segunda-feira, novembro 28, 2005

fernando pessoa dizia que se deve escrever o poema a frio, longe da emoção, nunca dentro dela. hoje me ocorreu pensar que a crítica de cinema devia ter o mesmo aproach. ou dizendo de outra forma: escrever sobre os filmes que ficam.

com mais ou menos noventa por cento dos filmes, ao cruzar a porta do cinema eles já estão metade esquecidos e até o fim da pizza o que fica é uma sensação agradável e vaga, de ter andado na montanha russa ou no trem fantasma. como um sonho, que se esfarrapa ao acordar. aliás, sonho é uma das metáforas mais recorrentes para o cinema. e assim como filmes, poucos sonhos ficam.

já faz mais de uma semana que assisti sexy beast e o filme continua me fazendo companhia. as cenas se refazem e há o desejo de voltar a habitar aquele espaço, o que é outra característica de um grande filme: um grande filme é um lugar, com suas regras próprias, um ambiente, um clima, uma espaço nque pode ser revisitado.

gal é um gangster inglês retirado dos negócios, vivendo na na ensolarada espanha com sua amada deedee quando a merda atinge o ventilador. business calls e o homem que traz a mensagem é business em pessoa. ben kingsley é o chefe que vem buscá-lo para um trabalho e não aceita um não como resposta. nunca um psicopata foi tão odioso, nunca tanta ameaça esteve contida em tãos poucos gestos, na simples presença de um ser. don, o personagem de ben kingsley tem a capacidade de estragar o dia, a semana, o mês, com sua simples presença. ele é o mal personificado ou talvez simplesmenten a encarnação do ódio.

esse foi o primeiro filme de jonathan glazer, que depois fez o criticado reencarnação, com nicole kidman, que agora quero muito ver. a técnica e a visão dele são muito impressionantes. e o filme é um mundo muito bruto, vivo e quente, que você quer voltar e experimentar de novo. um diamante cheio de arestas com uma história de amor escondida nele, em meio a um festival de ódio.

sexta-feira, novembro 25, 2005

como é que hollywood não ia comprar essa história? jovem, educada, filha de atores, bela o suficiente para ter trabalhado como modelo, domino escolhe como profissão ser bounty hunter. sim, caçadora de recompensas. com um rifle serrado como arma de escolha. e uma coleção de facas no quarto.

domino harvey morreu meses atrás, de overdose, pouco antes da estréia do filme de tony scott. um final hollywoodiano para uma vida idem.
quem tem as ex que tenho não precisa de terapeuta. :)

muito bom o insight de fran. uma criança que finge ser adulto e odeia adultos que parecem crianças. hmmm.

igual, o prazo da história para a infância é 2 de dezembro, acho que não vai rolar. ficamos só no debate teórico. :)

quinta-feira, novembro 24, 2005

estava achando curioso ninguém comentar a história. felizmente bitisa se deu ao trabalho e sem nenhum constrangimento de não gostar. é o tipo de coisa que prefito mil vezes a um "bacana" genérico. ela disse coisas como "O fato é que eu não vi ali nada de infância. Nem no texto (obviamente, aí), mas nem no desenho. As crianças não têm nada de criança, têm cara de velhos com roupitchas e brinqueditchos de crianças. A não ser que o teu propósito fosse dizer que a infância não existe... mas acontece que existe. E se não era esse propósito, era algum outro? E se não era nenhum, não faz sentido. Pra mim não fez sentido ver aqueles velhinhos brincando de carrinho vestidos de criancinhas discutindo existencialismo."

obviamente crianças não discutem camus, era uma gag, mas talvez o mais curioso pra mim foi ela achar que eles nem se parecem com crianças. engraçado como essas coisas não estão claras pra gente.

mas a verdade é que nunca desenho crianças. e talvez não tenha mesmo uma representação visual para elas. e meu universo em geral é sempre adulto. aliás, uma coisa que me enche de horror é um adulto se comportando como criança.

