então no feriado andei por toda santa teresa. meus joelhos sentiram, mas a alma agradeceu. não consigo imaginar um bairro que possa me encantar mais ou que ganhe na categoria charme. não no brasil, pelo menos. os franceses que moram aqui falam que lembra montmartre. e, claro, ninguém bate a frança em charme.
na hipótese remota que algum dos meus viajados leitores não conheça, santa teresa é um desses redutos de linda decadência, um ponto antes endinheirado, posteriormente favelizado ao redor e subsequentemente desvalorizado e invadido por artistas. alguns diriam hippies. bom, tem dos dois. mas o certo é que é de uma beleza absurda. os desníveis do solo, as ladeiras extremas criam uma impressão estranhíssima de que aqueles prédios rebuscados e semi-castelos se projetam no ar, para cima e para baixo ao mesmo tempo. aliás, em cima e em baixo são altamente relativos ali. meio difícil de explicar, mas maravilhoso de ver. subi todo o bairro, cruzamos uma procissão católica, vimos uma baiana vendendo acarajé, uma velhinha tocando choro, uma quantidade absurda de turistas bebendo nos bares podres de charme e por fim um hotel que era praticamente uma fortaleza medieval. aqueles muros gigantescos de pedra, as alturas, as escadas e a vista impressionante do final de tarde, os morros majestosos e as luzes da favela se acendendo aos poucos. eu me mudaria para ali hoje, agora, mas ainda não foi dessa vez.
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