Sobre o Nada
(Eu sei, eu sei. Mas o final de semana abre espaço para divagações mais amplas.)
Eu tenho uma certa fascinação idiota com estar vivo, eu juro. Não é demagogia. Eu simplesmente nunca superei aquela perplexidade infantil com a própria existência. No final de semana, uma das minhas atividades mais comuns ainda é sentar no sofá e olhar pro nada. É como pescaria. De fora, parece incrivelmente chato, mas é a espera por um momento perfeito. Quando você tem uma sensação intensa de estar vivo, por um instante, pronto, você foi recompensado. Impossível explicar porque acontece, ou o que é, exatamente, mas. Deve ser porque o zen pareceu tão atrente pra mim.
Então Não Fazer Nada continua sendo minha atividade favorita. Seguida de ler, possivelmente. E o desenho seria a terceira. Em minhas fantasias adolescentes já imaginei uma vida em que a leitura fosse a atividade principal. Como no personagem do chofer, do filme Sabrina, que se tornou chofer para ter mais tempo para a leitura. É o tipo de fantasia adolescente que cultivo ainda, às vezes. Uma vida totalmente estável e sem demandas, em algum emprego incrivelmente low profile, para criar tempo e disponibilidade mental para a leitura. Livre das vaidades, como A Obra, A Carreira, A Relação Perfeita e por aí afora. Não é uma vida ruim, em absoluto. Ainda está lá, no fundo da minha mente. Poderia ser o cenário final perfeito.
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