vou pensar a respeito.
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EDIT

como já expliquei, meu sistema de comentários deixa todo mundo comentar, menos eu.

na verdade, teoricamente os meninos tem razão. mas augusto entendeu o espírito da coisa. boys will always be boys. :)

terça-feira, novembro 22, 2005

o próximo número dessa revista de minas gerais é sobre a infância. como você faz uma história sobre infância se você não lembra a sua? não sei ainda. mas ontem saiu uma espécie de aquecimento, uma gag, um agrado pro leitores que só tem me ouvido resmungar. aqui. kids.

e, fran: não sei. mas eu desconfio desses que acham tudo muito fácil. quase todo mundo que faz alguma coisa que vale a pena se chicoteia. tirando carlinhos brown, que faz música até dormindo, o resto de nós tem que ralar mesmo.

segunda-feira, novembro 21, 2005

eu já falei que tenho às vezes a ilusão infantil de que minha vida seria mais fácil se eu simplesmente escrevesse. o que obviamente é ridículo, porque, em vez de me atormentar com meu desenho, eu me atormentaria com minha escrita.

mas, como já disse antes, a portabilidade da escrita me encanta. o desenho tem um... cenário que é mais duro de conjurar. com a escrita, só sua mente tem que estar afiada. com o desenho, os lápis tem que estar afiados, sua mão, firme e relaxada ao mesmo tempo e uma espécie de visão gráfica tem que estar instalada. essa visão é difícil de explicar para quem não desenha, mas é uma capacidade ou disposição de enxergar o que você vai desenhar, antes de. uma gestalt no papel, uma visão de conjunto e de detalhe. sem falar que os papéis se acumulam, a tinta vira, os lápis quebram... como diz dave sim, você tem que ser seu roadie, seu contraregra todo o tempo. sem perder esse estado puro de visão. não é fácil.

o desejo de escrever se intensifica quando leio alguém como alex de campi, que escreve co uma elegância absurda, uma cor, um tom únicos.

talvez também porque vi swimming pool esse final de semana, um filme que além de ter a beleza de ruína grega de charlotte rampling e os peitos hipnóticos de ludmille savigner, tem todo o mistério e agraça da escrita. belo, belo filme.

e nesse meio tempo, tudo que escrevo são explicações de porque não desenho. lindo, uh?

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edit: vou responder os comentários por aqui, já que o sistema de comments não me ama mais.

estou frequentando esse blog de quadrinistas em crise, que é uma espécie de Procastinadores Anônimos. :) aúltima coisa que ouvi de interessante ali foi a de um cara que se determinou 15 minutos obrigatórios de produção todo dia, chova pedra ou cachorros. claro, 15 minutos é ridículo, mas a idéia de se obrigar todo dia a estar ali faz sentido pra mim. lembro que funcionava bem quando eu tinha o improvisation society. vou tentar algo nesse sentido.

sexta-feira, novembro 18, 2005

respondendo mais em detalhe o comentário de jorge no post abaixo: não sei, não sei, não sei. acho muito bem quando kochalka escreve craft is the enemy, mas mesmo que wilbur por exemplo ache que kochalka não desenhe nada, eu acho que é um trabalho completamente resolvido. esse é um cara usando plenamente os recursos que tem. em nenhum momento você tem a impressão de que ele está tentando algo e falhando. talvez eu não tenha chegado a essa síntese. isso não é em absoluto uma chamada por elogios. sei que desenho melhor do que alguns e pior do que outros e sempre vão existir os dois, mas. algo falha ali. há uma tentativa e uma falha. ou pelo menos é o que vejo.

existe toda uma estética, claro, ou um discurso da beleza da imperfeição, de abraçar o erro. são questões. preciso pensar sobre elas, preciso arrancar mais meus cabelos sobre a mesa de desenho.

quinta-feira, novembro 17, 2005

como é aquela sequência? o álcool leva ao sexo, que leva ao casamento, que leva ao álcool? no momento estou naquela transição entre o sexo e o casamento. e é um bom momento. não para os donos de bar, que sentem minha falta na caixa registradora. mas meu fígado agradece.

