quarta-feira, setembro 29, 2004


Série de ilustrações para uma revista de Curitiba. Fiquei feliz com o estilo não-sei-pintar-dentro-das-linhas. Posted by Hello

terça-feira, setembro 28, 2004

dias enrolados em papel cinzento. aquele cansaço que vem de lugar nenhum e que é simplesmente de estar vivo. acontece.
grandes (e simples) idéias.

uma revista toda sobre objetos achados na rua.

segunda-feira, setembro 27, 2004

o final de semana me deu razão sobre o improv. comecei uma história nova como fazia: com tempo, com calma, escrevendo o roteiro, trabalhando sobre cada quadrinho...

eu acho que, evidente, a disciplina que uma tira diária dá, por exemplo, é muito grande. mas também pode te levar a apelar para clichês na pressa. a mágica é não deixar isso acontecer. mas enfim, num projeto sem prazo você se permite mais procurar o gesto exato, aquela perfeição que não existe, mas que se busca.

sexta-feira, setembro 24, 2004

dias cheios. acabei uma história pra sair na mosh, outra pra sair na vinil, coincidentemente as duas revistas de música. também acabei minha primeira matéria publicada, que vai sair na aplauso. foi uma estréia meio dura como jornalista, peguei uma matéria sobre um grupo de teatro que tem 90 anos de história. muitas datas. me estressei e a matéria saiu mais fria do que gostaria. mas é uma estréia.

por outro lado, o improvisation morreu de velho. não precisei decidir nada. vou só pôr uma pá de terra em cima. preciso me dedicar aos projetos mais longos, senão não sai nada. grato aos amigos que defenderam o projeto, mas não está dando. conforme saírem histórias novas aviso aqui pelo expresso.

terça-feira, setembro 21, 2004

se eu fosse paul auster, eu estaria muito satisfeito comigo mesmo. além dos livros de poemas, das traduções e de alguns ensaios espalhados por aí, ele tem 9 romances publicados e são nove livros muito sólidos. eu diria que são todos muito bons, mas eu sou supeito, porque li todos. o novo, the book of illusions, pôe mais uma jóia na coroa. de novo ele consegue te levar com o coração na mão página por página, de novo você se vê poupando o livro para que ele não acabe, de novo você não consegue achar um parágrafo chato no livro inteiro. e para mim foi uma daquelas sincronicidades (que ele adora, aliás) do livro tratar de um humorista dos anos 20-30, um praticante da arte silenciosa do cinema mudo. que vem a ser o tema de meu projeto com wilbur. ainda que muito aconteça nos livros dele, não se pode revelar muito. posso dizer que não se anda em linha reta por ali. e que vale muito a pena. tente.

quinta-feira, setembro 16, 2004

aprendendo a viver ( e quase sem dinheiro) e aprendendo a desenhar. engraçado que comecei a frase achando que ia ser uma lista comprida mas é isso mesmo. no fim, é o que conta pra mim: viver decentemente e fazer o trabalho que quero fazer.


aprender a desenhar é duro. não tem muita escola. se trata de conseguir produzir no nível que você ambiciona. minha solução temporária para o improvisation é fazer no ritmo que dá. antes tinha essa locura de colocar algo ali todo dia, mas aí atropelava o processo. agora só vou colocar quando prestar. tipo essa história nova fiquei muito feliz com o primeiro quadrinho. tá tudo lá: o ambiente, a postura, os objetos. o segundo já ficou uma droga. o terceiro, idem. aí me ponho louco redesenhando, sofrendo, etc. na verdade, eu sei que se perdoa desenhos ruins ou medíocres se a história é boa, mas fazer o quê se sonho com o desenho perfeito?

a cor também foi temporariamente banida. estou colorindo no jornal, sem computador em casa e não estava ficando do agrado. melhor assim. vou fazer com que eles se defendam em pb. que a cor seja um luxo, mas não uma muleta.

aprender a viver também não é fácil. como é o negócio do zen? the right understanding, the right action, the right thinking..são oito pontos. significando que você tenta fazer tudo direito, do momento que acorda ao que dorme.

