livre associação de idéias:
conversando com fê pelo messenger, comentei que basicamente o que me prende a esse mundo ainda é essa obsessão infantil com a obra. e como tal não consigo imaginar como fazem para levantar da cama todos os dias as pessoas que não tem essa obsessão.
há essa idéia de que a vida em si já é interessante bastante. não é que eu duvide, mas me parece que nossas vidas são tão mais complexas hoje em dia, tem tantos casamentos, separações, mudanças, empregos, que você pode se sentir cansado bem antes do que era esperado. a máquina dura cada vez mais, podemos chegar aos 60 em relativa forma, aos 70 com alguma dignidade and so on. mas haja motivação. existem ainda muitos livros pra ser lidos, vá lá.
woody allen faz uma lista pessoal, em manhattan, das coisas que valiam a pena no mundo. cada um tem a sua. mas o valer a pena é mais embaixo, me parece.
o próprio esforço necessário simplesmente para manter a máquina funcionando pode parecer intolerável ocasionalmente. são cabelos e unhas que crescem, alimentos, preservação...frankly. perguntaram a alan moore porque ele mantinha aquele cabelo de hippie da idade das trevas. a resposta: não consigo me dar ao trabalho de cortar os cabelos.
outra história sensacional - uma amiga, nascida com o mesmo vírus da dúvida, ali pelos 10 anos encontra o pai bebendo, ouvindo frank sinatra na penumbra e francamente deprimido. ele, reconhecendo que perpetuou a miséria dele nela a pega pelos ombros e lhe diz: se prepare. você vai pagar por ser assim.
oh boy.
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