nunca foi a intenção desse blog ficar só comentando meu consumo cultural, um popiário, como diz meu amigo érico, mas preciso dizer: odiei sin city.
quadrinhos e cinema tem uma relação passional e mal resolvida. nasceram quase juntos, um bebe do outro, mas os encontros não costuma ser felizes. as primeiras adaptações de filmes a partir dos quadrinhos foram risíveis e a sequência de desastres não é curta. robert rodriguez achou que tinha encontrado o caminho mais curto: nada de adaptação. transposição. literal. os quadrinhos na tela.
como ele fez a essas alturas acho que todo mundo já sabe: atores contra o fundo verde, a reprodução exata de cada enquadramento, iluminação, tudo, recriadas no computador.
bom, minha questão é: pra quê? se a história funcionava perfeitamente em quadrinhos.
e pior: não deu certo. pra mim, pelo menos, claro.
todo aquele exagero e simplificação que funcionam nos quadrinhos, a caricatura, os atalhos de linguagem ficam grotescos na tela. os atores se movem como bonecos, falam como clichês,a história passa a jato... (um desses teóricos dizia o seguinte: que o leitor acrescenta tempo entre um quadro e outro e é por isso que as histórias em quadrinhos podem ser tão rápidas. mas o cinema tem outro tempo. as coisas tem que se desenrolar, você não pode parar e olhar o quadrinho anterior ou olhar pro lado. então quando marv dizia cansado: essa guerra em que estou... a guerra tinha começado 5 minutos atrás! era ridículo. )
curiosamente, bitisa e luiza que viram comigo e não conhecem os quadrinhos, gostaram. então pode ser ranzincice minha. mas eu realmente não vejo futuro nenhum para esse tipo de transposição literal. você tem que ter algum motivo pra fazer uma releitura. algum ganho. eu preferia ver o marv em silêncio.
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