sexta-feira, março 29, 2002

Duas loiras enormes, com muito pouca roupa sobre elas (mini-tops, mini-shorts...) entram na loja de conveniência. Ficam a poucos centímetros de mim e ignorá-las civilizadamente é quase além das minhas forças. Por alguns instantes, fica difícil lembrar o que vim comprar, qual é a senha do cartão...
Qual será a sensação de ser assim instantâneante desejável, de ter o apelo primal de um frango assado para um faminto? De minha parte, fico confuso e perturbado, tentando me concentrar e em um minuto elas partem (para a praia) e levam seus corpos claros para longe. A realidade volta a ficar suportavelmente opaca e troco civilidades com a caixa.

* A mais hard das duas, de óculos escuros, visivelmente impaciente, para quem aparentemente mesmo um minuto esperando para pagar era muito, gasta uns segundos me olhando com uma crueza que pergunta qual é meu lugar no mundo; obviamente não tenho resposta possível a não ser olhar com mais atenção ainda para a prateleira das torradas, como se a resposta estivesse lá.

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