A Anti-Mona-Lisa
Intrigado com a garota do posto. Um mês nessa cidade, três ou quatro vezes por semana estou lá comprando cigarros e não consigo nunca que ela me chame de outra coisa além de senhor. O mesmo olhar fechado de desconhecimento. Não consigo evoluir para um oi amigável. Não consigo que ela lembre qual é meu cigarro.
Ela tem aquele rosto vagamente masculino que me encanta, as maçãs do rosto proeminentes, aquele ar de quem está no mundo, sem dúvidas. E no entanto. É como se ela sofresse do mal do personagem de Amnésia - a cada dia sou um novo estranho querendo sabe-se lá o quê. Um sorriso parece um ideal inalcançável.
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