

alguém poderia objetar que, claro, cinema depende imensamente de dinheiro e esse é o motivo principal pelo qual projetos não saem. mas fellini tem histórias ótimas. um dos projetos mais ambiciosos dele não saiu nunca, ficou rondando por 20 anos. o poderoso dino di laurentis bancou tudo, construiu megacenários que envelheciam na cinecittá. enquanto isso, fellini tinha"sonhos premonitórios", palpites, intuições.... mil argumentos imateriais para não fazer o filme.

wilbur, sempre pronto a me chamar de vagabundo, vai dizer que estou só buscando desculpas. para o nosso falecido projeto dos cômicos, por exemplo. mas eu vou realmente cada vez mais pelo meu palpite. não sou fellini, uh, mas enfim. isso é no final das contas um brinquedo maravilhoso. devemos fazer o que nos dá na telha. exatamente isso. :)
ainda
mais considerando que não existem cenários mofando, atores sem emprego, produtores enlouquecidos... voltamos a crumb: it´s only lines on paper, folks.

quarta-feira, novembro 03, 2004

deleuse no balcão

daonde vem as idéias? de todos os lugares. estava comendo uma empada incrivelmente gordurosa quando ouço a garçonete da lancheria dizer: deleuse no balcão.

sei lá o que ela disse de fato, mas imaginei na hora uma história. garçonete de lancheria lê filosofia todo o tempo e não tem idéia de contexto. então, quando um cliente olha o cardápio e fala, mais pra si mesmo, "não sei o que quero", ela pode dizer algo assim:

- segundo deleuse, o querer está intrinsecamente ligado com a impossibilidade da distância entre o eu e o objeto do desejo. em termos ontológicos, claro.

silêncio perplexo do cliente.

e assim por diante.

tenho três opções: a cumplicidade de alguém que de fato leu isso (alô, A.), a cultura copiar-colar da internet ou simplesmente inventar tudo. o que parece bem mais divertido.
o primeiro encontro com a crítica.

foi cedo. eu devia ter algo como 10 anos e apresentava meu primeiro esforço literário, aham, para a platéia seleta de meu pai e mãe. era, novo aham, uma história de lobisomem. onde eu usava desavergonhadamente o clichê do pêlo de animal encontrado no local do crime que, pela manhã se transformava em um fio de cabelo. uau. mas não foi isso que abalou minha platéia. foi a manchete do jornal fictício de minha história: HOMEM CORTADO EM TIRAS. para mim, o máximo da selvageria possível. mas a platéia familiar desandou a rir. grande embaraço do escritor. história prontamente arquivada. morria ali minha vocação para stephen king.

segunda-feira, novembro 01, 2004

resumão da ópera:

ainda sem telefone and loving every minute of it, como diz a musiquinha. impressionante o alívio. vou colocar uma placa como aquelas de fábrica: tantos dias sem telefone.

obsecado com o livro. montando ele na minha cabeça e no computador. o tipo de coisa do qual você precisa se ver livre. ir adiante. é como queimar aquelas páginas: no momento que elas saem de casa, você se sente renovado para ir em frente.

novo CD do finley quaye : maaaravilhoso. difícil de expllicar. ele já teve pitadas de reaggae (embora fosse um reggae chuvoso, digamos, oposto ao solar) agora tem ondas de folk, pitadas de eletrônica, mas grandes arranjos, grandes melodias e cada faixa te surpreende e te alegra de uma forma muito tranquila.

ao contrário, o novo de vitor ramil, lamento informar aos amigos distantes, é tetricamente triste. isso vindo de mim, o homem que ama a melancolia. mas me parece que vitor passou do ponto. as primeiras audições foram doloridas.

kill bill vol. 2. uhhh. não posso dizer muito. tarantino, tarantino. mais falação, claro, como dizem as críticas. mas ainda nem um minuto chato no filme todo. e eu passaria duas horas só olhando para uma thurman, anyway.

sem tv, também. não é nenhum obscurantismo, mas pura coincidência. e tenho lido o dobro e gostado muito. uma biografia muito boa de fellinni e um livro desconhecido chamado mary swann, que parte de uma poeta obscura e costura várias vidas de pessoas ao redor, o mundinho acadêmico, as vaidades, as paixões... surpreendentemente bom.

PT perdeu em todas as cidades que disputou. lamento, de fato. nunca fui militante, mas não me parece que exista uma opção melhor.

sexta-feira, outubro 29, 2004

o fim de semana começa como deveria: it´s pay day, abre nossa modesta feira do livro (grande vantagem: um lugar para beber todo dia), CD novo do Vitor na mão e uma experiência bem sucedida: desliguei o celular dois dias atrás e estou achando uma experiência maravilhosa saber que aquela porqueira não vai tocar. o supremo luxo nesses tempos é ter tempo.

terça-feira, outubro 26, 2004

sobre certas coisas, como amores completamente errados, amigos não podem oferecer mais do que bom senso. e infelizmente, that´s no good.

segunda-feira, outubro 25, 2004

diário do homem feliz.

levantar na segunda-feira para fazer tratamento de canal. é o tipo de perspectiva que torna esse adorável dia ainda mais...you know. mas enquanto forço meu corpo a se levantar da cama (com grande dificuldade), uma visão: minha vizinha trocando de roupa. pronto. esse é todo prozac que um homem precisa para levantar feliz. aparentemente não existe algo como excesso de mulheres nuas na vida de um homem. é uma visão que não se gasta. particularmente de mulheres desconhecidas. não há mistério possível, não há tanta variação assim, mas ah. são mundos.

resumindo: fui sorrindo como um maníaco para o dentista. e ainda não precisei fazer o tratamento de canal! deus me ama.

sexta-feira, outubro 22, 2004

talvez você esteja cansado da guerra no iraque e esse link venha um tanto tarde, mas enfim. descobri há pouco tempo esse bagdah burning. blog muito bom de uma garota iraquiana, que além da revolta esperada, mostra humor também, como quando ela comenta que oprah se tornou um show popular no iraque, porque eles acham simplesmente hilário assistir aos "problemas" dos americanos. outro momento muito bom de humor iraquiano é esse aqui: vá no google e digite Weapons of mass destruction. depois aperte no botão I'm Feeling Lucky (ou Estou com sorte). leia com atenção a página de erro que vai surgir depois.

quarta-feira, outubro 20, 2004

o incrível de henry miller é o otimismo dele. frente à situação mais desesperada, ele exulta. se eu lembro de uma parágrafo que dizia algo assim:

"sem dinheiro, sem planos, sem projetos nem possibilidade nenhuma. sou o homem mais feliz do mundo."

claro que a paris que ele vivia era a dos anos 20. mas ainda assim. ele escrevia sem saber onde ia dormir naquele dia. onde ia ser a próxima refeição. e com um entusiasmo inquebrantável.
kerouac me lembra dele. ele parecia um animal tão saudável quanto miller, uma criatura sólida, cheia de vida, de um entusiasmo americano primordial, que vinha da fonte do país, de whitman, do espírito desbravador. mas ele quebrou. no fim era um homem amargo, desiludido, com o espírito partido.

isso dava uma tese. não sou a pessoa certa para formalizar isso tudo, mas pensei muito no assunto.
andei relendo meu henry miller para poder lidar com tudo que aconteceu. com o furacão humano que andava povoando minhas noites. que agora se foi, de fato. foi uma separação em vários atos. o último foi particularmente trágico e não posso realmente contar aqui. envolve coisas que não gostamos de saber, aspectos da vida que estamos tão feliz ignorando. tudo é vida, tudo é aprendizado, tudo são luzes que se lançam em cantos escuros. cantos muito escuros. é como um filme de david lynch. você volta pra luz, lembrando que a sombra existe. que de fato existem forças que puxam algumas pessoas para baixo. e que você pode estender sua mão, mas é só. talvez a isso se chame ser adulto, entre outras coisas. não é fácil.

segunda-feira, outubro 18, 2004

Para quem achar familiar, é porque é um personagem que retorna. A primeira aparição dele está no Sad Comics, você mire na coluna da esquerda e vai encontrá-lo ali. Um amigo que lida com essas coisas, após ler a história me disse que tinha muito a ver com o mundo dos espíritos. Eu nunca tinha pensado nisso, mas vai saber o que a antena capta. Nessa história nova, claro, isso já está como um dado mais consciente. É assim que funciona. Você pega coisas do mundo, o mundo responde.

