quarta-feira, junho 26, 2002



Coltrane, zen e a existência da alma

Romeu, o guerreiro zen, começou seu próprio blog, com propriedade, intenção e conteúdo. E um nome lamentável, haha, mas enfim. Um belo post sobre Coltrane já me animou bastante. Eu, vergonhosamente, não tenho o disco, Romeu. Estou sempre com um olho sobre ele nas lojas, mas é sempre uma pequena fortuna. E eu entendo seu comentário sobre precisar ser grande para ouvi-lo. Na terceira faixa desse ao vivo que comentei ali embaixo, ele vai tão longe que inevitavelmente você começa a se preocupar com os vizinhos, começa a se mexer na cadeira, fica inquieto. Um senso de aventura é necessário. Definitivamente not easy listening. Ainda que aquele Ballads dele você pode ouvir todo com um sorriso no rosto e mesmo minha vó poderia gostar. Enfim. Coltrane lives.

Eu também acho que há uma emoção particular do som dele. A maneira como ele começa as frases me toca quase sempre. Comprei Joshua Redman, que parece emular o mestre, mas há um vazio no som. Pode-se dizer que é uma coisa muscular. Ou talvez a tal da alma.

E para terminar o momento Coltrane, Jorge e eu comentávamos o outro dia, que cara maravilhosa ele tinha. Nenhuma conotação gay aqui, please. Não é nem exatamente beleza. Mas é uma cara que se olha com prazer, um rosto sólido, real.

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