o mar, essa semana, copacabaaaaana... então, eu desenho um álbum chamado copacabana e vivo em copacabana. como é viver aqui?
é barulhento. é conflituoso. está tudo em estado latente ao seu redor: as tensões sociais, o turismo sexual, o barulho do tráfego, as âmbulâncias, a sirene da polícia, os moleques de rua, driblando o tráfico com a ginga que se atribui a eles, os mortos vivos jogados em esquinas dormindo em suas camas de papelão, os velhos incrivelmente velhos que teimosamente levam 10 minutos para cruzar uma quadra, os estrangeiros, tão feios, tão dedicados em seu turismo, as putas tão dedicadas também, a polícia, tão querendo te pegar e teu dinheiro... tem a trinity, que agora, veja você, trabalha em uma lavanderia, uns 10 anos mais velha, tatuada e aparentemente bem casada, com uma filha (lava todas nossas roupas), tem giorgio, que agora mora uma quadra atrás de nós, veja você, bitisa. tem um restaurante 24 horas a uma quadra de casa. e tem o mar, você sabe. hoje, sábado frio em que você pode ter aquele raro conforto que é sentir roupas pesando sobre seu corpo (tomamos vinho, nos comportamos estritamente como se fosse inverno - nossa chance) vi o mar pela janela e pensei - vou ali, fazer gênero fumando em frente ao mar, por 10 minutos. é ridiculamente lindo, você sabe. a água que resta da onda que passou cria um dourado inacreditável na areia, aquele espelho entre a espuma e a areia. carlos drummond de andrade estava lá, sentado em sua prisão estatuária, de costas para o mar. sendo assediado, mais do que em vida, por turistas que o fotografam incansavelmente. pobre drummond. é estranhamente perturbador se sentar ao lado dessa réplica egípcia do poeta em vida, preso infinitamente.
resumindo, ainda não sei nada sobre copacabana. sou, de novo, sempre, um estrangeiro. cheguei aqui, agora. que lugar é esse?
é barulhento. é conflituoso. está tudo em estado latente ao seu redor: as tensões sociais, o turismo sexual, o barulho do tráfego, as âmbulâncias, a sirene da polícia, os moleques de rua, driblando o tráfico com a ginga que se atribui a eles, os mortos vivos jogados em esquinas dormindo em suas camas de papelão, os velhos incrivelmente velhos que teimosamente levam 10 minutos para cruzar uma quadra, os estrangeiros, tão feios, tão dedicados em seu turismo, as putas tão dedicadas também, a polícia, tão querendo te pegar e teu dinheiro... tem a trinity, que agora, veja você, trabalha em uma lavanderia, uns 10 anos mais velha, tatuada e aparentemente bem casada, com uma filha (lava todas nossas roupas), tem giorgio, que agora mora uma quadra atrás de nós, veja você, bitisa. tem um restaurante 24 horas a uma quadra de casa. e tem o mar, você sabe. hoje, sábado frio em que você pode ter aquele raro conforto que é sentir roupas pesando sobre seu corpo (tomamos vinho, nos comportamos estritamente como se fosse inverno - nossa chance) vi o mar pela janela e pensei - vou ali, fazer gênero fumando em frente ao mar, por 10 minutos. é ridiculamente lindo, você sabe. a água que resta da onda que passou cria um dourado inacreditável na areia, aquele espelho entre a espuma e a areia. carlos drummond de andrade estava lá, sentado em sua prisão estatuária, de costas para o mar. sendo assediado, mais do que em vida, por turistas que o fotografam incansavelmente. pobre drummond. é estranhamente perturbador se sentar ao lado dessa réplica egípcia do poeta em vida, preso infinitamente.
resumindo, ainda não sei nada sobre copacabana. sou, de novo, sempre, um estrangeiro. cheguei aqui, agora. que lugar é esse?
Foto by Jana