terça-feira, fevereiro 28, 2006

sobrevivendo a mais um carnaval. hoje de manhã a visão da minha rua era a de um daqueles filmes de apocalipse zumbi: not a soul. nem uma alma à vista. se bem que minha rua não é bem o caso. já nesse estado chamado trânsito. na casa de outrem, por assim dizer. ontem ou anteontem escrevi:

Não é uma palavra linda, exílio?

Eu ia dizer que o meu começou hoje, quando saí de uma casa que não é a minha e fui jantar em um restaurante odioso, com um livro, completamente alheio aos estranhos e à música ruim, mas então pensei: começa meu exílio, acaba, continua? Onde é casa? Último dia no emprego, objetos vendidos, outros encaixotados, uma data de partida se aproximando. Mas eu vivo em mim. Essa é minha casa. Vou estar sempre em casa e fora dela.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

se alguém escrevia para o odyr@diariopopular.com , seria bom começar a escrever para odyr@hotmail.com . se quiser resposta. minha última âncora vai ser levantada. a casa já foi. foi com uma alegria... como é bom desmontar casa. querer mesmo eu queria bater a porta e sair. mas em nome dos bons costumes cedi a casa, empacotei livros, vendi quase tudo, rasguei papéis... essa vida de cigano. se você não viu perdas e danos com juliette binoche enfiando seu estilete amoroso em todos os corpos, você devia pular para o próximo parágrafo, mas realmente amo aquele final em que o lorde irons vive em algum lugar que parece indiano, comprando sua comida dia a dia, sem livros, com o mínimo de casa possível. e uma foto absolutamente gigantesca dela na parede. como ele, nunca conseguimos largar tudo.

If you had no name / If you had no history / If you have no books / If you had no family

If it were only you / Naked on the grass / Who would you be then?

(Philip Glass / Suzanne Vega)

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

anotações desconexas:

bom ver as pessoas se falando aqui de novo. devem ser as férias acabando.

ontem fiquei seriamente perturbado por un instante, ajustando um relógio de parede para o horário de verão. no celular, o ajuste é praticamente uma operação mental. mas fazer os ponteiros de um relógio analógico andar para trás...hmmm...perturbador. superman syndrome.

gabi tem podcasts. ontem baixei e ouvi um podcast feliz, acho que o 7. muito bom. e o inglês de gabi não cessa de me surpreender. era a locutora de uma rádio californiana. às vezes eu acho que vivo demais em outro país, mas gabi já está lá mesmo.

explicar a piada é dureza, uh, angie?

esse negócio da dorothy parker me fez pensar uma obviedade, mas enfim: poemas funcionam bem na internet, não? são breves. são do tamanho da atenção de um internauta médio. um livro de poemas é um novelo a ser desenrolado ao longo do tempo. acho que eles existem muito bem como coisinhas únicas, flutuando na internet.

welcome back, bitisa. back to the matrix.


ah, sim: quer perder o sono? faça como eu - leia sobre computadores quânticos tarde na noite na wikipedia. melhor que café ou pó. as sinapses se acumulam.


Edit: sam tem camisetas. boy, como eu admiro gente que faz. aproveite e olhe o site dela, que é bem bacana. quando eu crescer quero ter metade da organização dela.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

ahh, nada como uma dorothy parker para nos colocar em nosso devido lugar.


Bohemia


Authors and actors and artists and such Never know nothing, and never know much.

Sculptors and singers and those of their kidney Tell their affairs from Seattle to Sydney.

Playwrights and poets and such horses' necks Start off from anywhere, end up at sex.

Diarists, critics, and similar roe Never say nothing, and never say no.

People Who Do Things exceed my endurance; God, for a man that solicits insurance!