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meu sistema de comentários é incrivelmente caprichoso. some, volta... agora todo mundo consegue comentar, menos eu. então, não é antipatia se não tenho participado dos debates, folks.

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se ver publicado é tremendamente importante em termos de enxergar seu trabalho. essa semana chegou uma outra revista em que publiquei, a grafitti, de minas gerais. o que ela tem de diferente com relação as outras que me acolheram é o formato. ela não é nem mini como a mosh, nem formato americano, mas é o tamanho de uma revista de banca, aqueles 21 X 29 ou algo assim. resultado: achei meu trabalho incrivelmente grosseiro. crise intensa. me senti um elefante na fabular loja de cristais. man. quando você acha que está moderadamente satisfeitto com seu trabalho...

vou lá rever tudo e já volto.

quarta-feira, novembro 16, 2005

com a chegada abrupta de algo que se parece com o verão, não consegui fazer mais ontem do que estender a mão até o drive de dvd e trocar o disco por outro disco. assim, animatrix, o apanhador de sonhos e um filme genérico com denzel washington estão um tanto misturados no meu cérebro. mas deu pra perceber, mesmo no torpor do dia, que o apanhador de sonhos é muito, muito ruim. de maneira geral, filmes que envolvem gosmas do espaço não me interessam muito.

o livro de mesmo nome, de stephen king é, como quase todo o trabalho dele, muito subestimado e muito bom. ainda que se perca no final. o que é um problema de boa parte do trabalho dele. ele começa em pequena escala, cria personagens adoráveis, cria um clima e aí decide: now we need something BIG. a monster. no, BIGGER. 10 monsters. no, BIGGGGER. hmmm...
por isso meus favoritos são os livros dele em que ele reduz a escala. como carrie ou o iluminado ou as quatro histórias de diferent seasons.

nunca li ele traduzido e imagino que algo se perca, porque uma das coisas que ele tem é um ouvido maravilhoso para a língua, uma fluência incrível, uma capacidade de escrever livros que se lêem praticamente sozinhos sem utilizar truques velhos como a maior parte dos bestsellers. os personagens são ricos em textura, engraçados e nada genéricos. não é alta literatura, mas é prosa popular de alta qualidade

aí você vê um imbecil como o dan brown, que não tem capacidade pra varrer o chão do estúdio de king, ganhar o mundo com uma escrita incrivelmente ordinária, com personagens tão bidimensionais que chegam a ser transparentes, com uma fórmula idêntica para cada livro... mas como fala de DaVinci, do Louvre... "ah, isso deve ser bom.".

sexta-feira, novembro 11, 2005

bah, babies.
honestamente, o apelo me escapa. eu sei, eu sei: o mantra paterno, a senha da sociedade secreta: "quando chegar sua vez..." ok. vamos esperar e ver. aliás, podem ficar esperando. :)

inesquecível aquele episódio de seinfeld em que eles debocham incansavelmente da obsessão parental: "you must come here and see the baby. GOTTA SEE THE BABY." hmmpfff.

agora, em menos de uma semana, dois amigos completamente insuspeitos se renderam à babymania: james e law vão ser pais. oh boy.

então em homenagem a eles, nada mais apropriado do que esse link: babyreview. hey, se você pode criticar livros, discos ou filmes, porque não babies?

pérolas: um critica as habilidades artísticas de um: To wit: Joshua?s "drawings" are abhorrent. Trite and precious, he lacks discipline, craft, or even, dare I say, talent. His brutish scrawling, uninspired sense of color, and crude, blunt strokes represent the very height of self-indulgence. Plainly, he sucks.

outro a perfomance em geral do baby: Occasionally, she attempts to impress with bits she obviously feels are interesting (but aren?t) ? and invariably fails. The grabbing the foot routine is so done, and to follow it up with the fist in the mouth gag is completely derivative of more entertaining babies.
Como é sexta-feira, algumas pérolas do Modern Drunkard Magazine.


