terça-feira, dezembro 18, 2007
terça-feira, dezembro 11, 2007
quanto tempo leva até você aceitar quem você é? a vida inteira, parece. pelo menos no meu caso. a expressão "confortável na própria pele" me ocorre para algumas pessoas. poucas.
comentava com wilbur ali nos comments. a primeira história impressa em um amontoado de folhas que se chama livro. o choque, o horror, o horror. em casa, com mais calma, fui aceitando. minhas árvores são minhas árvores. minha sujeira, meus seres humanos, meu nanquim. não dá pra ser mais do que você. e a telefonista acabou de vir aqui e me elogiar. que bom.
comentava com wilbur ali nos comments. a primeira história impressa em um amontoado de folhas que se chama livro. o choque, o horror, o horror. em casa, com mais calma, fui aceitando. minhas árvores são minhas árvores. minha sujeira, meus seres humanos, meu nanquim. não dá pra ser mais do que você. e a telefonista acabou de vir aqui e me elogiar. que bom.
trechos da correspondência completa:
from: odyr@qualquercoisa
to: angie@qualquercoisa
peguei o metrô para comprar sua revista.
estava 35 graus na rua, angie. desci na carioca, sempre confuso para que lado seguir. um saxofonista torturava o tema do verão de 42. desci e passei uma hora na berinjela (o que, em minúsculas, fica ótimo). comecei a ler (você primeiro, claro) de pé na estação. sorri sozinho. no metrô, uma loira se desmanchava. o braço dela parecia que tinha desistido. almoçei pastel de camarão e chope. tão carioca. onde anda minha estética do frio? também quero ser poeta, angie. deus me livre de actually escrever poemas. mas ficaria feliz de ficar andando assim pelo metrô, com missões tão vagas como essa. (ainda que prefira enormemente ficar parado em casa) mais do que um flaneur, é uma questão de ser um respirateur, como dizia duchamp. é o que estou tentando.
(...)
você não sabe os quadrinhos que quero fazer.
beijo.
O.
from: odyr@qualquercoisa
to: angie@qualquercoisa
peguei o metrô para comprar sua revista.
estava 35 graus na rua, angie. desci na carioca, sempre confuso para que lado seguir. um saxofonista torturava o tema do verão de 42. desci e passei uma hora na berinjela (o que, em minúsculas, fica ótimo). comecei a ler (você primeiro, claro) de pé na estação. sorri sozinho. no metrô, uma loira se desmanchava. o braço dela parecia que tinha desistido. almoçei pastel de camarão e chope. tão carioca. onde anda minha estética do frio? também quero ser poeta, angie. deus me livre de actually escrever poemas. mas ficaria feliz de ficar andando assim pelo metrô, com missões tão vagas como essa. (ainda que prefira enormemente ficar parado em casa) mais do que um flaneur, é uma questão de ser um respirateur, como dizia duchamp. é o que estou tentando.
(...)
você não sabe os quadrinhos que quero fazer.
beijo.
O.
segunda-feira, dezembro 03, 2007
nota rápida: a cara feia de beckett nos mira do topo do site do ubu. para alguns de nós, essas caras feias (burroughs, beckett, joyce) são como as de nossos avós. tenho uma foto de buñuel em minha mesa de trabalho, como de um avô espanhol distante.
a tese que eu desenvolveria aqui se fazer teses fosse meu caso era de que nosso amor pela arte hoje em dia é isso mesmo: amor. o que nos prende a toda essa tralha dos anos 20 ou 30 é um carinho por essas figuras que orientaram nossa adolescência. já falei e falo em cada festa em que estou bêbado e alguém me dá atenção que acho que a arte acabou. às vezes mudo de idéia, mas na maior parte dos dias penso assim. o que não acaba é nosso carinho por esses mentores distantes, cujas frases repetíamos quando ainda não sabíamos o que dizer.
a tese que eu desenvolveria aqui se fazer teses fosse meu caso era de que nosso amor pela arte hoje em dia é isso mesmo: amor. o que nos prende a toda essa tralha dos anos 20 ou 30 é um carinho por essas figuras que orientaram nossa adolescência. já falei e falo em cada festa em que estou bêbado e alguém me dá atenção que acho que a arte acabou. às vezes mudo de idéia, mas na maior parte dos dias penso assim. o que não acaba é nosso carinho por esses mentores distantes, cujas frases repetíamos quando ainda não sabíamos o que dizer.
retorno à estação adolescência
nossas carreiras, nossas vidas, o mundo, nada anda em linha reta, não é mesmo? nasi, meu personal personal agent na descoberta de cool na web e no mundo apontou mais um tesouro: ubu, um repositório de coisas de vanguarda que parece uma caverna de tesouros inestimável. e oportuno, porque são coisas para as quais me vejo retornando. chamei de retorno à adolescência, mas seria o contrário, o princípio da idade da razão? não sei, mas vejo acontecer.
aos 18 ou 19 eu era uma torre de petróleo de pedantismo. eu não ligava muito nem para a música, o pop, até os quadrinhos estavam esquecidos. meu negócio era sartre (terrivelmente mal lido), kandinsky, klee e minha igreja particular de vanguarda. se era para ouvir música, eu ouvia gismonti, keith jarret e sonhava mesmo era em ouvir stockhausen, de quem só tinha ouvido falar. naquele momento, essas adesões eram simplesmente um sintoma da falta de sexo. como diz artaud, os adolescentes perdem suas inquietações metafísicas com a primeira amante. durou um pouco mais que isso, mas enfim em algum momento re-descobri as alegrias dessa droga que se chama pop. um amigo, (law, donde andas?) me levou de volta aos quadrinhos, à ficção científica, ao terminator, ao mundo das alegrias imediatas e do volume.
vivi nessa terra meio vegas, meio tokyo por muito tempo com um esquecimento quase completo de minha existência pré-matrix. troquei borges por stephen king sem olhar para trás.
continuo amando os dois, sem nenhuma culpa, sem nenhum revisionismo, mas me vejo voltando a esses prazeres mais lentos, a essa slow food do pensamento. a ler coisas que não são chiclete a ver filmes que não são só pixels explodindo. passei o final de semana lendo em câmera lenta um capítulo da biografia de duchamp. menos de 10 páginas. mas uma sinapse a cada 20 linhas. vi transformers, também. mas meu cérebro quase explodiu. vi 10 minutos de viver a vida, de godard. e senti o prazer de ter uma câmera que olha para as coisas, que leva o tempo em consideração. duchamp: só a arte nos leva a regiões que não são dominadas pelo espaço e tempo.
como sempre, esses esboços selvagens, digitados na hora do almoço, me irritam um pouco. mas são um boletim mal editado do que se passa na minha mente. como se interessasse a alguém.
nossas carreiras, nossas vidas, o mundo, nada anda em linha reta, não é mesmo? nasi, meu personal personal agent na descoberta de cool na web e no mundo apontou mais um tesouro: ubu, um repositório de coisas de vanguarda que parece uma caverna de tesouros inestimável. e oportuno, porque são coisas para as quais me vejo retornando. chamei de retorno à adolescência, mas seria o contrário, o princípio da idade da razão? não sei, mas vejo acontecer.
