não lembro mais em qual livro, mas henry miller descrevia um casamento tão ruim que ele estava que o momento mais feliz foi quando ele ficou doente. ele lembra desse período como umas férias maravilhosas, onde ele podia flutuar, semidelirante, do quarto até a cozinha, profundamente aliviado de estar fora por algum tempo daquela relação. porque a doença faz isso, ela é um passe para fora do mundo. ela cria uma distância entre você e o mundo e tira as decisões das suas mãos. você não precisa decidir nada quando está doente.
isso porque a velha renite atacou de novo. hoje em dia eu faço de tudo para combatê-la e para não me entregar, mas lembrei de um tempo em que havia um prazer mórbido em se entregar assim, em poder desistir da vida por algum tempo.
mas sabe-se lá. talvez o certo seja viver esse afastamento, essa desistência integralmente para voltar à vida depois. não sei. juro que não sei. meu amigo pellegrin me diz que estou por demais guloso com a vida. pode ser.
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