Não é um retorno, mas temos um improv para oferecer. Enjoy. Posted by Hello

quarta-feira, outubro 13, 2004


Roubado desse fotolog sensacional: http://www.fotolog.net/smith/ Posted by Hello

segunda-feira, outubro 11, 2004

certo de que tenho que fazer um livro. que é a coisa certa, para limpar as gavetas e ir em frente. um primeiro disco. aquele que tem as canções guardadas.

além do trabalho todo de edição e organização, preciso de um nome para meu bestiário e está difícil. curioso que tenho títulos bons para histórias que não saíram. esse final de semana organizei tooodas minhas histórias. horas e horas sentado no chão, fazendo classificações. projetos-que-podem-sair, projetos-que-não-vão-sair, projetos-que-saíram-e-ficaram-uma-merda, projetos-que-merecem-ser-publicados... por aí.

na categoria dos que acho que não vão sair, dois títulos que gostei muito: felizes como macacos e intruções para a manutenção do mundo.
ah, sim e um que ficou na minha cabeça como possível título para alguma coisa algum dia: está um dia lindo para se separar.
De repente esse disco do Iggy Pop começou a fazer muito mais sentido pra mim:

"I tried to keep her but she buried me alive in love and jealousy and every emotion tottaly free screaming at once."

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sonho com fê e jorge. tão vívido, folks. de repente estava perto de vocês de novo.

ah, e fran. também, em outro segmento do sonho. bom te ver de novo, dear, mesmo que no éter.
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metáfora: o improvisation era como sexo casual: não se está sozinho, mas também não se está acompanhado. agora volto ao barato e às aflições do envolvimento. escolhendo uma história para fazer, me preocupando, imaginando como, daydreaming... a metáfora funciona muito. existe o encanto do período de estar dentro de uma história, o vazio depois que acaba...

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sexta-feira, outubro 08, 2004

mais um motivo de orgulho, mais um amigo publicando no exterior, mais um que me pergunta porque eu não estou publicando ainda.

(a resposta é porque sou enrolado, desconfiado, inseguro, etc, etc. mas pretendo. é para onde as coisas caminham.)

mas o amigo é josé, alguém que muito antes de eu sonhar ter a disciplina dos quadrinhos, já estava lá, debruçado na prancheta, produzindo, produzindo. então, esforço recompensado, recompensa merecida. o álbum está aqui.

quarta-feira, outubro 06, 2004

depois da belle, meu blog favorito teria que ser o da consuelo. tudo que ela escreve interessa e tem o mix ideal de vida, pensamento e escrita. e no meio da coisa mais pessoal você lê um parágrafo inteiro de política sem se dar conta. ela tem também a ética de só escrever quando tem algo a dizer. demora, mas vale a pena.
Sundown is the start of Rosh Hashanah. I'm afraid, darlings, the time has come for me to go.

Já faz uns dias que a Belle du Jour se foi. Talvez meu blog preferido. A mistura certa de vida, boa escrita e humor fino. Bueno, era tão bom que rendeu pra ela um livro e uns contatos televisivos. Quem sabe a próxima Bridget Jones. Uma leitura diária a menos.

Aliás, good lord, o livro não está nem pronto e já está a venda na Amazon.

terça-feira, outubro 05, 2004


um dos duzentos projetos seria desenhar uma história inteira assim. na verdade eu gostaria d ver esse tipo de desenho megaampliado. tipo banner enorme. Posted by Hello
não tem um filme chamado a falta que ela me faz? pois depois daquela sexta feira ensolarada em que me separei quase assobiando, cada dia traz mais ecos dessa bella inquieta. algumas pessoas te pegam de surpresa. essas relações que no início você não dá nada, acha que é só marola. a língua inglesa tem essa expressão, to grow in you, de algo ou alguém que se infiltra em ti sem que você perceba. cresce em você. e me vejo a cada dia sentindo falta dos defeitos dela. usando uma expressão mais científica: tá foda.

domingo, outubro 03, 2004


Essa é para os leitores pelotenses: nossos freaks da eleição. Cururu, vitorioso (5.000 votos até o momento) e Haidê, com 150. Posted by Hello
Caso alguém ainda não tenha lido sobre the real terminal man.


sexta-feira, outubro 01, 2004

total que adquiro uma experiência de separações que é uma coisa obscena. mas também faz com que sejam cada vez mais breves e melhor resolvidas. a de ontem teve dois turnos. o primeiro no meio da tarde, no cruz de malta, foi brevíssimo mas acabou mal, com algum rancor e coisas não-ditas. depois ela me liga no meio da noite para continuarmos. entre cervejas e substâncias várias fomos até as 5 da manhã falando, falando. e foi bem. dormimos e acordamos felizes e bem resolvidos. que maneira melhor de resolver as coisas? nos despedimos com um beijinho e fui andando pelo sol de um dia glorioso e pensei: está um dia lindo para se separar.

quarta-feira, setembro 29, 2004


Série de ilustrações para uma revista de Curitiba. Fiquei feliz com o estilo não-sei-pintar-dentro-das-linhas. Posted by Hello

terça-feira, setembro 28, 2004

dias enrolados em papel cinzento. aquele cansaço que vem de lugar nenhum e que é simplesmente de estar vivo. acontece.
grandes (e simples) idéias.

uma revista toda sobre objetos achados na rua.

segunda-feira, setembro 27, 2004

o final de semana me deu razão sobre o improv. comecei uma história nova como fazia: com tempo, com calma, escrevendo o roteiro, trabalhando sobre cada quadrinho...

eu acho que, evidente, a disciplina que uma tira diária dá, por exemplo, é muito grande. mas também pode te levar a apelar para clichês na pressa. a mágica é não deixar isso acontecer. mas enfim, num projeto sem prazo você se permite mais procurar o gesto exato, aquela perfeição que não existe, mas que se busca.

sexta-feira, setembro 24, 2004

dias cheios. acabei uma história pra sair na mosh, outra pra sair na vinil, coincidentemente as duas revistas de música. também acabei minha primeira matéria publicada, que vai sair na aplauso. foi uma estréia meio dura como jornalista, peguei uma matéria sobre um grupo de teatro que tem 90 anos de história. muitas datas. me estressei e a matéria saiu mais fria do que gostaria. mas é uma estréia.

por outro lado, o improvisation morreu de velho. não precisei decidir nada. vou só pôr uma pá de terra em cima. preciso me dedicar aos projetos mais longos, senão não sai nada. grato aos amigos que defenderam o projeto, mas não está dando. conforme saírem histórias novas aviso aqui pelo expresso.

