moro no brasil, não sei se moro bem ou moro mal, diz o outro, o jorge. moro em botafogo agora, no limite com flamengo e de frente para a praia. de botafogo, no caso, o que não é grande vantagem. é uma praia simbólica. ninguém entra nela. mas conta como vantagem, não?
de resto, muitos cinemas ao redor. chega a ser ridículo. e aproveitei. nesse final de semana vi caché, de haneken e três enterros de e com tommy lee jones. queria ter mais tempo para escrever longamente sobres os dois.
caché é difícil mas cheio de recompensas. sem música, sem facilidades, sem glamour. juliette binoche está gorda, descuidada, usa um vestido que parece um saco de batata. irritada, desconfiada, difícil. nada de musa aqui. daniel auteil mantém como pode as aparências de uma vida francesa se desfazendo em todos os fronts. racial, intelectual, amoroso.. é uma falência múltipla dos órgãos do país. e dói em todos, inclusive em nós.
the three burials of melquiades estrada tem roteiro do diretor de amores perros e direção competentíssima de tommy lee jones. unforgiving é a palavra que me ocorre. vingança, determinação, respeito. tommy lee jones faz um americano pagar amargamente pelo que faz. o pagamento é justo. e a impressão que se tem é que ele está arrastando toda a américa com ele pelo deserto. e, claro, ele está de partir o coração como o rancheiro monossilábico de valores intactos. perplexo. but unforgiving.
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