quarta-feira, março 20, 2002

Como quase todo mundo, eu nunca tinha visto um beija-flor parado. Ou morrendo. O que suspeito, venha a ser quase o mesmo.
Ele caiu na minha frente com um paf tão delicado que posso ter imaginado. De costas. Difícil saber o que tinha acontecido, mas ele estava na pior. Ainda me abaixei pra dar uma olhada e ele batia uma asinha com teimosia, mas era só. Me olhava, também, mas honestamente, o que eu podia fazer? Torcer o pescoço dele, como um cowboy com seu cavalo? Ou sair dali com ele na mão? Não sou a Dharma. Gosto de pensar que não sou o Greg, mas não sou a Dharma. Ele já estava passando dessa pra outra. Pra voltar como um caracol ou uma pedra polida.
Segundo minha faxineira, o problema é que estou de (ou com) kulundu. Na tradução dela, " de bode amarrado" . Vai saber.

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