terça-feira, setembro 21, 2004

se eu fosse paul auster, eu estaria muito satisfeito comigo mesmo. além dos livros de poemas, das traduções e de alguns ensaios espalhados por aí, ele tem 9 romances publicados e são nove livros muito sólidos. eu diria que são todos muito bons, mas eu sou supeito, porque li todos. o novo, the book of illusions, pôe mais uma jóia na coroa. de novo ele consegue te levar com o coração na mão página por página, de novo você se vê poupando o livro para que ele não acabe, de novo você não consegue achar um parágrafo chato no livro inteiro. e para mim foi uma daquelas sincronicidades (que ele adora, aliás) do livro tratar de um humorista dos anos 20-30, um praticante da arte silenciosa do cinema mudo. que vem a ser o tema de meu projeto com wilbur. ainda que muito aconteça nos livros dele, não se pode revelar muito. posso dizer que não se anda em linha reta por ali. e que vale muito a pena. tente.

quinta-feira, setembro 16, 2004

aprendendo a viver ( e quase sem dinheiro) e aprendendo a desenhar. engraçado que comecei a frase achando que ia ser uma lista comprida mas é isso mesmo. no fim, é o que conta pra mim: viver decentemente e fazer o trabalho que quero fazer.


aprender a desenhar é duro. não tem muita escola. se trata de conseguir produzir no nível que você ambiciona. minha solução temporária para o improvisation é fazer no ritmo que dá. antes tinha essa locura de colocar algo ali todo dia, mas aí atropelava o processo. agora só vou colocar quando prestar. tipo essa história nova fiquei muito feliz com o primeiro quadrinho. tá tudo lá: o ambiente, a postura, os objetos. o segundo já ficou uma droga. o terceiro, idem. aí me ponho louco redesenhando, sofrendo, etc. na verdade, eu sei que se perdoa desenhos ruins ou medíocres se a história é boa, mas fazer o quê se sonho com o desenho perfeito?

a cor também foi temporariamente banida. estou colorindo no jornal, sem computador em casa e não estava ficando do agrado. melhor assim. vou fazer com que eles se defendam em pb. que a cor seja um luxo, mas não uma muleta.

aprender a viver também não é fácil. como é o negócio do zen? the right understanding, the right action, the right thinking..são oito pontos. significando que você tenta fazer tudo direito, do momento que acorda ao que dorme.

é uma batalha.

segunda-feira, setembro 13, 2004

bastante em dúvida com o improvisation. por supuesto que para os leitores deve ser divertido ter algo ali (quase) todo dia, mas me pergunto se não está me acostumando mal. nesse findi fiz estudos para meu trabalho com wilbur e olhei para o formato de uma página tradicional de novo com horror. de repente aquele espaço me pareceu gigantesco, inconquistável. e a persistência de se manter em uma história, de desenvolver personagens... sem falar que coisas como essa gag do homem elástico hoje acabam sendo realizadas meio toscamente. são materias que podiam render mais com mais tempo, mais amor ao trabalho. preciso adquirir fôlego de novo, me parece. e o tempo gasto com o improvisation é o tempo que tenho.
jimmy corrigan tem um impacto em vários níveis. nesse findi dei meu primeiro passeio por essa terra desolada. como história é uma das coisas mais tristes que já li, mesmo. é só desespero, desespero e mais desespero. dio. às vezes eu largava e ficava dizendo meu deus, meu deus...

mas como quadrinhos... para um quadrinista é um impacto difícil de imaginar vindo de outro meio. é como se enfim alguém usasse os quadrinhos em toda sua potencialidade. não acho que alguém tenha ido tão longe. é um recomeço. não é exatamente uma reinvenção, mas um uso extensivo de possibilidades. é maravilhosamente 2D, gráfico, visual, vertical, horizontal... acho que todo quadrinista precisa se ver com ele. e eu achava que big numbers era o passo mais longo dos quadrinhos. mas big numbers ainda é uma tv onde passa um filme, uma sequência de telas. jimmy corrigan é outra coisa. algo que só podia contecer ali, daquela forma. estou impactado.

sexta-feira, setembro 10, 2004

precisando de um empurrão com sua auto-estima? vá no almanaque dos escritores e se sinta especial ao saber quem nasceu no mesmo dia que você. ou talvez isso deprima, por saber que esses fulanos fizeram isso e você não. vai saber.

(compartilhando meu aniversário temos jonny cash, levi strauss, vitor hugo, john steinbeck, montaigne, john tenniel (o ilustrador de alice), tom wolfe, graham bell e alguns menos ilustres. estou tentando entender o link entre todos esses. mas me sinto tão mais importante de repente).
como sempre, a santa internet tem, senão respostas, pelo menos mais perguntas.

assim, roger ebert pensa que So I Married an Axe Murderer" is a mediocre movie with a good one trapped inside. já um site como esse pensa que o filme é a melhor invenção desde o pão de forma e oferece um fanlist para você se filiar e praticar sua devoção. talvez num meio termo mais simpático, essa página oferece sons. você pode ouvir mike myers recitar seus poemas beatniks nonsense sobre um fundo jazzístico. que tal?
tem coisas que só a globo faz por você. não, me entendam. quero dizer que tem filmes tão obscuros (sem ser nobres) que só passariam na tv. você não ia achar em DVD (no Brasil, claro. Nos Estados Unidos tem louco pra tudo). você não ia ver no cinema, não ia passar numa mostra de fime de arte...enfim...não cabia em nenhuma categoria.

como exemplo, a pérola que vi ontem de madrugada: So I married an Axe Murderer. mike myers é um poeta performático que mora em são francisco e tem problemas com as mulheres. até casar com uma que ele acha que é uma assassina serial de maridos. eu sei, eu sei. não estou dizendo que merecia um oscar. mas era um filminho obscuro muito divertido. referências aos beatniks, jazz e poemas, uma montagem bem intencionada... fun. Nota 7. apesar da indignidade inominável que é ver um filme dublado, me diverti muito.
dia bom para escrever cartas. e porque não fazer tudo aqui?

Fê e Jorge. Espero que sem danos do palhaço. Nada se perdeu, tudo no lugar, o ap não pegou fogo? Leio por mensagens que ele já está em madrid e respiro aliviado. Nunca mais, como dizia o corvo.

Wilbur: por falar em palhaço, uh. Não desisti dos nossos. Mas uma coisa tem se somado à outra ( a desculpa do preguiçoso, eu sei). A verdade é que são vários projetos acumulados que não estão fluindo bem no dia a dia. Estou sonhando com tirar umas férias para trabalhar. Veremos.

Law: O mesmo vale para os vampiros. Vampiros e palhaços, que coisa. Mas não tenho conseguido mesmo encaixar coisas de mais fôlego no dia a dia. Aí que o improvisation tem funcionado tão bem. Mas ainda queria ver aquele sangue correr.

Relendo isso, me dei conta de quantas promessas. Hmmm. Continuo depois.

quinta-feira, setembro 09, 2004

belle du jour consegue um feito que os guris dos livros do mal (tão obsecados com escatologia) deviam estudar: conseguir lidar com cruezas muito explícitas do sexo com absoluta elegância. ela está falando de (e lidando com) fluidos corporais quando tem uma visão muito sutil do passado. eu tenho grande admiração por essa mulher.

by the way. por ter lido alguma literatura pornô em inglês, eu sei o que pre-come quer dizer, mas como se colocaria em português? eu tenho minhas dúvidas se a expressão existe. algum voluntário?
esse negócio de deixa a vida me levar me deixou afastado da mesa de desenho. hoje um retorno tímido no improvisation. que aliás não foi feito na mesa. o que é apropriado. voltamos a ela com calma. e com aquela cara de culpa.

quarta-feira, setembro 08, 2004

voltei a cozinhar com law, devagar e à distância, nossa história de vampiros. aquela que pus as capinhas no improvisation. são muitos projetos, mas bem que esse podia sair. por cota disso, reli uns textos que tínhamos produzido. gostei em particular de uns trechos que tinha escrito, interpretando o roteiro d law e dando voz aos personagens. esse trecho é da vampira do grupo. (está em inglês porque nossa pretensão, como sempre...o mundo...blah blah...)