aos 18 ou 19 eu era uma torre de petróleo de pedantismo. eu não ligava muito nem para a música, o pop, até os quadrinhos estavam esquecidos. meu negócio era sartre (terrivelmente mal lido), kandinsky, klee e minha igreja particular de vanguarda. se era para ouvir música, eu ouvia gismonti, keith jarret e sonhava mesmo era em ouvir stockhausen, de quem só tinha ouvido falar. naquele momento, essas adesões eram simplesmente um sintoma da falta de sexo. como diz artaud, os adolescentes perdem suas inquietações metafísicas com a primeira amante. durou um pouco mais que isso, mas enfim em algum momento re-descobri as alegrias dessa droga que se chama pop. um amigo, (law, donde andas?) me levou de volta aos quadrinhos, à ficção científica, ao terminator, ao mundo das alegrias imediatas e do volume.
vivi nessa terra meio vegas, meio tokyo por muito tempo com um esquecimento quase completo de minha existência pré-matrix. troquei borges por stephen king sem olhar para trás.
continuo amando os dois, sem nenhuma culpa, sem nenhum revisionismo, mas me vejo voltando a esses prazeres mais lentos, a essa slow food do pensamento. a ler coisas que não são chiclete a ver filmes que não são só pixels explodindo. passei o final de semana lendo em câmera lenta um capítulo da biografia de duchamp. menos de 10 páginas. mas uma sinapse a cada 20 linhas. vi transformers, também. mas meu cérebro quase explodiu. vi 10 minutos de viver a vida, de godard. e senti o prazer de ter uma câmera que olha para as coisas, que leva o tempo em consideração. duchamp: só a arte nos leva a regiões que não são dominadas pelo espaço e tempo.
como sempre, esses esboços selvagens, digitados na hora do almoço, me irritam um pouco. mas são um boletim mal editado do que se passa na minha mente. como se interessasse a alguém.
quinta-feira, novembro 29, 2007
segunda-feira, outubro 29, 2007
quinta-feira, outubro 25, 2007
que animais sentimentais que somos. família, que invenção. as notícias enfim não importam, são circunstanciais e anódinas, mas uma nuvem, que rondava, baixou. um email inocente causou isso, mas a origem é antiga. lembrei de miracleman, de alan moore. ele é um super-herói como o capitão marvel, dois seres em um corpo. numa cena clássica, ele aterrisa no telhado de casa, se transforma e entra em casa. a mulher pergunta como estava o céu e ele não quer falar sobre miracleman. quer ter um café da manhã "normal". depois ele se explica um pouco: diz que quando ele é o herói, o amor dele por ela é puro, amplo, imenso. quando ele volta a ser humano, é um amor pequeno, confuso, mesquinho, cheio de dúvidas: ele está fazendo a coisa certa, ele a ama o suficiente, ele devia ter lavado a louça ontem?
somos nós, esses animais pequenos e cheios de dúvidas. assim é nosso amor, nossas relações familiares, nossos planos.
tudo isso ou simplesmente está chovendo no rio. vai saber.
somos nós, esses animais pequenos e cheios de dúvidas. assim é nosso amor, nossas relações familiares, nossos planos.
tudo isso ou simplesmente está chovendo no rio. vai saber.
quarta-feira, outubro 10, 2007
eu bebo uma coca-cola.
estupidamente gelada, na padaria. eu chego ao trabalho, largo minhas coisas e saio para uma coca, é um dia de verão na primavera do rio. e essa coca-cola estupidamente gelada me traz de volta a sensação exata infanto-juvenil, quando tomar uma coca assim era possivelmente o máximo em sensações intensas. na praia, andar pelo balneário, sob o sol insano do verão do sul, em busca de um quiosque onde tomar uma coca-cola gelada a ponto de doer a garganta. aquele ahhh.
na minha frente, estacionado em frente à padaria,um caminhão de coca-cola. clássico, absoluto, nada de papai noel ou slogan ou campanha. só a imensidão daquela superfície vermelha com o logo em tamanho maior que a vida. alguma coisa de emocionante ali. ele parece uma lona de circo, um trailer de artistas de vaudeville, uma simulação de hollywood. tomo minha coca-cola e olho para aquela obra de pop art por uns dois minutos.
estupidamente gelada, na padaria. eu chego ao trabalho, largo minhas coisas e saio para uma coca, é um dia de verão na primavera do rio. e essa coca-cola estupidamente gelada me traz de volta a sensação exata infanto-juvenil, quando tomar uma coca assim era possivelmente o máximo em sensações intensas. na praia, andar pelo balneário, sob o sol insano do verão do sul, em busca de um quiosque onde tomar uma coca-cola gelada a ponto de doer a garganta. aquele ahhh.
na minha frente, estacionado em frente à padaria,um caminhão de coca-cola. clássico, absoluto, nada de papai noel ou slogan ou campanha. só a imensidão daquela superfície vermelha com o logo em tamanho maior que a vida. alguma coisa de emocionante ali. ele parece uma lona de circo, um trailer de artistas de vaudeville, uma simulação de hollywood. tomo minha coca-cola e olho para aquela obra de pop art por uns dois minutos.
quarta-feira, outubro 03, 2007
coisas que eu vi quando desci para fumar um cigarro hoje:
o velhinho mais triste do mundo usava bermuda de surfista. aquela exuberância de padronagens e cores havaianas e ele com os braços caídos e olhar desconsolado. Como se alguém tivesse roubado sua prancha.
um menino de uns 6 anos passou com sua mãe e abriu a boca para me mostrar (com aparente orgulho) o chiclete que mascava. fiz sinal de que achava ótimo.
depois subi e fui sugado para uma reunião onde morri um pouco, como em quase toda reunião.
o velhinho mais triste do mundo usava bermuda de surfista. aquela exuberância de padronagens e cores havaianas e ele com os braços caídos e olhar desconsolado. Como se alguém tivesse roubado sua prancha.
um menino de uns 6 anos passou com sua mãe e abriu a boca para me mostrar (com aparente orgulho) o chiclete que mascava. fiz sinal de que achava ótimo.
depois subi e fui sugado para uma reunião onde morri um pouco, como em quase toda reunião.
quarta-feira, setembro 19, 2007
sexta-feira, setembro 14, 2007
jana e eu sempre brincamos que nossa vida (como a de qualquer casal) é um big brother. duas pessoas, trancadas em uma casa... faltam só as câmeras. hoje de manhã o programa tinha um nível acima do normal: jana comprou aventuras no marxismo, do marshal berman e estávamos lá, debatendo o humanismo marxista, domenico de masi e outras coisas afins. me ocorreu: se os big brother fossem assim, divididos por conteúdo e perfil demográfico ou região, o nosso ia dar traço no ibope.
enquanto no big brother bahia: a dança da bundinha! 200 pontos no mesmo horário.
enquanto no big brother bahia: a dança da bundinha! 200 pontos no mesmo horário.
quarta-feira, setembro 12, 2007
Estamos todos lá - no super hype cool trendy Oi Futuro. A exposição se chama blooks e trata dessa convergência de coisas - literatura e quadrinhos na internet. De minha culpa tem coisas do blog e quadrinhos e a um click de distância tem Angie, tem Jana... foi engraçado ver tantos conhecidos. Jana tem fotos.
quarta-feira, agosto 29, 2007
uma versão muito curta e precariamente escrita (no trabalho) sobre uma questão que mereceria ser corretamente perguntada (e respondida)
matéria na época, na isto é (só falta a veja), capa do mais para uma história em quadrinhos, matérias na cult, na bravo, na língua portuguesa.. aquele boom famoso que aconteceu nos estados unidos está em franco progresso aqui. as matéria sempre iguais, claro "uau, não é que esse negócio de quadrinhos não é só para criança?" tudo bem, foi assim nos estados unidos também e veja onde eles estão chegando. o que me pergunto é:
que lugar é esse, dos quadrinhos? quem vai subir no pódio? não, quem vai nos fazer merecer o palco? quem tem algo a dizer? quem, dentre vocês, como diz essa construção tão clássica, quem dentre nós. e se o boom acontecer e não tivermos nada para mostrar? a câmera chega, as luzes se acendem e no foco está o quê?