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

eu sei que, como seriado ou novela esse aqui anda meio tedioso, mas hey, a new season is coming! novos personagens! novo cenário! tudo novo, menos o protagonista, que não deve mudar muito. a partir do final de março, o seriado deve se chamar lost in rio. a habitual melancolia projetada contra um cenário tropical. balas perdidas! dificuldade de tradução! ou algo assim.

até o final de fevereiro atendemos ainda nesse endereço, depois viramos algo como o judeu errante. uns dias na casa da progenitora, uns dias vagando em porto alegre, uns dias se instalando no rio... boletins periódicos, eu suponho.

veio em boa hora, se vcs querem saber. meu exílio aqui foi bem sucedido, produzi muito, me reencontrei com um grupo grande de humanos... mas estava na hora de voltar a poduzir trabalho de qualidade na área gráfica. vou ser diretor de arte de uma editora iniciante, mas bem simpática por lá. vou ficar mais perto de alguns quadrinistas que conheço..enfim. vou tirar a poeira do cérebro. vai ser bom.
nesses tempos de internet, tudo é possível, inclusive apresentar duas pessoas virtualmente. duas pessoas que escrevem, publicam na internet e em breve em livros. são duas aves completamente diferentes em suas escritas, mas eu achava que as duas deviam se conhecer. então, phrann, meet angie. angie, meet phrann.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

um trecho que supostamente é de auden (não se sabe de nada nesses google days) reforça o que escrevi um tempo atrás sobre o ser escritor quando (e só quando) se escreve:

"Aos olhos dos outros, um homem é poeta se escreveu um bom poema. A seus próprios, só é poeta no momento em que faz a última revisão de um novo poema. Um momento antes, era apenas um poeta em potencial, um momento depois, é um homem que parou de escrever poesia, talvez para sempre."
à esquerda, você tem jonathan Ive, inglês, designer da apple. desde o imac ele (e sua equipe) vem criando produtos maravilhosos: o ipod, o Icube, o Imini... todos com a mesma simplicidade absoluta de desenho, um atenção sensual à forma, ao mesmo tempo em absoluta conexão com a funcionalidade e, em última instância, objetos de desejo absolutos.

a microsoft, por outro lado não tem realmente nada a dizer nessa área. basicamente eles são uma empresa de software, que sofre de uma falta terminal de charme, do seu criador aos produtos. num esforço aflito, talvez movidos pelo desejo de ter um objeto, ao menos um cool para chamar de seu, eles chamam philippe starck, francês, enfant terrible do design e jogam uma quantidade obscena de dinheiro na direção dele. e o que ele faz? ele cria um mouse. lamentavelmente feio. sem nenhuma relação com qualquer outro produto da empresa.

obviamente isso diz bastante sobre cada uma delas.

ive & starck


ive & starck
Originally uploaded by Odyr.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

concurso de ilustração da folha. animado com a idéia. no final de semana me sento para escolher os desenhos. impressionante: nessas horas eu remexo caixas e caixas e não consigo achar meia dúzia de desenhos decentes para mandar. entre centenas de desenhos.

tem aquela frase do dave sim, que dizia que devíamos ficar em algum lugar entre ser nosso maior fã e nosso pior crítico. vocês sabem exatamente onde me situo, hã? o inimigo está no espelho.

mas enfim. mandei. pelo menos tem a alegria de saber que o laerte é um dos jurados e vai estar olhando para seu trabalho.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

eu tenho uma admiração irracional por steve jobs. nasi, grande localizador de coisas interessantes, aponta para um artigo que sugere que a disney, ao comprar a pixar, pode estar motivada do mesmo sentimento. ou pelo menos da visão de que ter jobs no grupo é smart business.

encontrei essa palestra dele online que justifica um pouco minha admiração.

Your work is going to fill a large part of your life, and the only way to be truly satisfied is to do what you believe is great work. And the only way to do great work is to love what you do.

não é uma declaração brutalmente original, mas é o tipo de coisa de que precisamos nos lembrar com frequência. aliás, podia estar estampado em letras enormes na parede de cada escritório, fábrica, atelier...

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

random quote of the day:

bored to tears at work, basically. so, the blog is no good. but wait, what thinking people have to say today?

anything simple enough to be understandable will not be complicated enough to behave intelligently, while anything complicated enough to behave intelligently will not be simple enough to understand.

George Dyson

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

do citado blog de rudy rucker:

This week?s pictures are from the hills of Los Gatos and the Wilder Ranch beaches in Santa Cruz. The connection with my texts is oblique, aleatory, surreal. The meaning-seeking human brain can connect anything to anything. Proof: Every time you watch TV with the sound off, and with a CD playing music, there is a perfect fit between image and audio tracks. Even if you?re straight.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

coisas acontecem. e me mantenho relativamente quieto a respeito delas, como é de bom tom. são coisas de mudança, é a roda da fortuna girando de novo. não é suspense barato, mas bom senso. so you wait. but i´m alive and well, friends.