YOU KNOW YOU´RE A DRUNKARD WHEN...

Interventions have become so frequent that you just leave the folding chairs set up in your living room.

You know how to say "Where are my pants" in seven languages.

TV beer ads have started addressing you by name.

You´re always shaking hands, even when theres no one else around.

Your wardrobe is divided into Summer, Winter andThings You Woke Up Wearing. The third category includes a number of thongs.


you freak out when you wake up in your own bed.

quarta-feira, novembro 09, 2005

a melhor coisa do primeiro encontro é que ele acaba. e com sorte você vai para o segundo.

não vou dizer que tive o pior primeiro encontro (imagino que a competição seja dura), mas gostaria de concorrer na categoria melhor ligação do dia seguinte. na verdade, eu odeio telefone, mas quando estou inspirado, boy, I can be good. vocês ficariam orgulhosos, buddies.
verdade que em algum momento a ligação envolveu dizer "não sou o maníaco da praça" e "existem pessoas piores no mundo", mas uhnnn, fora de contexto não dá pra explicar muito.

não é uma surpresa pra ninguém que naquele teste "que diretor filmaria sua vida" o meu seja o woody allen, uh?

terça-feira, novembro 08, 2005

ah, os tempos modernos. ninguém tem mais tempo para ler um livro. imagine, todas aquelas palavras juntas, sem figurinhas... mas espere! seus problemas se acabaram-se! graças ao sensacional bookaminute você pode ler os clássicos em...um minuto. um trabalho de gênio. um exemplo: adeus às armas, de hemingway. hell, 20 segundos são o suficiente. talvez o meu favorito seja o hobbit, que na minha modesta opinião achou aqui sua melhor forma. mas divirta-se.
eu sempre digo: nada me surpreenderia mais do que qualquer medida de sucesso. mas em algum momento eu vou ter que me deixar publicar. as possibilidades estão literalmente me rondando. algum terror no fundo da alma me impede. já surgiram algumas possibilidades esse ano. mais uma agora. e a musa, que continua saindo na mosh, tem recebido críticas muito boas. tanto que ontem me animei e comecei o quarto capítulo. onde enfim algo de bom acontece na vida dela. :) não sem tempo.

que tal se eu deixasse acontecer na minha, uh?

segunda-feira, novembro 07, 2005

a love song for bobby long sugere alguns dos lugares para onde o amor pelos livros podem te levar. nesse caso, um canto escuro bukowskiano. os livros estão por toda parte no filme e há uma graça em identificá-los. me tocou ver nas mãos de scarlet johansson a mesma exata edição que tenho de the heart is a lonely hunter. além disso, você pode ver new orleans em toda sua graça decadente antes do apocalipse e uma atuação realmente inspirada de john travolta, fazendo um papel que não de john travolta. muito rico, amigos.
aparentemente o inferno tem sede rotativa. sábado,por exemplo, era uma festa anos 80 em um clube.

na minha cabeça ingênua, uma festa anos 80 poderia tocar smiths, the cure, echo and the bunnymen... não parecia mal. porto alegre tem uma assim, por exemplo, que é muito simpática. é o tipo de nostalgia que não me causa alergia.

mas ao entrar nos salões e ser recebido por uma massa de suor, perfume ruim e pessoas feias, velhas e gordas dançando menudo, o horror me paralisou. que gente era essa? em que versão dos anos 80 elas viveram? deus, elas pareciam tão felizes fazendo passos de twist (ou algo igualmente assustador), suando abundantemente, celebrando algum ideal satânico de diversão... o horror, o horror. as roupas eram tiradas de algum baile do interior profundo, as músicas eram uma versão perversa do hit parade de 30 anos atrás, os passos de dança...oh deus, permita-me esquecer aquilo. saí do clube em disparada ao som de rádiotaxi.