She writes a letter. Always easier this way.
Some boys never could get over her. She knew she was a young man´s dream, so pale and misterious. But she couldn´t bring herself to feast in this eager admirers, so she wrote long romantic letters misleading them, rejecting them so softly that they just loved her more. Funny how that never changed over time. There would always exist the young romantic type, even in these cynical times.

She had had chances to see some of them in their old age. To appear to them, in the same mature glory, as the same woman they loved, it was something she could never decide cruel or merciful. Some of these she took. With affection. A late kiss by the love of their youth and a merciful end. To die as they had promised in the past ? giving their blood for her.
She also found that very sexy and indulged herself in some young body in the same night. For lust. I´m the one who gives and takes.

segunda-feira, setembro 06, 2004

presentes, presentes.

- meu primo trouxe (a pedidos) nanquim chinês que só encontro em POA.

- James trouxe (a pedido) o último paul Auster: The Books of Illusions.

- E por uma dessas coincidências, me chegou na sexta um presente de Consu: Jimmy Corrigan, The Smartest Kid on Earth. Esse rendia laudas e laudas. Isso que nem comecei a ler. Aliás, o ritual foi: passei um dia olhando para o envelope fechado. Sabendo o que tinha dentro e apreciando a antecipação. Pleasure-delayer. depois de aberto, um dia só olhando a capa e contracapa, com ocasional página aberta ao acaso e ohhh ahhhh uhhhh. hoje li a introdução e quase morri. dio. cris ware é um monstro. nunca vi uma escrita tão perversa, um design tão absurdo reunidos assim.

Consu, não tenho palavras. really. Não me lembro de ter ganho algo que apreciasse tanto. talvez quando criança, algum robô que piscava luzinhas, mas depois de adulto...
vivo!
a seguir, impressões desconexas (dêem um desconto) do fim de semana:

- a grande vítima foi minha saúde, claro. um fio de voz e um estado letárgico corporal que não sei se é gripe, ressaca ou sabe-se lá o quê.

- ninguém se matou. algumas mulheres ficaram tentadas a estrangular james, mas os ânimos foram contidos.

- consumo de substâncias: sexta fomos até as 4 da manhã e sábado do meio dia à meia noite. não tenho como contabilizar o número de latas e garrafas, mas façam suas contas.

- james agora trabalha para o governo americano, departamento de explosivos. essa me gerou um surto de riso considerável, francamente. considerando que a carreira prévia dele consistia de trabalhar na blockbuster. mas depois, devidamente explicado e comprovado (até por ali, mas enfim) aparentemente ele checa por explosivos no aeroporto, depois de um curso rápido. hummm.

- mais anedotas inexplicáveis de james: ele trouxe uma mala cheia de pão, cerveja e queijo. vai entender. o que ele pensava? que não ia encontrar isso no brasil? mas para não ser injusto, as cervejas eram boas. todas de 1 litro, tomamos dominicana, holandesa e alemã.

- domingo foi tranquilo e como james conhece vítor (ramil), tomamos uns mates com ele. pra mim, grande fã, um momento bem bacana. ouvimos o disco novo em primeira mão e tivemos umas duas horas de conversa muito civilizada.

- a alegria de quando os amigos chegam e a alegria de quando eles partem. amigos trazem afeto, novidades, movimento, presentes e alegria para sua vida. mas quando você se dá conta de que a casa é sua de novo... êxtase.

Continuo depois.

sexta-feira, setembro 03, 2004

Há essa frase que diz que a vida pode ser uma aventura ou um desastre, então melhor fazê-la uma aventura.

Me preparando para um fim de semana que pode ser os dois. No espaço normalmente ocupado por mim e Klimt, com a visita feminina ocasional, vamos ter um cast mínimo de 6 pessoas, com possíveis coadjuvantes. O consumo de substâncias promete ser intenso, o barulho também e toda a inquietude que esses fatores trazem.

O cast básico inclui:
eu mesmo;
a visita feminina ocasional, cada vez menos ocasional e que pretende se instalar lá para controlar o movimento ou meu comportamento;
meu primo e namorada, ele um tipo tranquilo porém descalibrado em consumo, ela uma moça quieta e linda;
meu amigo há 20 anos, james, que foi uma sombra enorme em minha vida, um modelo de adolescência, uma influência cultural, consumidor intenso de substâncias, troublemaker e galã incansável;
a namorada dele, uma incógnita.

Entre os possíveis coadjuvantes:

Meus outros primos, criaturas adoráveis, mas profundamente deslocados no contexto;

o irmão de james, criatura que eu não queria nem que soubesse onde moro, com todos os defeitos dele e nenhuma das qualidades;

amiga da visita feminina, um turbilhão em forma humana.



O que vocês imaginam como o filme resultante disso?

(a) Porky´s

(b) Festa de Família

(c) Trainspotting?

(d) Todas as alternativas acima

(e) Outros.

quinta-feira, setembro 02, 2004

Belezas do vinil: ontem em um sebo trash (na aparência) comprei: elizete cardoso & zimbo trio, elizete cardoso & jacob do bandolim, maysa ao vivo e uma caixa com cinco vinis de frank sinatra, cobrindo toda a carreira dele. total da compra: 25 reais. :)

Não é para o ser humano sair sorrindo como um maníaco? Hoje comecei devagarinho o trabgalho de restauração, lavar os vinis, limpar as capas, ouvir uma faixa aqui, outra ali...degustação. Maysa ao vivo cantando todos falam que bebo demais....

Tudo de bom.

quarta-feira, setembro 01, 2004

não vai consolar fê e jorge da fria que meti eles sem pretender, mas a vingança do universo sará maligna: vou receber em casa (no meu caso de livre e espontânea vontade, é verdade) meu lendário amigo james, que deve chegar dos estados unidos num clima ALLPARTYALLNIGHTLONG. a casa deve virar um louqueiro, quase certamente. consumo de substâncias absurdo, gente entrando e saindo... o horror, o horror. mas aí são amigos de 20 anos. se abrem exceções. o demônio vai reinar. rock´n roll, baby. ( e eu, que acabei de comprar mais uma caixa de vinis de sinatra...)
pausa no improvisation. ontem tivemos reunião a fim de viabilizar uma coisa bem bacana: um projeto de uma estilista para usar os desenhos para sua coleção de verão. já estava em pauta há algum tempo, mas agora parece que vai. e o verão vai ser da deusa. se não demorar muito, os amigos, além de receberem uma revistinha podem ganhar uma camiseta beeem bacana. não é aquela coisa serigrafada semvergonha, mas uma coisa bastante bem. aguardem.

e depois teve show do rappa. e o demônio chamando, por todos os lados. nada de novo.

terça-feira, agosto 31, 2004

Está lá. A Deusa fechando o mês de agosto.

sexta-feira, agosto 27, 2004

Para quem está acompanhando a novelinha da deusa no improvisation, lamento, mas a conclusão fica para segunda. Ontem mais uma noite intensa de consumo de substâncias. Vocês sabem, o ser humano tem que viver para ter o que contar. Então...

quinta-feira, agosto 26, 2004


Taí. Não são as Páginas Negras, mas enfim. Posted by Hello

A pedidos dos amigos distantes, então lá vai a Trip. Esse é um facsimile da página e no outro eu ponho o texto maior. São dois terços da página, o resto era um anúncio vertical. Posted by Hello

quarta-feira, agosto 25, 2004

ok, não é o link mais profundo do mundo. mas é mágica aplicada. é um vídeo rapidinho que explica uma coisa que sempre quis saber. aqui.

terça-feira, agosto 24, 2004


Enfim uma exposição de arte que eu veria. :) Posted by Hello
hoje a fina caterina (lembra dela, fê? eu andei distante, mas voltei a lê-la) comenta um artigo de oliver sacks na new yorker, sobre como outras criaturas podiam sentir o tempo diferente de nós e como seria a percepção delas do mundo. não achei o artigo no site, mas o trecho que ela cita é fabuloso.

num mundo ideal, eu teria assinaturas da new yorker, the economist, wired, rolling stone, time e da folha de são paulo. todo dia uma dessas ia estar entrando sob minha porta enquanto o café cheirava na cozinha.

