woodstock na estação fantasma
a estrada não estava vazia ontem. a parada onde pego meu segundo ônibus para ir para casa, uma espécie de estação de trem fantasma toda grafitada, estava repleta de pessoas de branco. todos iam "para a igreja". a igreja do santo daime, que fica no caminho de casa. embora os relatos digam que vá todo tipo de gente, a presença neo-hippie era avassaladora. a clássica princesinha-hippie-do-calcanhar-sujo e seu(s) parceiro(s). com a dominância do branco sobre a indefectível bata indiana. pelo que me lembro de meu brevíssimo estágio em woodstockland, a sensação mais confortante era a de pertencer. a algo. a mesma coisa que deve sentir alguém da tribo dos-de-preto ou dos carecas do subúrbio, tanto faz. mas a facilidade de, através de um dress code nada informal, identificar um semelhante. tão fácil, não? lembro que foi essa a perda que senti quando desisti de usar o uniforme. eu teria que usar outras ferramentas para achar interlocutores. eu tinha abandonado as facilidades da tribo.
nesses dias, eu tento muito ser invisível. mas eu lembro do conforto de pertencer.
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Um comentário:
Com todo respeito e ciente de que tua postagem é de Março de 2006. Sou Daimista, frequento semanalmente a igreja mas minha vida não é de hippie, sou doutor em Engenharia Mecânica e assim como eu ha muitos irmãos assim na igreja, só que esses vão de carro!!! Puro preconceito seu!
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