sexta-feira, novembro 04, 2005

deixa eu rever o que disse antes: talvez a ressaca desorganize o cérebro, mas é uma desordem interessante. encontrei uns pensamentos confusos se mexendo dentro da caixa craniana. ingênuos, mas curiosos. um desejo meio súbito de que a escrita servisse para outras coisas. não seria interessante uma pintura que falasse ou um blog que cantasse? não é mais escrita automática aqui. mais um desarranjo de idéias. uma colagem, mas suponho que haja algum sentido.

o que é a escrita? para que serve?
angélica me mandou esse link do guardian de um texto absolutamente sensacional, escrito para vender uma calça de couro no ebay. um texto perfeito, engraçado, cheio de insights. e que, de fato, vendeu a calça.

por algum desencontro de agendas, até hoje não vi a sociedade dos poetas mortos. e hoje li uma citação do filme, onde o professor pergunta no primeiro dia de aula: para que serve a linguagem? e responde: to woo women! alguém que conheço diz: os homens se apaixonam pelo que vêem, as mulheres pelo que ouvem. ou lêem, eu suponho. ainda que tenha dúvidas. em hitch, um filmeco delícia sobre um especialista em dating, ele diz das mulheres e de como elas percebem o que você diz: 60% é linguagem corporal, 30% é o tom em que é dito. você faz as contas e vê quanto sobra para o conteúdo.

uma coisa que me encanta na escrita (ver maravilhamento, posts atrás) é ser tão...portátil. não há uma arte mais modesta em recursos, me parece. um canto de mesa, um pedaço de papel, um lápis. um computador, um emprego com tempo livre. uma mente. no meu caso em particular, meus posts ou cartas se escrevem na minha cabeça sozinhos. quando sento com o teclado, tenho pelo menos o primeiro parágrafo. o resto vem.

me perguntam com frequência porque não largo esse negócio dos quadrinhos e simplesmente escrevo. eu também me pergunto, mas tenho algumas respostas. uma é aquela cruel do schultz: um cartunista é alguém que não escreve bem o suficiente para ser um escritor nem desenha bem o suficiente para ser um artista. obviamente no mundo em que vivemos essa definição envelheceu um pouco, mas ainda guarda uma verdade. além disso, há livros demais no mundo. demaaaais. além disso, tanto foi feito em literatura e tão pouco ainda em quadrinhos. além disso... tem alguém aí ainda? alô?
e que tal um petit surrealism para a sexta-feira? o cérebro não estando em plenas condições de uso, vous savez. só frases roubadas hoje, da rota diária dos blogs. um pouco de tesoura e cola, e voilà. automatismo.

I dressed up as a MySpace Whore for Halloween. Pero hay otra publicidad que me inquieta sobremanera. E teve um dia em que eu parei na frente do espelho e levei um susto tremendo. Oh look, I'm in France. Bonjour! uma vida mais mansa entre paredes descascadas, ruelas sem saida e sem nome, pernas e barcos como locomoção. coisa rara: não pára de chover. Gostei muito desse sapo francês.Of late I have mostly been crying in music-film screenings. are we wise, Daniel Browning? Or just a bit plumper and closer to our last sighs? Yes, I realise this is the most boring blog post ever. Deal with it.

quinta-feira, novembro 03, 2005

então gerard se aposenta. tem 170 filmes nas (largas) costas. fiquei sabendo disso hoje, o que é curioso, porque passei parte da tarde de ontem em sua companhia.

no que se trata de histórias de amor, obviamente ninguém bate os franceses. dia desses comentei 36, um filme francês policial sensacional. quando eles fazem filmes "de ação" os resultados são muito ricos, como os do grande besson, onde coisas explodem mas há sempre uma sutileza, uma delicadeza que os americanos não sonhariam.
mas esquecemos às vezes que eles podem ser engraçados. pois ontem monsieur depardieu e monsieur reno estavam em um pastelão sensacional. o título em português era confusão dupla, (ugh) e a capa não prometia muito, mas o filme é um sorvete. delícia pura. reno como um criminoso duro e frio e gerard como um idiota vagamente criminal, um simples de espírito que quer abrir um bistrô chamado Os Dois Amigos com esse estranho que acaba de conhecer. fun, fun, fun.