:) tive que sorrir com meu delírio.
aqueles dias raros, em que o sol brilha na intensidade certa sobre seu casaco e você sente que pertence no mundo. que merece cada metro que pisa. atravessei a praça sob o sol, entrei no café e fumei um cigarro. ia pro trabalho, mas podia estar indo para qualquer lugar. estrangeiro e local. feliz. (essa palavra chocante).

segunda-feira, agosto 23, 2004

anotações de final de semana:

- movimento, muito movimento.

- entre dois dias de movimento, um jantar muito tranquilo com amigos. sempre uma alegria. para mim ainda é a definição de civilização você sentar com outros adultos, comer e beber bem e conversar.

- davi, um amigo que não frequenta o blog, me deu um retorno muito interessante. vocês lembram daquela velha sórdida que cuida do café? e que beija aquele velho decrépito? eu estava com aquela página pendurada em casa. davi olhou longamente e falou: - meu, eu conhecia uma velha que cuidava de um bar igual a essa. o mesmo turbante, tudo. e ela fumava feito louca e no final da noite agarrava os velhos!
sensacional. que posso dizer? as coisas são filtradas, vem do mundo e eu imagino que elas estejam lá, mas saber que estão de fato é bem bacana.

frase de uma filósofa urbana que conheci no meio do movimento frenético desses dias, lá pelas tantas da madrugada:
a fila tem que andar.

sexta-feira, agosto 20, 2004

aliás, o nível das produções francesas. mirem o que é esse site dedicado a um álbum. o álbum parece uma maravilha, mas o site em si já é uma alegria visual maravilhosa. kochka.
Esses europeus são malucos. Vendo o site de um álbum novo francês ( o álbum médio, o site muito bom), vejo os "storyboards" dele. Perfeitos. Ou melhor dizendo: belos porque imperfeitos. E está tudo ali: o desenho, o enquadramento, o clima. As páginas finais não me parecem melhores, a cor meio cheia de degradês... e a loucura de fazer tudo duas vezes.

O site principal é aqui, aqui você vê uma página de storyboard e aqui uma final.
eu tinha uma história muito boa do josué para contar. mas vou ficar devendo. fiz o lápis ontem e gostei muito. aí achei que precisava pegar uns ares da rua. aí, bom, me perdi. fica pra segunda. como diz augusto, the piano has been drinking.

quinta-feira, agosto 19, 2004


Armadilhas da percepção. Estava me esmerando para fazer uma reconstituição histórica para o jornal do encontro Jânio/Che. Só que Che na época (e na foto) está de cabelo curtinho. Vem um colega de redação por cima do meu ombro e lasca: "Ah, o Fidel." Pronto. Tive que fazer um makeover e colocar a fatídica boina/cabelão. Posted by Hello
Citando Deleuse de ouvido, A. me corrija se ler isso, um platô está sempre no meio, nem começo nem fim. É um zona de intensidade. O livro se chama Mil Platôs e a imagem por fim fez sentido para mim. A sensação de que cheguei a um platô pessoal, de superação de angústias afetivas e de uma nova tranquilidade. Quase fiz como uma tira para o improvisation, onde o peregrino chegava no topo da montanha, mas aí entendi que teriam que ser montanhas dentro de montanhas dentro de montanhas... e deixei pra lá.

É um platô, não é um pico.

Posso chegar a outros. Mas esse está bom por ora.
Vamos respirar um pouco.

Imagens do passado. Fotos de família para restaurar. Tão fantasmagórico. Aquele no meio sou eu, ainda sabendo de nada. Digamos um poquinho menos do que hoje. Posted by Hello

quarta-feira, agosto 18, 2004

acabou chorare, como diziam os novos baianos. nem eu me aguento resmungando por aqui. entre hoje e ontem, duas boas novas em quadrinhos: saiu mais um número da Mosh, revista de rock e quadrinhos com uma história desse que vos fala e saiu a trip comentando minha história do cortázar. bacana. coisas do mundo.

a trip vocês vão ter que comprar, mas a mosh eu recebi um número razoável de exemplares. suficiente para mandar para a meia dúzia de amigos que colocarem seus endereços aqui nos comments. então...

terça-feira, agosto 17, 2004

Hoje de manhã Lobão propunha múltipla escolha:

às vezes é melhor perder o controle e desabar (e quebrar todas as promessas), às vezes é melhor não insistir e deixar rolar (e tratar as sombras com ternura, o medo com ternura), às vezes é melhor virar a página e recomeçar tudo de novo.

As três opções me parecem possíveis e me ocorrem com diferença de minutos.

A isso se chama estar vivo?

segunda-feira, agosto 16, 2004


Placebo headwound ao fundo no show da Supermuffin. Pronto. Sou um quadrinista multimídia. :) Posted by Hello

sexta-feira, agosto 13, 2004

Então. Estou sempre dizendo que as mulheres estão aí para nos educar e fazer melhores. Ontem duas delas, uma de perto e outra de longe fizeram sua alquimia de novo, me tomando pela mão e dizendo: não há chão. não há amanhã. não há nada certo. não aumente. não superestime. não espere. viva. só viva. seja honesto. não tenha medo de ter medo. não se agarre às paredes. não há paredes. não ande pelo mundo com óculos 3D procurando um amor que você inventou. mereça a cada momento o que você tem.

vou tentar.

gracias a A. e F.

quinta-feira, agosto 12, 2004

Resumo dos dias: menos nuvens, muito desenho e as histórias se pôem cada vez mais bizarras. Esse café me assombra. O Café Antropomórfico. O que virá depois, dio?

terça-feira, agosto 10, 2004

Gabi não vai se importar (I hope) que meus 6 leitores vejam antes da estréia mundial o clip da Supermuffin que fiz sob encomenda para ela. A premiere vai ser no UnsRock de sexta. Mas como ela só deve usar uma imagem, os leitores do Improvisation podem ver a história completa.

segunda-feira, agosto 09, 2004

Hoje, passando pelo café Aquário, sorvedouro de almas e viveiro de formas de vida agonizantes, me perguntei se invejava aquelas criaturas que desistiram do amor e o trocaram por uma desesperança cordial, um cinismo tão afável.

Não sei a resposta, de verdade. Por um lado, é duro invejar a morte. Por outro, não sei se queria estar passando pelo redemoinho, por esse triturador da alma quando tiver 50, 60.
Pois eu estava relendo O Livro de Manuel ao mesmo tempo que Fê, mas ela anda na página 226 e eu o reencontrei ilegível, viu Fê. Vai saber. O conceito de ilegível muda muito. Graças a A., estou lendo Deleuse, que me parecia sânscrito, nas primeiras linhas. Leminski falava que é um processo de aproximação, que as obras de arte "difíceis" vão se deixando ler aos poucos, por camadas ou aproximações. Talvez seja só uma impaciência com o aspecto político do Libro de Manuel. Rayuela eu posso reler sempre, embora eu ponha aí uns 6, 7 anos entre cada releitura. Afinal, Rayuela pode ser muitas mas também é uma só.

