sexta-feira, abril 26, 2002



Sou uma antena e fico louco na lua cheia. Isso parece poema de quinta, mas são só os fatos. Fico andando pela casa, torço as mãos e olho para as paredes. Ou saio de casa e bebo muito, mas há sempre o dia seguinte. De toda maneira, não há solução. Posso me torturar e pôr Cassandra Wilson cantando Harvest Moon ou me fingir indiferente e assistir tv, mas dá na mesma. É uma angústia indissolúvel, um desejo de que a vida seja subitamente mais interessante que esse caldinho ralo pra doente, essa sopinha de hospital. Deitado, fico olhando o teto infinitamente. Na rua, fico andando como um homeless desorientado. Ouço tambores lá fora.

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