uma versão muito curta e precariamente escrita (no trabalho) sobre uma questão que mereceria ser corretamente perguntada (e respondida)
matéria na época, na isto é (só falta a veja), capa do mais para uma história em quadrinhos, matérias na cult, na bravo, na língua portuguesa.. aquele boom famoso que aconteceu nos estados unidos está em franco progresso aqui. as matéria sempre iguais, claro "uau, não é que esse negócio de quadrinhos não é só para criança?" tudo bem, foi assim nos estados unidos também e veja onde eles estão chegando. o que me pergunto é:
que lugar é esse, dos quadrinhos? quem vai subir no pódio? não, quem vai nos fazer merecer o palco? quem tem algo a dizer? quem, dentre vocês, como diz essa construção tão clássica, quem dentre nós. e se o boom acontecer e não tivermos nada para mostrar? a câmera chega, as luzes se acendem e no foco está o quê?
não consigo parar de pensar em que fiasco monumental seria se enfim, enfim se criassem as condições ideais para um mercado de quadrinhos adultos no brasil e... simplesmente não tivéssemos quadrinhos adultos de qualidade para preencher esse mercado.
pense assim: quem são nossos autores? autores. não desenhistas talentosos de aluguel ou contadores competentes de histórias. autores. alguém com uma visão de mundo, um estilo, capazes de criar um universo.
mutarelli, claro. guazzelli, sem dúvida. laerte (mas ele tem uma certa relutância em vestir a camisa.uma questão de temperamento, cansaço e outras coisas, como mostra a entrevista dele hoje na folha.) angeli. (se ele continuasse a partir do que fez na piauí, se aquilo fosse um recomeço para ele, não um evento isolado).
o que temos até agora? dois autores e meio?
existe toda uma lógica, evidente. você olha liniers, na argentina. e você lembra que eles lêem cortazar no colégio. você olha neil gaiman, allan moore e grant morrison e lembra que eles são ingleses. o que nossa história nos preparou, senão para fazer piada (de nós mesmos, geralmente)?
isso é um esboço muito precário de uma idéia. érico e nasi certamente podiam somar, multiplicar, expandir. feel free, folks. estou resmungando em voz alta.
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8 comentários:
bom, no Brasil tem o Odyr
Mas eu fico feliz que voce comentou isso, fosse eu iam cair no meu couro me chamando de 'americanizado' e caralho a quatro.
Mas podemos soh confiar que talvez dadas as condicoes aparecessem os escondidos que ninguem sabia que existiam.
Prezado Odyr,
Trabalho na produção da exposição Blooks, organizada pela Aeroplano Editora, com curadoria da Heloisa Buarque de Hollanda, Bruna Beber e Omar Salomão. A exposição será realizada no Oi Futuro, Rio de Janeiro, a partir do dia 10 de setembro.
Gostaria do seu e-mail para enviar um convite e solicitar uma autorização para utilizarmos um texto na exposição.
desde já, muito obrigado pela atenção.
Atenciosamente,
Arthur Moura
Produção Contemporânea
Automatica
Av. Pasteur, 403/501
22290-240 Rio de Janeiro RJ Brasil
TF + 55 (21) 2275.1511
arthur@automatica.art.br
www.automatica.art.br
Mas na verdade, Odyr eu acho que o que vai acontecer eh como sempre foi na producao cultural do BRasil:
Comeca traduzindo autores estrangeiros ( o que nao eh algo ruim diga-se de pasagem. Uma versao dem portugues de obras como Blankets, Like a Velvet Glove e Jimmy Corrigan imagino seria muito bem vinda) e a partir disso as editoras poderiam comecar a buscar autores brasileiros que estivessem no mesmo nivel ou simplesmente nao ia ter como ter mercado nacional com uns zes que nao sabem fazer quadrinhos.
Tendo o mercado primeiro com o tempo os autores aparecem, nao achoq ue seria da noite pro dia ams ter um emrcado ainda que inicialmente com autores estrangeiros ainda eh melhor que nenhum mercado.
Na verdade eu meio falei isso para a Martha,q ue ela deveria buscar traduzir obras seletas daqui mas daih nos sabemos que nao eh a filosofia dela.
Nao existe a audiencia pular de ler Dan Clowes para ler o ota.
Eh de torcer que aparecam os autores que cheguem no mesmo nivel e imaginoq ue isso soh aconteca se sentirem esse nivel de competicao. Vai rolar as choradeiras de 'soh publicam os estrangeiros' como sempre mas a realidade eh que antes de todo mundo a preocupacao de editoras eh com o nivel da obra e a audiencia.
O artista que se tranca no quarto, faz um trabalho mais ou menos, nao aceita criticas e soh eh amigo de quem fala bem nao serve para muita coisa nesse caso.
Todo mundo comeca ruim e melhora com o tempo e pratica. Isso poderia ser uma chance de comeco
Tem de ser esquecida a mentalidade de 'isso eh o que ELES fazem e vamos nos acomodar com um nivel de trabalho inferior'.
Porque essa mentalidade pelo que me lembro acabou sendo uma boa parte do problema, acomoda demais as pessoas o 'nunca vou fazer algo realmente bom mesmo'.
A obrigacao do artista eh buscar o nivel mais alto que seu trabalho pode atingir por dedicacao, pratica e estudo e competir em niveis de igualdade com os melhores. E ser capaz de assumir as proprias cagadas honestamente para melhorar e aprimorar.
Ainda que nao atinja o mesmo nivel pelo menos ele tentou e ficou um pouco menos ruim o que eh melhor que se acomodar com mediocridade.
É bemisso, Adraino: é um mundo novo. De profissionalismo e de visão. É difícil, é um re-nascimento. E um mundo para qual nosso passado não nos qualifica. O que é nosso passado? Mozart Couto, Watson Portella, Eugênio Colonese, Shimamoto? Bom, tem o Colin, que é um gênio, nessa geração, mas no geral são artesões acadêmicos completamente sem conteúdo.
Mas não perco a esperança. Naõ sei se daí você tem acompanhado, mas dê um google em arnaldo branco eno andré dahmer. Eles fazem tiras, mas estão tão perto dos quadrinhos. E certamente não falta pensamento a eles. Devem existir mais 20 como eles por aí, escondidos, como você falou. A ver.
Artur, já respondi seu email, mas caso ele tenha se perdido, o meu é odyr@hotmail.com
Abraço.
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