é uma batalha.

segunda-feira, setembro 13, 2004

bastante em dúvida com o improvisation. por supuesto que para os leitores deve ser divertido ter algo ali (quase) todo dia, mas me pergunto se não está me acostumando mal. nesse findi fiz estudos para meu trabalho com wilbur e olhei para o formato de uma página tradicional de novo com horror. de repente aquele espaço me pareceu gigantesco, inconquistável. e a persistência de se manter em uma história, de desenvolver personagens... sem falar que coisas como essa gag do homem elástico hoje acabam sendo realizadas meio toscamente. são materias que podiam render mais com mais tempo, mais amor ao trabalho. preciso adquirir fôlego de novo, me parece. e o tempo gasto com o improvisation é o tempo que tenho.
jimmy corrigan tem um impacto em vários níveis. nesse findi dei meu primeiro passeio por essa terra desolada. como história é uma das coisas mais tristes que já li, mesmo. é só desespero, desespero e mais desespero. dio. às vezes eu largava e ficava dizendo meu deus, meu deus...

mas como quadrinhos... para um quadrinista é um impacto difícil de imaginar vindo de outro meio. é como se enfim alguém usasse os quadrinhos em toda sua potencialidade. não acho que alguém tenha ido tão longe. é um recomeço. não é exatamente uma reinvenção, mas um uso extensivo de possibilidades. é maravilhosamente 2D, gráfico, visual, vertical, horizontal... acho que todo quadrinista precisa se ver com ele. e eu achava que big numbers era o passo mais longo dos quadrinhos. mas big numbers ainda é uma tv onde passa um filme, uma sequência de telas. jimmy corrigan é outra coisa. algo que só podia contecer ali, daquela forma. estou impactado.

sexta-feira, setembro 10, 2004

precisando de um empurrão com sua auto-estima? vá no almanaque dos escritores e se sinta especial ao saber quem nasceu no mesmo dia que você. ou talvez isso deprima, por saber que esses fulanos fizeram isso e você não. vai saber.

(compartilhando meu aniversário temos jonny cash, levi strauss, vitor hugo, john steinbeck, montaigne, john tenniel (o ilustrador de alice), tom wolfe, graham bell e alguns menos ilustres. estou tentando entender o link entre todos esses. mas me sinto tão mais importante de repente).
como sempre, a santa internet tem, senão respostas, pelo menos mais perguntas.

assim, roger ebert pensa que So I Married an Axe Murderer" is a mediocre movie with a good one trapped inside. já um site como esse pensa que o filme é a melhor invenção desde o pão de forma e oferece um fanlist para você se filiar e praticar sua devoção. talvez num meio termo mais simpático, essa página oferece sons. você pode ouvir mike myers recitar seus poemas beatniks nonsense sobre um fundo jazzístico. que tal?
tem coisas que só a globo faz por você. não, me entendam. quero dizer que tem filmes tão obscuros (sem ser nobres) que só passariam na tv. você não ia achar em DVD (no Brasil, claro. Nos Estados Unidos tem louco pra tudo). você não ia ver no cinema, não ia passar numa mostra de fime de arte...enfim...não cabia em nenhuma categoria.

como exemplo, a pérola que vi ontem de madrugada: So I married an Axe Murderer. mike myers é um poeta performático que mora em são francisco e tem problemas com as mulheres. até casar com uma que ele acha que é uma assassina serial de maridos. eu sei, eu sei. não estou dizendo que merecia um oscar. mas era um filminho obscuro muito divertido. referências aos beatniks, jazz e poemas, uma montagem bem intencionada... fun. Nota 7. apesar da indignidade inominável que é ver um filme dublado, me diverti muito.
dia bom para escrever cartas. e porque não fazer tudo aqui?

Fê e Jorge. Espero que sem danos do palhaço. Nada se perdeu, tudo no lugar, o ap não pegou fogo? Leio por mensagens que ele já está em madrid e respiro aliviado. Nunca mais, como dizia o corvo.

Wilbur: por falar em palhaço, uh. Não desisti dos nossos. Mas uma coisa tem se somado à outra ( a desculpa do preguiçoso, eu sei). A verdade é que são vários projetos acumulados que não estão fluindo bem no dia a dia. Estou sonhando com tirar umas férias para trabalhar. Veremos.