Esses livrismos (gostaram dessa?) entram como glacê disfarçando um bolo azedo, porque é o que acontece. Até Frank Sinatra foi chamado para dar conselhos, mas você sabe o que esperar de Frank. Tem uma verdade ali, mas tem uma caricatura também.

Toda vida é um processo de demolição, diz Deleuze citando Fitzgerald.

sexta-feira, agosto 06, 2004

Provérbio chinês do dia: é um mau sinal quando você faz a ronda dos blogs em busca de calor humano.


quinta-feira, agosto 05, 2004

Hoje de manhã Sinatra perguntava How do you keep the music playing. E sendo Sinatra, claro, ele mesmo respondia. Being the best of lovers and the best of friends. That´s, it, Frank.

quarta-feira, agosto 04, 2004


Mais uma cena do ursinho Deleusiano. Posted by Hello

terça-feira, agosto 03, 2004


Não são telhados de Paris, como dizia Nei, mas da Cidade da Névoa, vulgo Satolep, dita Pelotas. Foto de meu colega Moizés Vasconcellos. Posted by Hello

Lendo Lacan no trabalho, se tal coisa é possível.
"the real, the symbolic and the imaginary are the whole of what is, and figuring their connections is a cosmological exercise"

A Deusa Internet me diz que Lacan diz que o Real é inatingível, inefável, impossível de ser percebido ou alcançado. E que qualquer tentativa de percebê-lo falha em si por ter de passar pelo aparato simbólico que usamos para interpretar o mundo. Isso veio de um acaso do surf, mas se soma aos debates abaixo. Ainda que eu me sinta um macaco em uma máquina de escrever. E A. já tinha me falado isso. Não que eu sou um macaco, mas sobre o real.
Posted by Hello
Uma coisa a qual eu me vejo voltando é esse Pop Magic, do Grant Morrisson. Tem algo que me interessa muito ali. Essa visão da magia não como um mumbojumbo espiritual, mas como uma percepção, compreensão e sabe-se lá, uma ação, sobre as forças que agem sobre nós. Forças também sem buhhh mágico. Pulsões, simples fatos, química... tudo isso com humor, sem cerimônia, sem pretender ser algo que não humano.

Num momento de ócio criativo comecei a traduzir o texto. O original é longo e está aqui , para quem se interessar.
Aqui sou eu que diz, não ele - você faz magia quando manda uma mensagem pelo celular e causa uma pequena mudança no mundo da pessoa que recebe. Quando você apresenta amigos. Quando você escolhe uma roupa para sair. É uma questão de sinais recebidos e sinais enviados. Modificações na realidade.

Mas enfim, aqui está o primeiro parágrafo do Pop Magic:



Pensando sobre Magia

Tudo que você precisa para começar a praticar magia é concentração, imaginação e a habilidade de rir de si mesmo e aprender dos seus erros. Algumas pessoas gostam de se vestir como egípcios ou monges para entrar no clima, outros usam máscaras de animais ou roupas de Barbarella. Mas o uso de parafernália ritual funciona só como uma ajuda à imaginação.
Qualquer coisa que você puder imaginar, qualquer coisa que você puder simbolizar, pode se transformar em realidade e produzir mudanças mágicas no seu ambiente.
A pergunta do post abaixo vai além das circunstâncias. Que não são poucas. Tem a ver também com qual set de ferramentas você usa para interpretar o mundo. Felizmente esse set vai mudando, se você permite que ele mude.

Você começa tropeçando pelo mundo, ganha experiência pessoal (e a usa como ferramenta de interpretação), adquire algumas certezas da psicanálise (causa-efeito) e depois começa a achar que ela não dá conta. Alguns nessa hora enveredam (eu ia dizer apelam, mas) pelo misticismo, pelas Grandes Causas que não podemos entender. Já uma amiga minha acha que devemos entender os arquétipos. Do Tarô, dos mistos gregos, da tragédia.

Eu acho que não somos preparados para lidar com o mundo. Acho que as escolas deviam ensinar filosofia, ética, física quântica, psicanálise de todos os matizes...

Eu estou surfando em informação, procurando maneiras de entender, o amor, principalmente. (mas o amor, essa palavra...dizia Cortazar).

Esse é um post incompleto, claro. Como caberia tudo aqui? Vou somando aos poucos.

segunda-feira, agosto 02, 2004

É uma vaidade nossa, uma ilusão ou uma necessidade tentar fazer algum sentido do que nos acontece? Foi o que passei a manhã fazendo, muito concentrado sobre um mate. Não sei se é possível. Mas tento.
Para os fiéis e infiéis, tem mais uma história da Deusa no Improv.

Por um lado, a questão talvez não seja de acreditar ou não nela, mas de ela acreditar em nós. Por outro, tenho um desenho enorme dela na frente da mesa de desenho e estou pensando em tirar. Acho que ela está me mandando mensagens e que fico só filtrando as histórias dela.

Pelo menos essa história não mostra ninguém se fodendo, como diz tão gentilmente Wilbur. Essa é a Deusa orquestrando, coreografando os acontecimentos. Fazendo acontecer.

Talvez pra ver alguém se foder depois, mas aí já é outra história. :)

sexta-feira, julho 30, 2004

Mudei de idéia e pus no ar uma coisa esquisitíssima no Improvisation, uma fotonovela psicodélica desenterrada do passado.  Enjoy.
Propaganda da propaganda.

Estamos em fase de expansão, amigos. Não quer dizer derrubar paredes e aumentar o estúdio (quem dera), mas simplesmente colocar o trabalho na rua, seja ela virtual ou real. É necessário e preciso me dedicar mais a isso, inclusive. Como disse alguém, é fácil criar um site. Também é fácil abrir um posto no meio do deserto. Não quer dizer que alguém vá passar por lá.

Então, vocês podem ver o Improvisation destacado no site Quadrinho.com . E se os deuses não forem contra, uma coluna da Trip de agosto vai falar desse seu amigo, mais especificamente da história do Cortazar. Quem sabe dá um gás para eu retornar ao projeto dos escritores. Ou até achar um lar pra eles, quem sabe. O movimento é para fora. 

Contraditoriamente, não tem Improvisation hoje. Mas é que me meti numa história mais longa. Segunda-feira o silêncio deve compensar. Abraço e bom findi a todos.

quinta-feira, julho 29, 2004

Deixa eu me expor à ira de Augusto e outros nonbelievers: Ventura, dos Los Hermanos é muito lindo. Me emprestaram e não consigo parar de ouvir. Muito raramente ouço um CD inteiro. Minha mente zapeadora geralmente faz um link na segunda faixa e já pula para outros dois ou três outros CDs. Mas ouvi todo, voltando para ouvir de novo várias faixas. Para o caso de alguns amigos do outro lado do mundo não terem ouvido, é uma coleção de sambas tristes e marchinhas, recriados com baixo, guitarra e bateria e um monte de metais muito bem aplicados. Parece velho e novo ao mesmo tempo. E como nos bons romances policiais, você não adivinha o fim na primeira linha. A melodia dá voltas, o arranjo se reinventa... resumindo: gostei muito.

quarta-feira, julho 28, 2004

Belle du jour, ainda se sentindo didática, explica um momento íntimo em detalhes. Além de efeitos óbvios em mim, eu me vejo querendo comprar o livro dela. :)

Aliás, andei seguindo os links dela, todos de alguma forma ligados a trabalhadores da indústria sexual, mas ninguém tem a finesse dela, nenhum escreve tão bem. É a Bridget Jones do sexo.

