quinta-feira, dezembro 12, 2002
Comentando coisas no blog de Fê, articulei às cegas que a perversão nos define como humanos. Como criaturas que pôem sal nas coisas ou as assam em fogo baixo. Que não conseguem se satisfazer com o sexo procriativo dos animais. Obviamente trepamos com o cérebro. Precisamos cortar nossa carne em pedaços pequenos e convertê-la em outra coisa. Precisamos fazer de nosso parceiro uma imagem, uma invenção, uma outra coisa. Não conseguimos comer grama por milhares de anos a fio. Não conseguimos só viver. Precisamos de motivos, de objetivos, de fantasias... Alberto Caeiro achava que simplesmente pensar, ter idéias, já era um perversão em si. A ironia, claro, é que ele nunca existiu.
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