não consigo parar de pensar em que fiasco monumental seria se enfim, enfim se criassem as condições ideais para um mercado de quadrinhos adultos no brasil e... simplesmente não tivéssemos quadrinhos adultos de qualidade para preencher esse mercado.
pense assim: quem são nossos autores? autores. não desenhistas talentosos de aluguel ou contadores competentes de histórias. autores. alguém com uma visão de mundo, um estilo, capazes de criar um universo.
mutarelli, claro. guazzelli, sem dúvida. laerte (mas ele tem uma certa relutância em vestir a camisa.uma questão de temperamento, cansaço e outras coisas, como mostra a entrevista dele hoje na folha.) angeli. (se ele continuasse a partir do que fez na piauí, se aquilo fosse um recomeço para ele, não um evento isolado).
o que temos até agora? dois autores e meio?
existe toda uma lógica, evidente. você olha liniers, na argentina. e você lembra que eles lêem cortazar no colégio. você olha neil gaiman, allan moore e grant morrison e lembra que eles são ingleses. o que nossa história nos preparou, senão para fazer piada (de nós mesmos, geralmente)?
isso é um esboço muito precário de uma idéia. érico e nasi certamente podiam somar, multiplicar, expandir. feel free, folks. estou resmungando em voz alta.
matéria na época, na isto é (só falta a veja), capa do mais para uma história em quadrinhos, matérias na cult, na bravo, na língua portuguesa.. aquele boom famoso que aconteceu nos estados unidos está em franco progresso aqui. as matéria sempre iguais, claro "uau, não é que esse negócio de quadrinhos não é só para criança?" tudo bem, foi assim nos estados unidos também e veja onde eles estão chegando. o que me pergunto é:
que lugar é esse, dos quadrinhos? quem vai subir no pódio? não, quem vai nos fazer merecer o palco? quem tem algo a dizer? quem, dentre vocês, como diz essa construção tão clássica, quem dentre nós. e se o boom acontecer e não tivermos nada para mostrar? a câmera chega, as luzes se acendem e no foco está o quê?
não consigo parar de pensar em que fiasco monumental seria se enfim, enfim se criassem as condições ideais para um mercado de quadrinhos adultos no brasil e... simplesmente não tivéssemos quadrinhos adultos de qualidade para preencher esse mercado.
pense assim: quem são nossos autores? autores. não desenhistas talentosos de aluguel ou contadores competentes de histórias. autores. alguém com uma visão de mundo, um estilo, capazes de criar um universo.
mutarelli, claro. guazzelli, sem dúvida. laerte (mas ele tem uma certa relutância em vestir a camisa.uma questão de temperamento, cansaço e outras coisas, como mostra a entrevista dele hoje na folha.) angeli. (se ele continuasse a partir do que fez na piauí, se aquilo fosse um recomeço para ele, não um evento isolado).
o que temos até agora? dois autores e meio?
existe toda uma lógica, evidente. você olha liniers, na argentina. e você lembra que eles lêem cortazar no colégio. você olha neil gaiman, allan moore e grant morrison e lembra que eles são ingleses. o que nossa história nos preparou, senão para fazer piada (de nós mesmos, geralmente)?
isso é um esboço muito precário de uma idéia. érico e nasi certamente podiam somar, multiplicar, expandir. feel free, folks. estou resmungando em voz alta.
quinta-feira, agosto 23, 2007
segunda-feira, agosto 20, 2007
segunda-feira, agosto 13, 2007
sexta-feira, agosto 10, 2007
previously in 24... bip bip bip. assim começa o inferno de jack bauer. e tenho assistido demais a essas coisa. depois tenho pesadelos incríveis, onde fujo de torturas alucinantes e vilões sem rosto. o ministério da saúde adverte, you know. eu e jana ainda não demos de verdade aquele passo rumo a viver o Rio de verdade. mas hoje de manhã, com um dia glorioso lá fora, nos pareceu meio absurdo estar com as cortinas fechadas, vendo 24h. há um mundo lá fora. sol, calor e o mar um verde absurdo. ainda vamos achar maneiras de nos entender com ele. o mundo, não o jack.
previously, in my life... nosso herói luta desesperadamente com seu cronograma e sua procastinação. e está mais ou menos na metade de seu álbum. brutal, folks. mas mantenham-se conectados. o relógio corre e esperamos sucesso até o final da temporada. ou algo assim. bip bip.
previously, in my life... nosso herói luta desesperadamente com seu cronograma e sua procastinação. e está mais ou menos na metade de seu álbum. brutal, folks. mas mantenham-se conectados. o relógio corre e esperamos sucesso até o final da temporada. ou algo assim. bip bip.
segunda-feira, julho 23, 2007
Outra orelha de minha culpa, essa para o livro de André Dahmer para a Desiderata, em breve nas melhores livrarias, etc.
Incrível como eu demorei para entender o Dahmer. Lembro de Melissa e Gabi me mostrando coisas dele anos atrás e eu não percebia. Lento, eu.
Um humorista que não ri
Buster Keaton foi imortalizado como o comediante que não ria. Dahmer também não ri. Pessoalmente, ele é sério como um médico que vem nos dar más notícias. Seus temas também não são engraçados. Genocídio, miséria, abuso, álcool, o desespero da condição humana. Porque rimos então ao lê-lo? Porque milhares de internautas voltam todos os dias ao site dos Malvados, em busca de mais? Porque é mais crocante ou porque vende mais?
A resposta, como costuma acontecer, vem dos mestres. Millôr, neurocirurgião da graça, escreveu O Decálogo do Verdadeiro Humorista. Está lá, no item I: O humorista deve ter pudor de fazer graça. Ou no III: Para escrever, o humorista deve escolher sempre o assunto mais sério, mais triste, mais chato ou mais trágico. Só um falso humorista escreve sobre assuntos humorísticos. E assim por diante. Se esse fosse um teste da revista Nova, Dahmer teria passado com 10.
Assim como Keaton, que com seu humor físico e sua fachada esculpida de seriedade fazia a platéia rir dos absurdos e injustiças da vida moderna, Dahmer, com sua moralidade indignada, nos faz rir de nossa preguiça, vaidade, estupidez e todos outros pecados que estão no catálogo da raça. E dessa vez, é nossa cara que está lá. Os malvados, com sua aparência enigmática de flores perversas, eram uma máscara que podíamos vestir ou não. Nesse livro, eles tem cara. A minha, a sua, a de todos nós. No livro negro de Dahmer, somos todos malvados. Só nos resta rir.
Incrível como eu demorei para entender o Dahmer. Lembro de Melissa e Gabi me mostrando coisas dele anos atrás e eu não percebia. Lento, eu.
Um humorista que não ri
Buster Keaton foi imortalizado como o comediante que não ria. Dahmer também não ri. Pessoalmente, ele é sério como um médico que vem nos dar más notícias. Seus temas também não são engraçados. Genocídio, miséria, abuso, álcool, o desespero da condição humana. Porque rimos então ao lê-lo? Porque milhares de internautas voltam todos os dias ao site dos Malvados, em busca de mais? Porque é mais crocante ou porque vende mais?