Um que tem seu valor, para quem quer passar algum tempo no escritório pensando em sexo (além do que você já pensa, seu tarado!) é esse True Porn Clerk Stories, contando o que vê um balconista de uma locadora de vídeos pornô. Não é pouca coisa. Faz você se sentir muuuito normal. :)
Voltando à cena da Belle, então. Duro é impedir a imagem de se formar em sua mente, mas enfim. Enjoy.


Hands and feet are bound in pairs, with a short bit of the rope between them. Limbs are in front of me, in the air. My back on the bed. SH knelt on the bed, entered me, pulled my legs toward him so they rested with the backs of my calves on one of his shoulders. I sit up slightly, the way the hands and feet were tied it was difficult not to. When he came, he pulled my legs into his body, put his hands around my wrists, and picked me up off the bed. He's still kneeling. He is a lot taller than I am and very strong.That is how it was done. No, I won't draw a diagram.



Existe essa coisa interessante do pensamento para fora, oposto ao introspectivo, que é mais circular, acho; que é descobrir pensamentos que você não sabia que tinha em você. Pensando em voz alta, como a loooonga conversa que tive na madrugada de ontem com A., tendo insight sobre insight ou como escrevendo nesse blog, que não tem pauta, não tem premeditação. Nos comentários do post abaixo, por exemplo, surgiu uma idéia de história. Aliás, essa era uma que podíamos fazer juntos, Wilbur, de alguma maneira. Think about it. Fiquei imaginando escrever essas gags a quatro mãos.

Respondendo hoje um e-mail de Augusto, o Sacerdote do Grande Olho que Tudo Vê, também formulei coisas que me agradam. Augusto comentava o gato 2D, falava de sua idéia para um Homem 2D e eu comentei que, quando fiz o Porque Gosto das Mulheres, ela era a Mulher 2D. ( Que é A., by the way, se você não chegou a deduzir isso.) E que pra mim me interessa muito isso, essa admissão de que é um mundo chapado, bidimensional. O volume é uma coisa que desaparece cada vez mais do meu desenho. E quando existe, é um volume gráfico, vazio, 2D. Mesmo as linhas que marcam a cidade ao fundo podem ser só linhas. É o olho do leitor que pôe a cidade lá.

Ou: "It´s only lines on paper, folks". (Robert Crumb)

terça-feira, julho 27, 2004

Mas um dia, Wilbur, se você voltar ao Brasil, podemos formar um duo cômico, o que você acha? Ou eu vou até aí e ficamos contando piadas no metrô por moedas. Lembrei daquele episódio do Seinfeld que o George quer um apartamento que está reservado para um sobrevivente do naufrágio do Andrea Doria e ele consegue convencer o Conselho de que a vida dele é muito mais triste. Algo assim.

Ok, ligações encerradas. Você não pode mais ligar para participar do incrível debate interativo sobre minha vida sentimental. Mas os telefones não pararam de tocar, suas doações foram recebidas, o programa foi um sucesso, nossos patrocinadores agradecem. Mas ontem assinei um contrato de paz com minha Miss Sarajevo e restauramos nossa zona autônoma temporária. Lamentamos o fim de sua diversão. Mas chances não faltarão em um futuro próximo. Nossos comerciais, por favor.

segunda-feira, julho 26, 2004

Quando me acho impossível, quando me acho assim obsecado, quando busco sangue na internet e só acho comentários culturais ( e leio e leio até a náusea) vou até Loulou e releio sua impossível paixão de três dias com Miha, o croata. É impossível, é obsessiva, é lindamente escrita nos menores detalhes desprovidos de vaidade, de autopreservação. Não é por nada que ela é espanhola. Loulou, aqui ninguém te conhece e não acho que você se importe, então o link está aqui. E não se preocupe. Quem, além de mim em febre, vai ter a saúde de ler tudo isso?

A Mulher Enigma

O que é a fantasia. Me vejo querendo que ela tivesse um blog e eu pudesse ler o que se passa pela cabeça dela, como se isso fosse possível. Será que as palavras dão conta? Wilde diz o seguinte: Women are meant to be loved, not understood. Está muito bem, Mr. Wilde (embora eu me pergunte o que sabia ele de mulheres), mas e quando o amor não é o suficiente, o que faz o mortal?
belle du jour, tão didática e graciosa ,ensina às novas gerações o manual do fuck buddy, expressão que não ousaria traduzir para o português, mas que a maior parte de vocês deve saber o que significa. Minha vida seria muito, muito mais fácil se eu conseguisse ser ou ter isso. Mas.

But I´m a loser, baby, so why don´t you kill me?

O final de semana foi horrível. Mas o inferno não são os outros. Somos nós mesmos, sempre. Posted by Hello

quinta-feira, julho 22, 2004

uma entrevista tão curtinha pode dizer tanto.

eu quero ser um velhinho que nem ele.

jodorowski.

she

oh boy. we were talking and smoking in the couch when she opens her pants to show me her tan, in that subtle place where the tan ends and it gets paler and the pubic hair begins...

some images can haunt you. and I´m at work right now, by the way.

quarta-feira, julho 21, 2004

Algumas coisas não carecem de comentários. O fato já é estupefaciente sem adjetivos.

Pois Osamu Tesuka, ilustre quadrinista japonês, quadrinizou a vida de Buda. Em 8.000 páginas. Entregues em suaves prestações de 400 páginas cada volume. E, segundo as críticas, ainda é sensacionalmente bom. Ahhn.

O que isso faz de nós, que choramingamos a cada 10 páginas?
Nosso setor de cartas à redação traz essa pertinente questão, enviada pelo leitor Wilbur.

A proposito eu tava com uma duvida sobre a Deusa do Amor. Nao tem 'Deus do Amor' pra mulher? Tipo, soh homem que se fode mesmo?

Consultamos o criador dessa impactante nova série de quadrinhos e eis a íntegra do fax que ele nos envia,  direto de suas merecidas férias no caribe:

Ha. Boa essa. Acho que vem da experiência pessoal. :) Mas não, lembrando bem tem uma modernosinha choramingando no banheiro na primeira história.

Mais uma dúvida esclarecida.

gag surrealista do dia. Posted by Hello

terça-feira, julho 20, 2004

Enfim uma leitura decente na internet. O Blog do Hulk! Profundo e cheio de estilo, tem até comentários políticos (!), como esse:

Some people ask Hulk why Hulk not run for president.Hulk have simple answer.Hulk not smart enough to be president and Hulk knows it, unlike stupid puny human Bush in office now. Only saving grace of puny human Bush is his face looks like MONKEY.HELLO MONKEY!!!!
Alguns recém-chegados ao mundo dos quadrinhos não surpreendem. Que Tarantino, Robert Rodriguez ou Kevin Smith queiram escrever roteiros para quadrinhos faz todo o sentido, se você viu os filmes deles.  Mas autores de áreas tão distintas vem se materializando que o iludido já acha de novo que agora vai, agora o mundo descobriu que os quadrinhos existem, etc. Não vou nem entrar nessa ilusão.

Mas veja a lista de novos roteiristas e me diga se não é surpreendente -  John Cleese, ex-Monty Phyton (escrevendo o super-homem!); Courtney Love (fazendo mangá); Douglas Rushkoff, teórico da internet e dos novos meios, lançou uma história sobre adolescentes que frequentam uma rave que só existe nos seus sonhos (by the way, parece muito original, mas Cortázar já tinha feito em 62 - Modelo para Armar); Noam Chomski!!!! ( Esse ainda não sei o projeto, mas sei que.)... e segue. Wilbur deve ter mais exemplos.

