chove em satolep. hoje escrevi num email: a chuva primeiro perturba, depois concentra.
chovia também onde passei o fim de semana: twin peaks. faziam muitos anos, quantos? 15? 20?
a cidade continua a mesma, cheia de maquinações, segredos, rosquinhas e a presença do mal pairando por sobre tudo, vagando pelas florestas. ninguém representa o mal como david lynch. seja uma sinaleira piscando sozinha na noite, um cigarro que é acendido, um passarinho em um galho... o desconforto está em tudo. não há onde se esconder.
nessas horas você vê como esses filmes de terror de dar pulo na cadeira são bobos. ou simplesmente terapêuticos. você leva uns sustos e se sente aliviado depois. em twin peaks não há alívio. há uma presença constante, há uma lembrança de como a humanidade pode ser perversa e uma insinuação de que nem tudo vem dos humanos, mas que formas mais amplas e não-personificadas de maldade existem. e interagem conosco.
ao mesmo tempo é muito engraçado, claro. o agente cooper é impagável, uma criança gênio, que tem todas as respostas e ao mesmo tempo uma capacidade de maravilhamento com as coisas mais simples que só uma criança tem. e usa métodos adivinhatórios do tibet para resolver o caso.
sei que apaguei a luz e custeeei a dormir.
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