A resposta, como costuma acontecer, vem dos mestres. Millôr, neurocirurgião da graça, escreveu O Decálogo do Verdadeiro Humorista. Está lá, no item I: O humorista deve ter pudor de fazer graça. Ou no III: Para escrever, o humorista deve escolher sempre o assunto mais sério, mais triste, mais chato ou mais trágico. Só um falso humorista escreve sobre assuntos humorísticos. E assim por diante. Se esse fosse um teste da revista Nova, Dahmer teria passado com 10.
Assim como Keaton, que com seu humor físico e sua fachada esculpida de seriedade fazia a platéia rir dos absurdos e injustiças da vida moderna, Dahmer, com sua moralidade indignada, nos faz rir de nossa preguiça, vaidade, estupidez e todos outros pecados que estão no catálogo da raça. E dessa vez, é nossa cara que está lá. Os malvados, com sua aparência enigmática de flores perversas, eram uma máscara que podíamos vestir ou não. Nesse livro, eles tem cara. A minha, a sua, a de todos nós. No livro negro de Dahmer, somos todos malvados. Só nos resta rir.
terça-feira, julho 17, 2007
Como dizia Mário de Andrade, se o escritor mostra o que escreve, é por vaidade. E se não mostra, também é por vaidade. Então, com plena consciência do pecado, vou mostrar aqui umas letrinhas minhas que tem sido impressas: sou o orelha-man informal de alguns livros da Desiderata. É uma das (muitas) alegrias do clima informal de nossa editora, que possamos fazer coisas assim, de graça e por graça.
Essa aqui escrevi hoje, de um de nossos próximos livros, a Antologia da Lapa.
Cabarés, madames, malandros e poetas: a Lapa em preto e branco
Os arcos da Lapa, esse inesperado cenário romano na antiga capital do império, fazem parte da imagem do Rio de Janeiro como o Cristo Redentor. Mas ao contrário do Cristo, que simboliza o Rio todo, de ontem e de sempre, eles são só da Lapa. E são símbolo de um outro tempo. Como Roma, a Lapa teve seu apogeu e decadência. E se agora ela ressurge, reinventada e de novo adotada pelos cariocas, ela certamente é outra.
A Lapa de que fala este livro é o bairro mítico, boêmio, em preto e branco, que a maior parte de nós não viu. E quem melhor para nos guiar por suas ruas escuras e movimentadas do que esses protagonistas fabulosos? Vinicius de Moraes, Manuel Bandeira, Di Cavalcanti, Rubem Braga, Antônio Maria, e outros nos levam por esses becos e ruelas onde Madame Satã amava e enfrentava policiais, Villa-Lobos tocava piano nos salões enfumaçados das pensões e Manuel Bandeira escrevia seus poemas com um olho melancólico na festa que acontecia debaixo de sua janela. Como na Paris dos anos 20, até a pobreza era charmosa e as prostitutas, francesas.
Cantada em prosa e verso e contada por seus protagonistas, essa época fabulosa da qual só os arcos restaram, está nas páginas deste livro.
Essa aqui escrevi hoje, de um de nossos próximos livros, a Antologia da Lapa.
Cabarés, madames, malandros e poetas: a Lapa em preto e branco
Os arcos da Lapa, esse inesperado cenário romano na antiga capital do império, fazem parte da imagem do Rio de Janeiro como o Cristo Redentor. Mas ao contrário do Cristo, que simboliza o Rio todo, de ontem e de sempre, eles são só da Lapa. E são símbolo de um outro tempo. Como Roma, a Lapa teve seu apogeu e decadência. E se agora ela ressurge, reinventada e de novo adotada pelos cariocas, ela certamente é outra.
A Lapa de que fala este livro é o bairro mítico, boêmio, em preto e branco, que a maior parte de nós não viu. E quem melhor para nos guiar por suas ruas escuras e movimentadas do que esses protagonistas fabulosos? Vinicius de Moraes, Manuel Bandeira, Di Cavalcanti, Rubem Braga, Antônio Maria, e outros nos levam por esses becos e ruelas onde Madame Satã amava e enfrentava policiais, Villa-Lobos tocava piano nos salões enfumaçados das pensões e Manuel Bandeira escrevia seus poemas com um olho melancólico na festa que acontecia debaixo de sua janela. Como na Paris dos anos 20, até a pobreza era charmosa e as prostitutas, francesas.
Cantada em prosa e verso e contada por seus protagonistas, essa época fabulosa da qual só os arcos restaram, está nas páginas deste livro.
A cena do dia: enquanto eu e Jana andamos pelo centro, paraíso perdido e horror muito encontrado que ela adora e eu suporto estoicamente, vejo o jovem funcionário público. Um grupo de sub-burocratas se encaminha para o almoço, naquela solidariedade masculina abastardada - o humor sexual da empresa, as piadas sobre a funcionária nova, as tentativas de fazer as horas cruéis se arrastarem menos - uns dois passos atrás do grupo caminha o jovem funcionário público, já vestindo as roupas do seu grupo, mas com uma tristeza do tamanho do seu futuro interminável. a franja de frequentador de shows de rock, aquela face pálida de quem nunca vai à praia e uma expressão desolada sem fim de quem vendeu seu tempo e sabe quanto custou.
segunda-feira, julho 09, 2007
jana contou: fomos ao cinema. oh, ato banal. como uma coisa precisaria de comentário? mas sim, em um mundo de dvd, de séries baixadas pela internet, de consumo e de amor ao seu sofá, para nós foi um retorno à aventura. meses sem ir ao cinema. como uma coisa dessas acontece?
foi bom. lembrei como é. e ratatouille é fenomenal. há uma atenção ao detalhe ali que é uma coisa de outro mundo. da culinária, que faz sentido visual (a textura de cada cogumelo, de cada panela de chef é perfeita) - da chef que tem uma vespa (como os chefs do mundo de fato), do desenho meticuloso mesmo do personagem mais secundário - se a câmera está passando, dá tempo para fazer um deboche ao mímico-francês-de-parque, em uma visão de meio segundo...e, claro, se você ama comida como eu amo, o filme é bem mais tocante. o discurso final do crítico é emocionante e fenomenalmente bem escrito. e remy, ah. viva remy, o rato gourmet.
foi bom. lembrei como é. e ratatouille é fenomenal. há uma atenção ao detalhe ali que é uma coisa de outro mundo. da culinária, que faz sentido visual (a textura de cada cogumelo, de cada panela de chef é perfeita) - da chef que tem uma vespa (como os chefs do mundo de fato), do desenho meticuloso mesmo do personagem mais secundário - se a câmera está passando, dá tempo para fazer um deboche ao mímico-francês-de-parque, em uma visão de meio segundo...e, claro, se você ama comida como eu amo, o filme é bem mais tocante. o discurso final do crítico é emocionante e fenomenalmente bem escrito. e remy, ah. viva remy, o rato gourmet.
quinta-feira, junho 28, 2007
escondemos mal, muito mal nossa satisfação com a desgraça crescente desses imbecis que espancaram a empregada doméstica aqui no rio. oh sim, novas testemunhas, oh sim, eles vão pra cadeia, oh sim, vão ser espancados, oh boy, eu espero que. ah sim, agora eles vão ver.
na verdade não escondemos nem um pouco, estamos aí, falando em voz alta no trabalho, nos bares. a única coisa escondida é nossa admissão de que essa baba que escorre de nossa sanha não é muito diferente da deles.
não me excluo, da baba, da sanha, do julgamento, do desejo que. mas o que estou dizendo então? que faço uma força para não. para não alimentar. para não ficar criando fantasias visuais em detalhes da punição informal que eles podem encontrar na cadeia. nada de bom pode vir de pensamentos assim. basicamente, folks, temos que ser melhores que eles, não iguais.
na verdade não escondemos nem um pouco, estamos aí, falando em voz alta no trabalho, nos bares. a única coisa escondida é nossa admissão de que essa baba que escorre de nossa sanha não é muito diferente da deles.
não me excluo, da baba, da sanha, do julgamento, do desejo que. mas o que estou dizendo então? que faço uma força para não. para não alimentar. para não ficar criando fantasias visuais em detalhes da punição informal que eles podem encontrar na cadeia. nada de bom pode vir de pensamentos assim. basicamente, folks, temos que ser melhores que eles, não iguais.
segunda-feira, junho 18, 2007
Rapidíssimas:
- Temos enfim um site que não é um blog disfarçado. Pobre, mas limpinho.