Law: O mesmo vale para os vampiros. Vampiros e palhaços, que coisa. Mas não tenho conseguido mesmo encaixar coisas de mais fôlego no dia a dia. Aí que o improvisation tem funcionado tão bem. Mas ainda queria ver aquele sangue correr.

Relendo isso, me dei conta de quantas promessas. Hmmm. Continuo depois.

quinta-feira, setembro 09, 2004

belle du jour consegue um feito que os guris dos livros do mal (tão obsecados com escatologia) deviam estudar: conseguir lidar com cruezas muito explícitas do sexo com absoluta elegância. ela está falando de (e lidando com) fluidos corporais quando tem uma visão muito sutil do passado. eu tenho grande admiração por essa mulher.

by the way. por ter lido alguma literatura pornô em inglês, eu sei o que pre-come quer dizer, mas como se colocaria em português? eu tenho minhas dúvidas se a expressão existe. algum voluntário?
esse negócio de deixa a vida me levar me deixou afastado da mesa de desenho. hoje um retorno tímido no improvisation. que aliás não foi feito na mesa. o que é apropriado. voltamos a ela com calma. e com aquela cara de culpa.

quarta-feira, setembro 08, 2004

voltei a cozinhar com law, devagar e à distância, nossa história de vampiros. aquela que pus as capinhas no improvisation. são muitos projetos, mas bem que esse podia sair. por cota disso, reli uns textos que tínhamos produzido. gostei em particular de uns trechos que tinha escrito, interpretando o roteiro d law e dando voz aos personagens. esse trecho é da vampira do grupo. (está em inglês porque nossa pretensão, como sempre...o mundo...blah blah...)


She writes a letter. Always easier this way.
Some boys never could get over her. She knew she was a young man´s dream, so pale and misterious. But she couldn´t bring herself to feast in this eager admirers, so she wrote long romantic letters misleading them, rejecting them so softly that they just loved her more. Funny how that never changed over time. There would always exist the young romantic type, even in these cynical times.

She had had chances to see some of them in their old age. To appear to them, in the same mature glory, as the same woman they loved, it was something she could never decide cruel or merciful. Some of these she took. With affection. A late kiss by the love of their youth and a merciful end. To die as they had promised in the past ? giving their blood for her.
She also found that very sexy and indulged herself in some young body in the same night. For lust. I´m the one who gives and takes.

segunda-feira, setembro 06, 2004

presentes, presentes.

- meu primo trouxe (a pedidos) nanquim chinês que só encontro em POA.

- James trouxe (a pedido) o último paul Auster: The Books of Illusions.

- E por uma dessas coincidências, me chegou na sexta um presente de Consu: Jimmy Corrigan, The Smartest Kid on Earth. Esse rendia laudas e laudas. Isso que nem comecei a ler. Aliás, o ritual foi: passei um dia olhando para o envelope fechado. Sabendo o que tinha dentro e apreciando a antecipação. Pleasure-delayer. depois de aberto, um dia só olhando a capa e contracapa, com ocasional página aberta ao acaso e ohhh ahhhh uhhhh. hoje li a introdução e quase morri. dio. cris ware é um monstro. nunca vi uma escrita tão perversa, um design tão absurdo reunidos assim.

Consu, não tenho palavras. really. Não me lembro de ter ganho algo que apreciasse tanto. talvez quando criança, algum robô que piscava luzinhas, mas depois de adulto...
vivo!
a seguir, impressões desconexas (dêem um desconto) do fim de semana:

- a grande vítima foi minha saúde, claro. um fio de voz e um estado letárgico corporal que não sei se é gripe, ressaca ou sabe-se lá o quê.

- ninguém se matou. algumas mulheres ficaram tentadas a estrangular james, mas os ânimos foram contidos.

- consumo de substâncias: sexta fomos até as 4 da manhã e sábado do meio dia à meia noite. não tenho como contabilizar o número de latas e garrafas, mas façam suas contas.

- james agora trabalha para o governo americano, departamento de explosivos. essa me gerou um surto de riso considerável, francamente. considerando que a carreira prévia dele consistia de trabalhar na blockbuster. mas depois, devidamente explicado e comprovado (até por ali, mas enfim) aparentemente ele checa por explosivos no aeroporto, depois de um curso rápido. hummm.

