segunda-feira, maio 22, 2006

sábado, o centro cultural carioca estava em festa e era um dia de diversões 0800 como disse uma amiga: de graça. na rua, grafiteiros, teatro, circo e o cordão do boitatá, que é a coisa mais linda. e difícil de descrever. um grupo pequeno, algo como um regional, tocam coisas muito antigas entre sopros e cordas com uma graça muito leve, que pega as pessoas aos poucos. ver o povo todo na rua dançando ciranda me tocou de várias maneiras. fico sempre feliz de ver as pessoas se divertindo mas me bate uma nostalgia impossível, uma tristeza européia do paraíso perdido: tem uma alegria e um abandono ali que nunca vão ser meus. mas sorrio como posso, fumo mais um cigarro. e me apaixono pela moça que canta. ela toca cavaquinho, puxa os cantos com uma sutileza... você quase reluta em dizer que ela é a cantora do grupo, não há um centro fulgurante nela, mas à sua maneira, olhando pro lado, sorrindo tão discretamente, ela ganha a todos. ou pelo menos a mim. são canções obscuras algumas, outras nada, mas todas tem o lustro do passado, uma capacidade de ser quase atávicas, de soar como se sempre tivessem existido e você só está agora lembrando delas. por isso a alegria e dança das pessoas parece tão autêntica, tão despreocupada. são os cantos da tribo, de um brasil que esquece o celular por uns momentos. muy rico.

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