- O Pasquim 2 entrou na lista dos mais vendidos do Globo, Veja e Época. Não dá pra concorrer com O Levantador De Livros e Pipas Afegãs de Cabul, mas é uma alegria. Comentário completamente imparcial: é sensacional. Mesmo aqui, fazendo, não conseguíamos parar de ler. Quando tantos talentos se amontoaram no mesmo jornal ao mesmo tempo? A lista é inacreditável. É um livro para ler, fora de ordem, sem parar. Abrir ao acaso e ser feliz. E felizes nós de fazer parte disso.
- Temos enfim um site que não é um blog disfarçado. Pobre, mas limpinho.
- O Pasquim 2 entrou na lista dos mais vendidos do Globo, Veja e Época. Não dá pra concorrer com O Levantador De Livros e Pipas Afegãs de Cabul, mas é uma alegria. Comentário completamente imparcial: é sensacional. Mesmo aqui, fazendo, não conseguíamos parar de ler. Quando tantos talentos se amontoaram no mesmo jornal ao mesmo tempo? A lista é inacreditável. É um livro para ler, fora de ordem, sem parar. Abrir ao acaso e ser feliz. E felizes nós de fazer parte disso.
quarta-feira, junho 06, 2007
ah, a nostalgia gaúcha. ela vem quando menos se espera. uma notícia do festival de inverno de porto alegre - show de fito paez, filmes sobre cortazar, uma orquestra de tango moderna... em outra nota do mesmo suplemento cultural traiçoeiro que se inflitra em meu email, um show em homenagem à mítica do Bom Fim. o Bom Fim mítico. o sul mítico. onde o frio é glamouroso e não a infelicidade profunda da cama gelada e do chuveiro que nunca esquenta. não, nessas lembranças o frio não tem espirros nem fluidos nasais. é todo condição existencial e glamour. ha.
e ainda hoje jana reportou (para minha surpresa) que ainda falo bah.
e ainda hoje jana reportou (para minha surpresa) que ainda falo bah.
sábado, maio 26, 2007
o mar, essa semana, copacabaaaaana... então, eu desenho um álbum chamado copacabana e vivo em copacabana. como é viver aqui?
é barulhento. é conflituoso. está tudo em estado latente ao seu redor: as tensões sociais, o turismo sexual, o barulho do tráfego, as âmbulâncias, a sirene da polícia, os moleques de rua, driblando o tráfico com a ginga que se atribui a eles, os mortos vivos jogados em esquinas dormindo em suas camas de papelão, os velhos incrivelmente velhos que teimosamente levam 10 minutos para cruzar uma quadra, os estrangeiros, tão feios, tão dedicados em seu turismo, as putas tão dedicadas também, a polícia, tão querendo te pegar e teu dinheiro... tem a trinity, que agora, veja você, trabalha em uma lavanderia, uns 10 anos mais velha, tatuada e aparentemente bem casada, com uma filha (lava todas nossas roupas), tem giorgio, que agora mora uma quadra atrás de nós, veja você, bitisa. tem um restaurante 24 horas a uma quadra de casa. e tem o mar, você sabe. hoje, sábado frio em que você pode ter aquele raro conforto que é sentir roupas pesando sobre seu corpo (tomamos vinho, nos comportamos estritamente como se fosse inverno - nossa chance) vi o mar pela janela e pensei - vou ali, fazer gênero fumando em frente ao mar, por 10 minutos. é ridiculamente lindo, você sabe. a água que resta da onda que passou cria um dourado inacreditável na areia, aquele espelho entre a espuma e a areia. carlos drummond de andrade estava lá, sentado em sua prisão estatuária, de costas para o mar. sendo assediado, mais do que em vida, por turistas que o fotografam incansavelmente. pobre drummond. é estranhamente perturbador se sentar ao lado dessa réplica egípcia do poeta em vida, preso infinitamente.
resumindo, ainda não sei nada sobre copacabana. sou, de novo, sempre, um estrangeiro. cheguei aqui, agora. que lugar é esse?
é barulhento. é conflituoso. está tudo em estado latente ao seu redor: as tensões sociais, o turismo sexual, o barulho do tráfego, as âmbulâncias, a sirene da polícia, os moleques de rua, driblando o tráfico com a ginga que se atribui a eles, os mortos vivos jogados em esquinas dormindo em suas camas de papelão, os velhos incrivelmente velhos que teimosamente levam 10 minutos para cruzar uma quadra, os estrangeiros, tão feios, tão dedicados em seu turismo, as putas tão dedicadas também, a polícia, tão querendo te pegar e teu dinheiro... tem a trinity, que agora, veja você, trabalha em uma lavanderia, uns 10 anos mais velha, tatuada e aparentemente bem casada, com uma filha (lava todas nossas roupas), tem giorgio, que agora mora uma quadra atrás de nós, veja você, bitisa. tem um restaurante 24 horas a uma quadra de casa. e tem o mar, você sabe. hoje, sábado frio em que você pode ter aquele raro conforto que é sentir roupas pesando sobre seu corpo (tomamos vinho, nos comportamos estritamente como se fosse inverno - nossa chance) vi o mar pela janela e pensei - vou ali, fazer gênero fumando em frente ao mar, por 10 minutos. é ridiculamente lindo, você sabe. a água que resta da onda que passou cria um dourado inacreditável na areia, aquele espelho entre a espuma e a areia. carlos drummond de andrade estava lá, sentado em sua prisão estatuária, de costas para o mar. sendo assediado, mais do que em vida, por turistas que o fotografam incansavelmente. pobre drummond. é estranhamente perturbador se sentar ao lado dessa réplica egípcia do poeta em vida, preso infinitamente.
resumindo, ainda não sei nada sobre copacabana. sou, de novo, sempre, um estrangeiro. cheguei aqui, agora. que lugar é esse?
Foto by Jana
segunda-feira, maio 21, 2007
estamos instalados em copacabana. nenhuma observação sociológica fascinante até o momento, mas estamos eu e jana a 10 minutos a pé de nossos respectivos trabalhos. e a uma quadra da praia. e, a boa notícia para os amigos é que, embora não tenhamos chegado ainda ao nível quarto-de-hóspedes, o apartamento tem uns 4 sofás-cama.
então, cartão de crédito na mão, começem a parcelar suas passagens!
sexta-feira, maio 18, 2007
rápidas:
lendo Garbo, a biografia. incrível como ela (como tantas estrelas) foi completamente inventada. assistimos com fascinação, é praticamente o nascimento do herói, o spiderman que pôe a roupa pela primeira vez.
geralmente não falo muito do day job, mas não é como se lavasse carros. coisas interessantes acontecem. estamos fazendo um grande livro fotográfico do rio de janeiro. moderno, plural, não-postal. grande expectativa.
mudança nesse final de semana. oh, meus sapatos em copacabana. com suas sirenes, ambulâncias, cartazes, mendigos, putas, velhinhos, velhinhos muito velhinhos, velhinhos que você não sabe como ficam de pé. e pessoas de sunga, brilhando de bronzeador.