- mais anedotas inexplicáveis de james: ele trouxe uma mala cheia de pão, cerveja e queijo. vai entender. o que ele pensava? que não ia encontrar isso no brasil? mas para não ser injusto, as cervejas eram boas. todas de 1 litro, tomamos dominicana, holandesa e alemã.

- domingo foi tranquilo e como james conhece vítor (ramil), tomamos uns mates com ele. pra mim, grande fã, um momento bem bacana. ouvimos o disco novo em primeira mão e tivemos umas duas horas de conversa muito civilizada.

- a alegria de quando os amigos chegam e a alegria de quando eles partem. amigos trazem afeto, novidades, movimento, presentes e alegria para sua vida. mas quando você se dá conta de que a casa é sua de novo... êxtase.

Continuo depois.

sexta-feira, setembro 03, 2004

Há essa frase que diz que a vida pode ser uma aventura ou um desastre, então melhor fazê-la uma aventura.

Me preparando para um fim de semana que pode ser os dois. No espaço normalmente ocupado por mim e Klimt, com a visita feminina ocasional, vamos ter um cast mínimo de 6 pessoas, com possíveis coadjuvantes. O consumo de substâncias promete ser intenso, o barulho também e toda a inquietude que esses fatores trazem.

O cast básico inclui:
eu mesmo;
a visita feminina ocasional, cada vez menos ocasional e que pretende se instalar lá para controlar o movimento ou meu comportamento;
meu primo e namorada, ele um tipo tranquilo porém descalibrado em consumo, ela uma moça quieta e linda;
meu amigo há 20 anos, james, que foi uma sombra enorme em minha vida, um modelo de adolescência, uma influência cultural, consumidor intenso de substâncias, troublemaker e galã incansável;
a namorada dele, uma incógnita.

Entre os possíveis coadjuvantes:

Meus outros primos, criaturas adoráveis, mas profundamente deslocados no contexto;

o irmão de james, criatura que eu não queria nem que soubesse onde moro, com todos os defeitos dele e nenhuma das qualidades;

amiga da visita feminina, um turbilhão em forma humana.



O que vocês imaginam como o filme resultante disso?

(a) Porky´s

(b) Festa de Família

(c) Trainspotting?

(d) Todas as alternativas acima

(e) Outros.

quinta-feira, setembro 02, 2004

Belezas do vinil: ontem em um sebo trash (na aparência) comprei: elizete cardoso & zimbo trio, elizete cardoso & jacob do bandolim, maysa ao vivo e uma caixa com cinco vinis de frank sinatra, cobrindo toda a carreira dele. total da compra: 25 reais. :)

Não é para o ser humano sair sorrindo como um maníaco? Hoje comecei devagarinho o trabgalho de restauração, lavar os vinis, limpar as capas, ouvir uma faixa aqui, outra ali...degustação. Maysa ao vivo cantando todos falam que bebo demais....

Tudo de bom.

quarta-feira, setembro 01, 2004

não vai consolar fê e jorge da fria que meti eles sem pretender, mas a vingança do universo sará maligna: vou receber em casa (no meu caso de livre e espontânea vontade, é verdade) meu lendário amigo james, que deve chegar dos estados unidos num clima ALLPARTYALLNIGHTLONG. a casa deve virar um louqueiro, quase certamente. consumo de substâncias absurdo, gente entrando e saindo... o horror, o horror. mas aí são amigos de 20 anos. se abrem exceções. o demônio vai reinar. rock´n roll, baby. ( e eu, que acabei de comprar mais uma caixa de vinis de sinatra...)
pausa no improvisation. ontem tivemos reunião a fim de viabilizar uma coisa bem bacana: um projeto de uma estilista para usar os desenhos para sua coleção de verão. já estava em pauta há algum tempo, mas agora parece que vai. e o verão vai ser da deusa. se não demorar muito, os amigos, além de receberem uma revistinha podem ganhar uma camiseta beeem bacana. não é aquela coisa serigrafada semvergonha, mas uma coisa bastante bem. aguardem.

e depois teve show do rappa. e o demônio chamando, por todos os lados. nada de novo.