Não é a salvação da lavoura, mas é interessante, no mínimo. Outras vozes, outros pensamentos. No mínimo são várias pedrinhas caindo no lago.

como diz a canção, what a difference a day makes. a nuvem foi muito intensa de domingo a segunda. tanto que pulei um dia do improvisation, fato que lamento muito. mas não tinha como. hoje o mundo é outro, a realidade se transforma, etc. que animais simplórios somos.

segunda-feira, julho 19, 2004

embora eu não estivesse realmente prestando atenção, o mundo chama hoje. a história do cortázar está achando maneiras de se multiplicar e pode aparecer num lugar bem bacana. conto quando e se for realidade, sabe como é. mas por conta disso, coloquei no sad comics o começo do camus, até para ver se tomo vergonha e retomo o projeto dos escritores. veremos.
não sei se a verdade nos salvará ou se vamos todos nos foder por causa dela, mas estamos aqui. se arrastando sobre vidro moído e perguntando porque dói. aqui está o que ela me manda e compartilho com todos. hoje, very much alive.

Amor Líquido - Sobre a Fragilidade das Relações Humanas
Zygmunt Bauman
Diante do ritmo surpreendente das mudanças em praticamente todos os detalhes do ambiente em que vivemos, da aguda incerteza sobre a vida futura e curta -as expectativas de cada "projeto" em que estamos atualmente envolvidos-, precisamos muito de um ponto de referencia estável e confiável que possa suportar as correntes transversais. E onde seria melhor procurá-lo do que em amigos leais sempre prontos a segurar nossas mãos, parcerias inquebrantáveis e uniões que durariam "ate que a morte nos separe"?Por outro lado, no mesmo "mundo de fluxos" em que nada consegue manter sua forma por muito tempo, e preciso muita ousadia (e hesitação, e bater no peito e remorsos) para assumir compromissos de longo prazo e, assim, hipotecar futuras oportunidades das quais ainda não podemos saber, mas podemos ter certeza de que surgirão. Quanto mais próximo e um relacionamento, mais ele parece ao mesmo tempo uma promessa e uma ameaça. Não admira que uma "rede" possa parecer uma alternativa sedutora aos laços. Em uma rede, como você sabe, desligar-se e tão fácil quanto ligar-se.
 

sexta-feira, julho 16, 2004

pois rendeu a presença do morrisson aqui.

agora, sobre aquela questão ali nos comments, eu gosto muito do ponto de vista do Morrisson - sim, eu podia ser um artista sofredor e fazer fanzines ou pagar para imprimir meus trabalhos e etc, mas porque se eu posso ter uma megacorporação me pagando (e bem) pra fazer exatamente o que eu quero?

eu acho que nesse caso, o meio não é a mensagem. E o desejo dele de ser pop é profundamente subversivo.

quinta-feira, julho 15, 2004

hoje minha vida parecia por demais um filme francês. A. me visitou pela manhã e fumamos como loucos (as usual) discutindo teoria de cinema e quadrinhos, entre páginas espalhadas e cinzeiros. Nosso descolamento do filme veio só que tomamos mate em vez do café clássico. mas foi um detalhe.
ninguém se importa, eu suponho, se rompo um pouco o decoro e o sigilo e digo que gosto cada vez mais dessa mulher. e da alegria que é ter uma mulher assim inteligente do lado. e que corações e mentes podem conviver bem juntos.

dizer essas coisas é sempre desafiar a ira dos deuses, mas quem sabe a deusa pode ser parcial comigo, por ser seu embaixador? veremos.

quarta-feira, julho 14, 2004

dudu deu o link (parece coisa de uma cartilha - ivo viu a uva) e qualquer entrevista de grant morrisson vale a pena. essa parece mais espetacular que outras. acabei de ler agora e me confesso tonto. pouco seres humanos tem tantas idéias dentro do seu cérebro, me parece e certamente pouquíssimo escritores de quadrinhos diriam coisas como isso

Everything is literally entangled, it can all be communicated with and affected 'at a distance' because there is no distance, only a simulation of apparent separation which our limited consciousness feeds us second by second at 11 bits. The 'telepathy' which brings people together is no more or less supernatural or unlikely than the 'telepathy' which brings two of your fingers together when you think about it. Patience, participation and constant close observation of what's going on, on the inside and on the outside will soon make you a fine sorcerer, if that's what you want to be.

porque além de roteirista brilhante, morrisson é um mago praticante. que rejeita as patuscadas e auto-importância de figuras como paulo coelho. é uma visão da magia mais próxima da ciência, da supercomplexidade desse mundo.

então, se você tem muuuito tempo livre, a entrevista está aqui. e gracias a law por ter me apresentado a esse demônio pop.

terça-feira, julho 13, 2004

deu no new york times

pois. para um meio que choraminga e choraminga por reconhecimento, o new york times é uma esperança. longa matéria e bem fundamentada. ainda que o repórter tenha aquele tom "pois não é que esses tais quadrinhos tem algum valor", você vê que ele se deu ao trabalho de ler as obras, conversou com alguns figurões, etc. e se você não tiver a paciência de ler a looonga matéria, vale pela foto. é um dos grupos mais tristes de homens que já vi. boy, parece que eles estão no corredor da morte.

a coisa toda está aqui.
pois juntando esses dois, que estão espalhados pelo mundo, deixa eu me pôr bobo aqui e dizer que me dá um orgulho besta de ter amigos tão talentosos.
o foda no caso de jorge é ele ser um diletante nos quadrinhos, alguém que não vinha gastando a bunda nisso e está fazendo um trabalho absurdo. já wilbur é um obsecado. pelo meio em si e em cada página que faz. você pode dar uma espiada aqui. veja e chore.
encontrei tardiamente esse comentário do adrianowilbur perdido lá embaixo:

Ah, para de chorar, senta a bunda e desenha. PArabens por estar mantendo aquele site com desenhos novos.

pois você sabe que estou convencido que uma das coisas fundamentais em um desenhista é justamente a bunda. ou digamos a capacidade de colá-la em uma cadeira e mantê-la lá por muito tempo. quase tudo se resume a isso. mantenha sua bunda lá. é o único jeito.

jorge deve estar sabendo bem o que é isso nesse momento. não vai nenhum duplo sentido aqui, mas senta, jorge. sei que barcelona está cheia de distrações, mas senta. :)

e vê se posta uns desenhos pra nós.
sim, o trash escorregou daqui para o improvisation society. mas amanhã o nível sobe. a deusa do amor faz mais um passeio entre nós. e com sorte entenderemos um pouco mais o critério dela.

segunda-feira, julho 12, 2004

o final de semana foi cheio de filmes trash. o melhor-pior era um que tinha eric roberts como herói (o que já diz tudo) e michael madsen como co-herói, aquele cara cool que não faz nada no filme. (ele é aquele que corta a orelha do policial em cães de aluguel e nunca mais fez um filme decente na vida).

inacreditável, o filme. eric roberts nocauteou metade dos seguranças do prédio soprando dardos tranquilizantes por um canudinho. desses pequeninhos, que vêm com o toddynho. isso a uns 10 metros de distância. maravilhoso. depois uma vilã nazistona bate nele com uma barra de ferro por uns 20 minutos. mas isso incrivelmente não tem efeito nenhum no nosso herói. você sabe, ele sua um pouquinho, mas é só. ele devia ter ossos de adamantium.

vai por aí a coisa.
outra cena maravilhosa: o presidente, (ah sim, ele foi sequestrado), corajosamente joga fora o celular do vilão, de cima do prédio. considere agora que o FBI cercava o prédio. pois o celular cai exatamente aos pés do agente do FBI que falava no celular com o vilão. e por aí vai. helicópteros de brinquedo usados para as explosões...

vida longa ao trash.