"o mundo não gosta do que você gosta". é angie dizendo de novo (e de novo e de novo) a coisa mais simples, com essa voz tão clara. e no entanto. que mistério é esse? que dedo é esse, que ao nos apontar o passarinho, o céu, o dvd ou o elevador nos mostra de novo o encanto primeiro dessas coisas?
bueno, se eu soubesse, seria ela.
bueno, se eu soubesse, seria ela.
quinta-feira, maio 17, 2007
quarta-feira, maio 16, 2007
ok, foi divertida essa orgia sentimental e ganheis vários euteamo de graça. muito bom. vergonhosamente esqueci dois amigos por demais queridos, (eu culpo o álcool) jorge e marcos. dois que estão no top five. e de repente me dou conta que meus amigos do top five não cabem no top five. o que quer dizer que posso ter um top ten de amigos. hey, a vida não é de todo má.
domingo, maio 13, 2007
ãhnn, ainda bêbado, decididamente tratando o blog como o orkut ou esse blog tem tãos poucos leitores que posso escrever exclusivamente para cada um deles ( a ordem é completamente aleatória). me poupa 20 emails bêbados. se esqueci algum, me escreva e faço uma retratação.
fê: bom que você vem.
júlio: se você não fosse esse macho broncozóico que é, eu diria bêbado que te amo. mas vou te poupar desse constrangimento.
dani e imperador: ainda lamentando minha falta em vê-los. yeah, amo vcs também.
bitisa: you know. chega de declarações etílicas. top of the top five.
melissa: london fields forever. ando ouvindo tantos beatles, you know? agora que você está rica, come on, apareça.
phraan: quando é que você vai, digamos, fazer alguma coisa? você já percebeu que trabalho em uma editora?
dudu: você não estava encarregado disso?
sam: você já está fazendo, não é? keep going. you're good..
jana: não se confunda com todas essas declarações. você é que eu amo mesmo.
fê: bom que você vem.
júlio: se você não fosse esse macho broncozóico que é, eu diria bêbado que te amo. mas vou te poupar desse constrangimento.
dani e imperador: ainda lamentando minha falta em vê-los. yeah, amo vcs também.
bitisa: you know. chega de declarações etílicas. top of the top five.
melissa: london fields forever. ando ouvindo tantos beatles, you know? agora que você está rica, come on, apareça.
phraan: quando é que você vai, digamos, fazer alguma coisa? você já percebeu que trabalho em uma editora?
dudu: você não estava encarregado disso?
sam: você já está fazendo, não é? keep going. you're good..
jana: não se confunda com todas essas declarações. você é que eu amo mesmo.
estamos lançando um livro do reinaldo (mais conhecido como aquele cara do casseta e planeta que faz o devagar franco - propaganda subliminar) e ele tem um cartum sensacional: sob o título E o Homem Continua se Perguntando, um homenzinho está ao lado de um monte gigantesco de merda e umas manchas brancas suspeitas, ele se pergunta - "Que merda é essa? Que porra é essa?"
são coisas que o ser humano se pergunta. num domingo elas parecem maiores e mais longas, como o monte de merda do cartum.
(nota para mim mesmo: não postar bêbado no dolmingo.)
são coisas que o ser humano se pergunta. num domingo elas parecem maiores e mais longas, como o monte de merda do cartum.
(nota para mim mesmo: não postar bêbado no dolmingo.)
quarta-feira, maio 09, 2007
angie tem uma missão, caso ela decida aceitá-la: lembrar as pessoas de que poesia não precisa ser ridícula, chata nem rimar amor com dor. parece quase impossível mesmo para tom cruise, mas ela tem feito um belo trabalho. estamos fazendo um mix cocktail de quadrinhos e poemas e esse é um deles, que nem angie ainda viu. então, voilà.
quarta-feira, maio 02, 2007
Cuidado com o que você deseja, não é? E se conseguíssemos esse respeito há tanto tempo almejado e os quadrinhos realmente chegassem? E se os quadrinhos chegassem às escolas?
segunda-feira, abril 30, 2007
Sempre desprezei Garfield como uma tira banal, desenhada tão friamente e com uma linha tão morta que qualquer desenhista contratado poderia executá-la. (Como de fato acontece: Jim Davis não desenha a tira.) Ao contrário da alma de Peanuts ou da inventividade de Calvin (e de suas existências gráficas, pessoais, intransferíveis), Garfield é um produto. Inimaginativo, insípido e reconfortante, bom para quem gosta de ter a mesma experiência de novo e de novo e de novo. Como pão de forma ou comida de microondas.
Agora um artigo na slate conta em detalhes porquê..
Davis makes no attempt to conceal the crass commercial motivations behind his creation of Garfield. Davis has the soul of an adman—his first job after dropping out of Ball State, where he majored in business and art, was in advertising—and he carefully studied the marketplace when developing Garfield. The genesis of the strip was "a conscious effort to come up with a good, marketable character.
In his 1982 interview with Shapiro, Davis admitted to spending only 13 or 14 hours a week writing and drawing the strip, compared to 60 hours a week doing promotion and licensing.
quinta-feira, abril 26, 2007
Entre uma página e outra, tempo para um exemplo rápido: cliquem para ver a imagem ampliada e percebam a exatidão dos "rabiscos" do Henfil: cada coisa tem exatamente o detalhe que precisa ter. Notem como os tanques vão se simplificando conforme estão mais longe. Claro, isso é bom senso, mas o que tem de desenhista que não entende isso...
Isso sem falar na eficiência absurda de concentrar toda a ênfase na expressão dos personagens. Tudo é expressão. O corpo é gesto, movimento, quatro ou cinco risquinhos que fazem todo o trabalho, sem chamar atenção. Ah, e o uso sensacional do espaço em branco.
Isso sem falar na eficiência absurda de concentrar toda a ênfase na expressão dos personagens. Tudo é expressão. O corpo é gesto, movimento, quatro ou cinco risquinhos que fazem todo o trabalho, sem chamar atenção. Ah, e o uso sensacional do espaço em branco.
como diria algum personagem de filme b, time is not on my side. estamos fechando o segundo volume do pasquim e os dias estão cheios. queria ter tempo inclusive para falar sobre o que ando vendo ali. assim como o restaurador de quadros do louvre deve ter uma visão dos mestres que não posso imaginar, conviver de perto com esse material maravilhoso aumentou imensamente meu respeito por esses desenhistas. henfil, por exemplo. vendo de relance eu sempre avaliei como uns rabiscos interessantes. vendo em volume e de de perto, ficou claríssimo para mim o quanto aqueles rabiscos eram precisos. por trás da espontaneidade há um raciocínio gráfico claríssimo. você vê exatamente o que você quer que ele veja. confusão nenhuma.
coisas assim.me dá vontade realmente de entrar em detalhes, de dar exemplos, de falar do jaguar, do ziraldo, do caulos, dessa constelação que criou o pasquim. mas o tempo...
quinta-feira, abril 19, 2007
as fotos facilitaram tudo.com que conforto os jornais classificaram cho seung-hi como um monstro. um psicopata. ufa. com que conforto o cidadão médio recebe essa classificação. ahhh. ele não é um de nós. foi ele, foi ele.
e os outros? e os colegas a quem ele dedicou tudo isso? os que o ignoraram ou debocharam ou hostilizaram ou sabe-se lá a que ponto anda essa crueldade jovem americana, esse sistema de castas? todos esses 2.000 filmes americanos que vi até hoje estavam mentindo? não há um sistema cruel de castas no colégio, na universidade? os populares, os losers, os freaks. o outro. o inimigo é o outro. o estrangeiro, o alien, o que-não-sou-eu.
o que quero dizer é que há uma dinâmica. pode até haver uma psicose, mas a panela de pressão acelera o processo. no meu ponto de vista, todos os colegas apertaram o gatilho juntos.
(como no rio, amiguinhos. tiroteio entre traficantes e polícia mata 13. aceito o argumento: quem compra drogas é cúmplice. quem proíbe as drogas é cúmplice. quem vira o rosto para a miséria (todos os dias, todos os dias) é cúmplice. somos todos.)
segunda-feira, abril 16, 2007
eu já sei faz tempo, mas talvez você não saiba que ela não é só um rosto bonito. jana também tem um blog onde ela junta letrinhas. hoje ela conta tudo que você precisa saber para trabalhar em uma livraria.
eu sou nerd, você é nerd, somos todos um pouco nerds. se eu estou escrevendo esse blog e você lendo, well, somos nerds. mas temos salvação. queor dizer, temos vida social, sexo, senso de ridículo, essas coisas. agora, existe o nerd terminal. aquele que está a um passo da falência múltipla.a um passo de não funcionar. esse que vi hoje e rabisquei aqui era um desses. e não, ele não tinha 15 anos. estava no caminho dos 30. virgem, obviamente. e, acredite, ele era pior do que o desenho. a coluna era mais curvada, a barriga maior, o ar de abstração, infinito. o guarda-roupa, um lugar misterioso e hostil.
algumas coisas você só o entendo o sentido de fazer quando faz. copiar os mestres é uma delas. parece uma atividade estúpida, vã. mas longe disso. há uma compreensão interna que acontece, de ver o maquinário por trás da pintura, de entender profundamente. olhar por cima do ombro do mestre, por alguns momentos. tive uma seção muito feliz com el greco. aqui, no flickr.
quarta-feira, abril 11, 2007
o site é modesto, faltou dinheiro, tempo e competência para fazer, mas vocês podem conhecer nosso catálogo. o site da desiderata.
segunda-feira, abril 09, 2007
quinta-feira, abril 05, 2007
Copacabana está sendo bem tratada, mesmo antes de estrear. Aqui uma nota no globo e aqui, uma bela, bela matéria sobre os quadrinhos da Desiderata, entre eles Copacabana.
quarta-feira, abril 04, 2007
ah, david lynch. sim, eu confesso:não é sempre que eu tenho a coragem de entrarnos corredores escuros dele ou me perder nos labirintos, mas minha admiração por ele é enorme, enorme, enorme. se existe ainda alguma arte no cinema, certamente vem dele.
nessa belíssima entrevista (clique no anúncio para poder entrar na salon) ele fala do filme novo, que parece mais radical do que qualquer outro: ele começou a filmar completamente sem ter idéia do que ia fazer. ele simplesmente se apaixona por certas idéias ou situações, realizar um delas, realiza outra, vê como elas se relacionam e acredita que no final o todo vai criar sua prórpia coerência. ou não. e insiste: nem tudo que está na tela é para ser entendido. se perca. passeie. get lost. nesse sentido, o dvd me parece fundamental. veja um pedaço hoje, outro amanhã... é como um livro mais difícil, que você não consegue ler de um fôlego.
além disso, ele está lançando um livro sobre arte e meditação, uma marca de café
e uma fundação para elevar a consciência mundial. uh, ele também é pintor, escritor e designer de móveis. para um homem que ama tanto os sonhos, quando é que ele acha tempo para dormir?
ah, sim. o café.
e uma fundação para elevar a consciência mundial. uh, ele também é pintor, escritor e designer de móveis. para um homem que ama tanto os sonhos, quando é que ele acha tempo para dormir?
ah, sim. o café.
terça-feira, abril 03, 2007
a primeira rejeição? eu devia ter 6 ou 7 anos, estava no circo (com quem? não lembro) e morrendo de sede e à minha frente um garoto tomava uma fanta que parecia sublime naquele momento. então me enchendo de uma coragem que não tinha, pedi para ele: - Você me dá um gole?
ele me olhou com a indignação própria para o momento, movendo ao mesmo tempo a fanta para longe de mim e disse com toda a ênfase: - Não.
Oh boy. doce infância.
Oh boy. doce infância.
terça-feira, março 27, 2007
segunda-feira, março 26, 2007
auto-promoção desvairada:
- tem uma solitária tira nova do heitor. tá lá no flickr.
- a primeira notícia sobre copacabana. lá no universo hq
- tem uma solitária tira nova do heitor. tá lá no flickr.
- a primeira notícia sobre copacabana. lá no universo hq
segunda-feira, março 19, 2007
lendo (finalmente) martin amis. London Fields. bom, bom, bom. mas uma coisa me impressiona, vinda de outras fontes também: o ódio que circula na inglaterra. basicamente todo mundo odeia todo mundo. momus comentava muito ao voltar a londres: a sensação palpável de mal-estar nas ruas. ódio aos pakis, aos indianos, aos franceses, ao seu vizinho, ao cara bebendo no pub ao seu lado. quantidades inacreditáveis de álcool e drogas variadas, violência nas ruas, panic in the streets of london. se você pensa por um instante na américa, o país onde tudo parece estar errado e lembra que eles vêm da inglaterra, faz algum sentido: a inglaterra seria uma américa com um ódio mais antigo, sem o dinheiro e com tudo comprimido em 10% do espaço.
quarta-feira, março 14, 2007
odeio acordar cedo para vir trabalhar, mas adoro tomar café da manhã na rua.as padarias com seus balcões e você tomando seu suco ou gigantesca taça de café ao lado de estranhos, que saíram de camas diferentes da sua. uns cheiram bem, outros mal. escondido atrás do livro que vinha lendo no ônibus, vejo um pouco a tv que eles são. a balconista já me conhece e me diz o que comer. sensacional. sem falar que no rio, o misto quente tem mais ou menos uma polegada de altura de presunto e queijo. ah, e os sucos. as vezes finjo que sou saudável e aquele líquido me causa um estranhamento bárbaro, mas sinto que meu corpo agradece. abacaxi com hortelã, laranja com beterraba, essas coisas que os cariocas fazem. do meu lado, um sujeito de sunga se acha perfeitamente natural. logo ali a polícia prende alguém e os jornais nos dizem que o inferno chegou e que a civilização está desmoronando e que o tráfico e as milícias e o governador e a britney spears. é de manhã.
segunda-feira, março 12, 2007
antes que os quadrinhos começassem seu longo, longo caminho até alguma espécie de aceitação cultural, eles eram um território virgem, selvagem, sem regras, sem parâmetros, onde tudo valia e era difícil desenvolver critérios. nesse cenário se desenvolveu a arte estranha, primitiva e perturbadora de fletcher hanks. quadrinhos horrivelmente mal-desenhados, com roteiros bizarros, o tipo de coisa que parece vir direto do cérebro, sem nenhuma censura para o papel.
exatamente por tudo isso, o trabalho tem um charme, um mistério. o apelo do inconsciente bruto. um surrealista natural, digamos.
exatamente por tudo isso, o trabalho tem um charme, um mistério. o apelo do inconsciente bruto. um surrealista natural, digamos.
aqui, uma entrevista com o editor do livro que reúne o trabalho desse criador obscuro.
quarta-feira, março 07, 2007
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
nunca me permiti não ter tempo. sempre tenho tempo para ler, para ouvir música, para fazer o que essa cabeça diletante quer. mas andava longe do jazz. longe, longe. mais uma falta do estado de espírito certo. mas ontem ouvi longamente um disco maravilhoso: thelonius plays duke ellington. cortazar vendo monk no palco, falou que lembrava muito de um urso bêbado se aproximando do piano. e não é difícil imaginar esse urso tocando. é como se suas patas não coubesse no teclado, os acordes são sujos, maravilhosamente impuros. e assimétricos e quase sobrepostos. é estranheza por toda parte. são espelhos quebrando por sobre as partituras de duke, é como um marciano tentando entender que coisa é esse piano, que coisa é essa música de duke ellington. eu podia amontoar metáforas aqui indefinidamente. basta dizer que é um disco muito rico, cheio de espaço e de humor, um lugar maravilhoso para se visitar. a capa é uma pintura de rousseau e tem um leão (ao invés de um urso) aparentemente embaraçado por ser interrompido no meio de uma refeição. ou talvez nós estejamos embaraçados por interrompê-lo. ele parece estar completamente à vontade com a boca cheia e metade de um animal para fora. um momento de humor e estranheza, perfeito para monk.
quinta-feira, fevereiro 22, 2007
borges dizia que o romance é o monstro impuro. não há como manter a intensidade, a clareza, a excelência que é aplicada em um conto, onde cada linha importa. ou há como, mas o pobre romancista não acabaria um livro em vida. lidando com isso, dia a dia. em uma história de 4 ou 5 páginas, há dois ou três quadrinhos que você gostaria de mudar. em um álbum, quando você passa da vigésima página, você começa a se desesperar pensando nessas imperfeições. (by the way, estou chegando à trigésima.)
mais um pensamento incompleto para minha coleção.
mais um pensamento incompleto para minha coleção.
segunda-feira, fevereiro 19, 2007
carnaval = estado de sítio. me sinto como o personagem de ionesco, cercado, a rua cheia de humanos que gritam que é ótimo ser rinoceronte. se sai de casa por sua conta e risco. uma mistura de calcutá com bahia. comprar pão ou devolver um filme é uma aventura. notas para o próximo ano: a casa tem que ter ar condicionado e o dobro de provisões.
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
quinta-feira, fevereiro 08, 2007
hmmm, por supuesto não posso ser o único certo, mas me pergunto o que o mundo achou de errado em lady in the water, o novo shyamalayan. vi ontem, com algum atraso e fiquei absolutamente encantado. e encantado, por clichê que seja a palavra, é o termo exato. no sentido de estar sob o efeito de. achei que o filme tinha uma atmosfera palpável, que não se dissolvia ao acabar.
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mas eu sei, claro, o que o mundo achou de errado. eu li algumas críticas. me pergunto se ser um leitor de quadrinhos, como sou (e como o diretor é) não ajuda. porque nos quadrinhos não há idéia extravagante demais. hey, metade da indústria dos quadrinhos se sustenta com personagens que voam. basicamente parece que grande parte do público rejeitou a fantasia. essa estranha idéia de que o cinema deve ser mais realista. estranha para mim, eu entro no cinema querendo ser enganado. me engane! afinal, tudo é ilusão no cinema, tudo é maravilhosa mentira. eu odiava aquele infame mister M., com todas minhas forças. como é que uma criatura baixa daquelas ganhava a vida revelando os segredos dos mágicos? e como é que as pessoas queriam saber? dio mio.
eu sempre fico indatisfeito de postar aqui esses pensamentos quebrados e incompletos, mas o tempo anda tão escasso. são esboços, anotações no escuro. forgive me.
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
os dias, ah os dias. a tal vida de artista.acordo, como todo mundo. mais tonto de sono do que uns, mais devagar que outros. café, por supuesto. nicotina. depois preciso de uma meia hora sentado no sofá, ainda com os sonhos enredados no cabelo. olhando pro nada. depois, o transporte até o trabalho. no meu caso, são dois passos do sofá até a mesa. juro que às vezes parece longe. e se o sol está derretendo o rio de janeiro lá fora? fecho as janelas, portas, tudo. vampiro. hmm, deixa eu ver. tenho seis páginas prontas. faltam só cento e cinquenta. ah, tá.
o curioso é que o desafio não é desenhar melhor. é ter coragem de desenhar o que você sabe. e você quase sempre sabe (pode) mais do que pensa que sabe. dizendo,não faz muito sentido.mas quem faz, sabeo que é isso. você busca maneiras de se enganar, de desenhar enquanto está distraído. o melhor desenho, aquele que você busca, está logo ali, dobrando a esquina. se pelo menos você não prestasse tanta atenção. talvez leminski tivesse razão: distraídos venceremos.
eu ia fazer um relato mais detalhado, mas me perdi. ou perdi a paciência. tá bom assim?
ah, sim, tem um desenhinho do projeto ali no flickr.
sábado, janeiro 27, 2007
embora o truque seja risível hoje em dia (basicamente filmar visto de baixo) , terra de gigantes me perturbava quando eu era criança. assim como supermouse, que em um momento era do tamanho de um rato, no próximo, maior do que os gatos. em geral, nós não paramos para pensar o quanto de nossa percepção envolve proporção.
o trabalho desse escultor tem o mesmo efeito. freaky. e sensacional.
o trabalho desse escultor tem o mesmo efeito. freaky. e sensacional.
sexta-feira, janeiro 19, 2007
o ano novo começou com delícia e terror: be careful what you wish, não é o que se diz?
minha vida nova de desenhista em tempo integral. por dois dias da semana sou diretor de arte da desiderata,nos outros, desenho. de saída, um álbum para fazer. com muitos cenários e personagens. cinquenta coisas novas que preciso aprender a desenhar. e aquele pânico discreto. fear of performance. duas semanas já. mas ontem, enfim, senti os poderes de greyskull retornando. o mojo. a manha. como você quiser chamar. sei que, ao final de um diaem que desenvolvi uma bolha no dedo que segura o lápis, alguma coisa no papel não me envergonhava. um modesto começo. faltam só 555 degraus.
minha vida nova de desenhista em tempo integral. por dois dias da semana sou diretor de arte da desiderata,nos outros, desenho. de saída, um álbum para fazer. com muitos cenários e personagens. cinquenta coisas novas que preciso aprender a desenhar. e aquele pânico discreto. fear of performance. duas semanas já. mas ontem, enfim, senti os poderes de greyskull retornando. o mojo. a manha. como você quiser chamar. sei que, ao final de um diaem que desenvolvi uma bolha no dedo que segura o lápis, alguma coisa no papel não me envergonhava. um modesto começo. faltam só 555 degraus.
quarta-feira, janeiro 03, 2007
o que não aconteceu nessa viagem? tive que arrancar um dente, meu avô morreu, meu salário atrasou (e passei o ano novo quebrado), tive festas depressivas e tardes vazias maravilhosas. imaginava visitar duzentos amigos, revi dois ou três. basicamente nada conteceu como imaginava. é assim mesmo, não é? agora quase voltando e querendo muito. voltar. sei lá qual é meu lugar, mas agora é com meu trabalho, onde minha mesa de desenho está. amigos que não vi: não sei explicar. me vi quase agorafóbico. fiquei trancado na casa de quem me hospedou e praticamente não andei pelas ruas. não fui nem ao aquarius. estranho.
como se diz, you can´t go home again. really.
como se diz, you can´t go home again. really.
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